Netflix - A Academia do Sr. Kleks (Akademia Pana Kleksa) (Kleks Academy)

6/19/2024 06:12:00 PM |

Um fato que já citei que foi muito bom com a popularização dos streamings é vermos longas de países que praticamente nem chegavam nos cinemas daqui, e muito menos na TV tradicional, e um país que tem produzido muito material é a Polônia, de modo que andam fazendo muitos dramas, policiais e hoje surgiu até uma trama digamos juvenil misturando conto de fadas e uma escola para crianças com muita imaginação chamado "A Academia do Sr. Kleks", que sendo baseado em um livro de sucesso por lá trabalha bem a famosa briga entre bem e mal por algo que aconteceu no passado. Visualmente a trama é bem interessante (tirando alguns figurinos estranhos dos lobos), porém a história é meio corrida demais, com explicações de menos, de modo que o livro é o primeiro de uma trilogia, porém acredito que ficaram com medo de não fazer sucesso e aceleraram demais as coisas para que boa parte fosse mostrada na tela logo no primeiro filme, e assim ficou algo meio que jogado demais na tela. Não digo que tenha ficado ruim, pois é uma trama que prende para sabermos mais sobre esse mundo dos contos de fadas que sempre permeiam boas histórias, mas talvez com um pouco menos de enrolação no começo daria para ficar mais elaborado com os 129 minutos de duração na tela.

No longa vemos que a adolescente Ada vai parar na misteriosa Kleks Academy, comandada por um professor muito excêntrico, onde é possível entrar no mundo dos contos de fadas e alcançar os limites da imaginação. Ela também enxerga uma maneira de desvendar o segredo mais oculto de sua família: encontrar seu pai desaparecido.

O diretor Maciej Kawulski foi bem intenso na entrega de sua trama, pois como disse no começo pegou um texto do primeiro livro de uma trilogia, e adaptou ele de maneira bem sucinta que tudo fosse explicado rapidamente, ou seja, não é daqueles que você não se conecta com os personagens por apenas surgirem na tela, assim é possível até criar um certo carisma com os protagonistas, porém dava para não precisar de algumas cenas meio que aleatórias no miolo para que tudo tivesse uma fluidez mais tranquila e envolvente, e claro ainda mantendo o tempo grandioso de 129 minutos. Ou seja, diria que o diretor foi muito afoito ao ver uma produção grandiosa desse estilo em suas mãos e não aproveitar o máximo todo o ambiente e suas dinâmicas, de tal forma que ele até conseguiu fazer bem um bom começo de apresentação e um fechamento convincente, porém faltou elaborar melhor o meio para que nem ficasse corrido nem alongado e tudo se encaixasse, então veremos o que vai fazer se lhe derem a continuação.

Quanto das atuações, acredito que a jovem Antonina Litwiniak ainda vá ter um estilo próprio de interpretação, pois aqui sua Ada em alguns momentos parece deslocada sem saber muito como transpor os sentimentos de sua personagem na tela, porém trabalhou bem a personalidade e conseguiu segurar bem o protagonismo com cenas bem dinâmicas e cheias de atos amplos, ou seja, como a garota já fez muitos filmes pode ser que tenha faltado uma direção de elenco maior para orientar melhor em uma produção quase toda em tela verde, mas isso só o tempo dirá quando virmos outras produções delas. Tomasz Kot conseguiu trabalhar de uma forma bem excêntrica o seu Professor Kleks, fazendo de atos simples entregas inusitadas na tela, meio que quase dançando para chamar muita atenção, de modo que agrada com o simbolismo de cada momento, soando chamativo e agradando com o que precisava fazer, porém ficou meio que em segundo plano em um filme que leva o nome de seu personagem, e isso acaba não sendo o correto de se ver. Agora a equipe do filme foi muito malvada com Sebastian Stankiewicz, pois o rapaz certamente deve ter sofrido bullying quando jovem pelo formato de seu rosto, e colocar ele como um homem-pássaro ficou muito estranho de ver, mas seu Mateusz até traz atos convincentes na tela, principalmente passeando por Nova York. Quanto aos demais, diria que os jovens brincaram bem com seus personagens, alguns mais alegres e vibrantes, outros mais densos e até estranhos, de forma que o jovem Konrad Repinski até teve destaque demais com um semblante exageradamente fechado para com seu Albert, e claro que Danuta Stenka caiu bem na personalidade da Bruxa e Daniel Walasek fez atos com olhares bem densos para seu Príncipe Vincent, mas nada que fizesse o filme ir mais além do que o mostrado.

Embora saibamos que muito da trama seja computação gráfica, o trailer me ganhou ao mostrar uma floresta vermelha maravilhosa, e não só isso a trama tem muita conexão com vários clássicos da literatura de contos de fadas, todo um ambiente lúdico cheio de elementos cênicos, portas que levam para outros locais, muita magia e efeitos interessantes de se ver na tela, porém a equipe de maquiagem e figurino não foi tão beneficiada com o orçamento da produção, pois os lobos ficaram estranhos com  as máscaras e figurinos, além de alguns elementos parecerem estranhos na tela, então diria que ficou um misto entre algo belo e estranho que deve fluir bem melhor no imaginário do livro do que na tela.

Enfim, é um filme bem feito para jovens e crianças, aonde quiseram ousar um pouco mais do que deviam e se perderam um pouco, mas que acaba sendo interessante de ver na tela, e que funciona dentro da proposta, principalmente por ter um fechamento, pois sabemos que muitas franquias de livros gostam de deixar tudo bem aberto para as continuações, e sendo assim até vale a indicação, desde que não se espere muito dele. E é isso pessoal, fico por aqui agora, mas aproveitando o feriado na cidade ainda vou ver mais um outro longa polonês que chegou na Netflix, então abraços e até logo mais.


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