Netflix - O Aprendiz do Tigre (The Tiger's Apprentice)

6/25/2024 10:35:00 PM |

Alguma vez você já imaginou como seria "Kung-Fu Panda" trocando o ursão por um garotinho logo que o filme foi lançado lá no saudoso 2008? Se você não pensou nisso, perdeu a oportunidade de vender um roteiro para a Paramount+ fazer sua obra original, "O Aprendiz do Tigre", que foi lançada na Netflix no último dia 16, pois a trama animada brinca com situações bem parecidas com o que vimos lá no começo, tendo uma feiticeira desejando um artefato que um guardião mantém, e todo o conflito com os 12 símbolos do zodíaco ajudando o garoto a recuperar depois que acaba dando mancada e perdendo o artefato. Claro que resumi demais, e o longa aqui tem toda uma pegada original usando bem a base da cultura oriental, mas que lembra muito o filme do urso panda, e um detalhe interessante também é que não quiseram trabalhar tantas texturas, deixando ele mais chapado, porém ainda com boas sombras e uma tridimensionalidade interessante. Ou seja, o longa foi bem rápido e dinâmico na explicação toda, executou boas cenas de ação, e claro deixou muito para uma possível continuação, mas principalmente envolveu bem com toda a simbologia oriental na telinha, e ainda pôs para dublar todo o elenco oriental de Hollywood.

O longa nos conta a história de um garoto, Tom, que é atraído para um estranho mundo, contra sua vontade, quando descobre que sua avó é a guardiã do ovo de uma fênix. Quando sua avó morre, Tom precisa aprender, com um mentor improvável, uma magia antiga e se tornar o novo protetor do ovo. Eles, então, se juntam a um grupo improvável de criaturas exóticas, cada uma representando um signo do zodíaco chinês.

Diria que o grupo de diretores Raman Hui, Yong Duk Jhun e Paul Watling conseguiram trabalhar bem toda a dinâmica na tela, de modo que mesmo não tendo lido o livro de Laurence Yep fica nítido na tela que não quiseram detalhar tanto cada elemento e cada personagem para que o filme fosse mais fluido, e claro com isso perderam também um pouco dos detalhes, ao ponto que se o espectador não se conectar rapidamente com os personagens nem vê a história acontecer. Ou seja, ao mesmo tempo que essa escolha foi boa para criar um filme divertido, cheio de interação e muita ação para capturar rápido a criançada que gosta de lutas, também foi bem arriscada para que os adultos se envolvessem mais com cada ato e personagem, ao ponto que em diversos momentos o filme parece apenas jogar a ideia no ar e você que pegue ela rapidamente antes que ela suma, e isso é perigoso, principalmente se o filme não fizer sucesso para continuações, mas que mesmo tendo um final bem fechado acredito que aconteça, então vamos aguardar.

Gosto muito de ver animações dubladas, mas como o longa tinha uma pegada oriental e vi que o elenco inteiro era de grandes nomes orientais de Hollywood, acabei dando o play na versão original, e claro que sem muitas piadinhas tradicionais da dublagem nacional vi uma trama mais cheia de sacadas, aonde os personagens principais são bem densos, ou seja, Henry Golding entregou bons atos com seu Hu tanto na versão humana quanto na versão felina, sendo imponente e bem direto na pegada escolhida, divertindo em alguns atos, mas passando boas lições morais na tela. Brandon Soo Hoo deu um ar descontraído para seu Tom, mas criando interações bem divertidas e bem sacadas na tela, fazendo com que o garotinho fosse carismático como protagonista. Michelle Yeoh botou toda a sua imponência na voz da vilã Loo, que também foi bem desenhada e chamou atenção nas batalhas contra todos os personagens. Ainda tivemos outros ótimos personagens e atores/atrizes como Sandra Oh e sua Mistral, Lucy Liu trabalhando duas vozes de Nu Kua e Cynthia, entre outros.

Visualmente a trama foi bem colorida, com personagens interessantes e chamativos, e tanto as versões humanas quanto as dos animais deram toques inteligentes na tela, fazendo com que cada um parecesse bem o animal quando transformado em humano, faltando somente trabalhar um pouco mais de destruição na tela, pois vemos pancadaria e efeitos para todos os lados, mas os prédios continuaram no mesmo formato, sem nenhum dano, e isso soou um pouco falso na tela, mas de certo modo todo o resultado consegue cativar a criançada e passar bons elos morais, além claro do misticismo oriental tradicional.

Enfim, é uma trama que até poderia ir mais além na tela, mas para isso precisaria aumentar um pouco a duração, afinal os 86 minutos de tela são bem usados e representativos, funcionando e agradando tanto para os pequenos quanto para os mais velhos, que claro vão ver muitos elos e motes que poderiam ter sido usados. Então fica a dica para conferirem na plataforma de streaming, claro sem esperar muito dele, e dessa forma ainda iremos esperar por uma continuação em breve. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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