Divertida Mente 2 em 3D (Inside Out 2)

6/21/2024 12:58:00 AM |

Se no primeiro filme a única coisa que eu reclamei foi do longa não atingir bem as crianças e ser uma trama apenas para adultos, agora posso dizer que a Disney/Pixar conseguiu fazer a mistura perfeita em "Divertida Mente 2", pois mesmo mostrando muito da mente humana moderna dominada pela Ansiedade, essa dominação maluca vai certamente divertir demais os pequenos que verão a aceleração como algo "legal", e claro os adultos vão surtar vendo a pobre garotinha quase explodindo em uma crise ansiosa de nível quase máximo. Ou seja, souberam pegar o melhor do primeiro filme e trabalhar ainda mais toda a essência da nossa mente, e olha que a trama está no nível 13 anos (e se após o primeiro filme o diretor do original falou que não tinha planos para a continuação, agora a nova diretora já avisou que tem ideias para muitas outras emoções nos próximos!!! E o que nós falamos pra ela? Vai já pra sala de comando e só sai de lá com mais dois filmes pelo menos!). Claro que é um longa muito mais dinâmico que o original de 2015, e novamente apropriadíssimo para se discutir um pouco de tudo desse objeto que a ciência ainda não desmistificou por completo chamado cérebro, e a sacada da formação da personalidade baseada nas experiências que as emoções entregam foi algo simplesmente genial, ou seja, é daqueles longas que você verá algumas toneladas de análises, e quase nenhuma será igual a outra, mas vale muito mais ir ver o filme e sentir realmente na pele do que ir pela ideia de outra pessoa.

O longa marca a sequência da famosa história de Riley. Com um salto temporal, a garota agora se encontra mais velha, com 13 anos de idade, passando pela tão temida pré-adolescência. Junto com o amadurecimento, a sala de controle mental da jovem também está passando por uma demolição para dar lugar a algo totalmente inesperado: novas emoções. As já conhecidas, Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho, que desde quando Riley era bebê, predominam a central de controle da garota em uma operação bem-sucedida, tendo algumas falhas no percurso como foi apresentado no primeiro filme. As antigas emoções não têm certeza de como se sentir e com agir quando novos inquilinos chegam ao local, sendo um deles a tão temida Ansiedade. Inveja, Tédio e Vergonha integrarão juntos com a Ansiedade na mente de Riley, assim como a Nostalgia que aparecerá também.

O nome de Kelsey Mann na direção da continuação pegou muitos de surpresa, pois com 3 Oscars no bolso o nome de Pete Docter era certo para assumir novamente, mas como já tinha falado que não tinha interesse de continuar a trama lá em 2015 mesmo, a Pixar foi atrás de outros nomes, e dentre os que deram melhores histórias para o novo roteiro veio a conhecida roteirista de "O Bom Dinossauro", mas que só tinha dirigido alguns curtas da companhia, então lhe deram o principal projeto para explodir em sua estreia, e não desapontou, pois desenvolveu a história com as facetas criativas do original e brincou demais com algumas das principais emoções que vivem tanto nas cabeças dos jovens atualmente quanto da população completa mundial, afinal quem não tem um pouquinho de ansiedade, vergonha, tédio e inveja? Ou seja, acredito com toda certeza que a diretora e roteirista irá fazer muitos outros longas da companhia, pois conseguiu o principal feito que há muito tempo não acontecia, de uma continuação sair batendo todos os recordes possíveis de bilheteria de uma animação, e isso faz os olhos dos produtores saltarem, além do que falei no começo que se o primeiro era muito adulto, aqui a trama vai divertir a todos.

Quanto dos personagens e das dublagens, já falei muitas vezes que animações tem de serem vistas dubladas, principalmente as que brincam com o ar cômico, e aqui o elenco foi escolhido a dedo, tendo claro a pessoa mais ansiosa da TV brasileira no papel de Ansiedade, e nem precisava de teste, pois Tatá Werneck é a ansiedade em pessoa, e a personagem funciona comandando tudo numa tremenda bagunça, borbulhando ideias, loucuras, insinuações, futuros e tudo mais de uma forma brilhante e o pior, cativante, que na voz da atriz caiu como uma luva. Miá Mello volta muito bem ao protagonismo com sua Alegria, cheia de desenvoltura e agitação, mas com doses mais serenas da realidade, o que acaba envolvendo bastante. Katiuscia Canoro também voltou bem com sua Tristeza, tendo muito mais conexões nos atuais momentos, e que facilmente numa combinação futura vai chamar muita atenção. Leo Jaime é o Raiva mais carismático e explosivo que gostamos de ver, entregando personalidade e intensidade na tela. Dani Calabresa deu as famosas tiradas com sua Nojinho, mas que nessa versão ficou bem mais em segundo plano. Assim como o Medo de Otaviano Costa também ficou mais por trás das emoções, apenas sendo bem desesperado e interessante de ver. Das novas emoções, a Inveja de Gaby Milani teve bons atos para mostrar esse nosso lado de querer tudo ao máximo e acabar se perdendo, e a Vergonha que Fernando Mendonça trabalhou só um pouco, já que fala o mínimo e se comunica mais visualmente retraído, mas com muito carisma também agradando bastante, e claro que tivemos as sacadas mais adolescentes possíveis para os diálogos da Tédio que Eli Ferreira fez com maestria, ou seja, no pacote completo todos funcionaram bem. E ainda tivemos bons momentos de Isabella Guarnieri como a voz de fora da personagem Riley, junto de Erika Menezes bem encaixada com sua Val, mas sem dúvida a reformulação de "Dora Aventureira" com Bloofy e Pochete foram o ápice, com Nizo Neto dando show na voz do acessório falante.

Visualmente a trama tem muito envolvimento, cores para dar e brilhar na tela, muitos ambientes novos como o Abismo do Sarcasmo, todo o lado conflitivo da famosa Chuva de Ideias (brainstorming em termos de coach), e claro as várias previsões imaginativas de futuros ruins que uma ansiedade é capaz de fazer durante uma noite mal dormida, ou seja, é um filme que facilmente quem ver 10 vezes irá se conectar com algo ainda mais diferente na tela, e assim sendo mostra o brilhantismo que a equipe de arte conseguiu fazer para que tantos personagens bem desenhados com formas e sombras funcionassem, quanto alguns atos em 2D tradicional agradasse também na tela. E falando em 3D, quem gosta de ver tramas com a tecnologia, temos muitas cenas (até mais do que imaginava que teria) brincando com saídas do disco de hockey para fora da tela, muita patinação, bolinhas, e brilhos, ou seja, capricharam na técnica.

Enfim, é uma animação perfeita, que por incrível que pareça não fará você lavar a sala do cinema, pois todas as emoções se encaixam bem e trazem muitos sentimentos que conhecemos bem, mas que não força o choro como alguns casos, mas sim um elo de amizade e de controle emocional, como deve ser uma boa cabeça. Então fica a dica para levar a criançada nas férias, para ir sozinho, acompanhado e só ir mesmo, pois vale o ingresso e a diversão é garantida, então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais textos.

PS: Tem uma cena extra bem no final dos créditos, simples, mas bem bacana, então quem ficar até o final verá o segredo sombrio da Riley!


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