O Cara da Piscina (Poolman)

6/09/2024 10:07:00 PM |

Já virou algo bem comum em Hollywood, e não é de hoje, que grandes astros de filmes ao se cansarem de estar somente atuando resolvam que devem dirigir um filme, seja para experimentar novas emoções, por achar que só ele é competente para desenvolver alguma história que tenham nas mãos, ou simplesmente para inflar ainda mais seu ego, e isso é algo muito perigoso, pois costumo falar que um roteiro é bom passar nas mãos de outras pessoas até chegar na telona, pois se o pai da criança não solta o filho o resultado dificilmente acaba sendo bom na tela, e dessa forma acabam evitando que coisas estranhas virem algo sem nexo para o público. E comecei o texto do longa "O Cara da Piscina" dessa forma pelo simples motivo de ainda estar tentando entender o que vi hoje no cinema, pois é um filme maluco, com situações abstratas totalmente sem sentido, misturando filosofia, investigação, cartas, terapia e manipulação criminosa, aonde tudo parece uma bagunça visual que até pode fazer algum sentido na tela, mas para isso você precisará estar bem chapado, do contrário a sensação que dá é que você entrou para ver algo sem saber o que era, e saiu do mesmo jeito que entrou. Ou seja, diria que a estreia do famoso capitão Kirk como diretor e roteirista foi algo que ele deve ter visto em outra galáxia e nós meros humanos que lutemos para entender.

O longa narra a história de Darren Barrenman, um nativo de Los Angeles cuja vida gira em torno da piscina do apartamento Tahitian Tiki, onde trabalha enquanto luta para melhorar sua cidade natal. Quando uma misteriosa "femme fatale" o encarrega de desvendar um esquema duvidoso, Darren une forças com seus amigos para enfrentar um político corrupto e um ganancioso empreendedor imobiliário. Ao mergulhar na investigação, ele descobre não apenas segredos sombrios sobre Los Angeles, mas também sobre si mesmo.

Como comecei o texto nem dá para falar que gostei da experiência de estreia de Chris Pine na direção e no roteiro, pois pareceu que quis trabalhar demais um lado abstrato que nunca havia experimentado como ator, e o resultado ao invés de parecer uma obra intensa e chamativa ficou mais próximo de algo absurdo cheio de erros e loucuras, que não mostra nem segurança cênica, muito menos algo cheio de metáforas que talvez fosse sua intenção. Ou seja, costumo dizer que quando alguém quer iniciar como diretor e roteirista, escolher um tema fácil sem muitos vértices é a melhor opção, mas como falei no começo, muitas vezes o ego sobe para a cabeça, e a pessoa acha que está arrasando na ideia completa, e quando acaba o resultado não chama a atenção devida. É até difícil dizer como daria para consertar a trama para algo mais funcional e interessante, mas talvez nas mãos de alguém mais imponente o resultado até com Chris atuando seria mais interessante.

Quanto das atuações, Chris Pine que quase sempre é considerado um galã em seus filmes, entregou um Darren bem excêntrico, com uma cabeleira e barba gigante, roupas estampadas sem combinação alguma com shortinhos curtos, com diálogos malucos e bizarros que facilmente podemos imaginar ser um daqueles mendigos com placas do fim do mundo estar próximo, que claro tem uma entrega boa na tela, afinal ele é um bom ator, mas o personagem em si parece completamente fora do eixo. Por muitas vezes fiquei na dúvida se a personagem de Annette Bening, Diane, é apenas a terapeuta do protagonista ou é sua mãe ou algo do tipo, pois acontecem diversas conexões e ela sempre presente, que acaba ficando estranho de ver, mas a atriz como sempre trabalha uma presença cênica bem colocada, e diverte ao menos. Danny DeVitto é sempre cheio de traquejos com os personagens que faz, e aqui seu Jack até incomoda com o tanto que fala, parecendo que não desligava de forma alguma, o que acaba soando cansativo, mas como o longa é maluco por completo, fez bem em estar conflitivo na tela. Ainda tivemos bons atos espalhados de Jennifer Jason Leigh com sua Susan, namorada do protagonista, mas nem ela mais aguentando seu jeitão, Stephen Tobolowsky bem colocado tanto como líder da câmara da cidade quanto como uma drag numa peça, John Ortiz bagunçando tudo com seu Wayne e depois um policial, mas quem se portou mais cheia de classe e mereceu o destaque foi DeWanda Wise com sua June, toda elegante e chamativa, com um ar misterioso e sedutor para cima do protagonista.

Visualmente a trama brinca com o protagonista em seu trailer dentro de um agrupamento de apartamentos, cuidando de sua piscina com muita técnica e paixão, em atos alucinógenos dentro da mente do protagonista com imagens de árvores e lagartos, o apartamento chique de June, e a câmara da cidade que vira um misto de cinema também, ou seja, a equipe de arte trabalhou as loucuras junto do protagonista, e praticamente se perdeu com o que deveria mostrar realmente, sendo algo complexo e bem maluco como resultado da entrega.

Enfim, é um filme que tenho certeza que alguns vão achar revolucionário, cheio de ideias que vertem para isso ou aquilo, que a estreia do ator na direção foi incrível e tudo mais, mas para o meu gosto pessoal quase me fez dormir na sala do cinema, e isso é algo que não consigo indicar para ninguém, então vá conferir outros longas que indiquei que estão passando que é bem melhor do que gastar dinheiro com longa sonífero. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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