O longa acompanha a tensa jornada de Mina, uma artista de 28 anos. Mina, ao se aventurar pelo oeste da Irlanda, se vê perdida em uma imensa e assustadora floresta natural. Desesperada por abrigo, ela finalmente encontra um refúgio, mas a segurança é apenas aparente. Dentro deste abrigo, Mina se junta a três estranhos, todos igualmente apavorados. À noite, eles são vigiados e perseguidos por criaturas misteriosas, que eles nunca conseguem ver, mas que parecem saber tudo sobre eles. A atmosfera é de constante tensão e paranoia, onde cada ruído na escuridão pode ser uma ameaça. Enquanto Mina e os outros tentam sobreviver e entender a natureza dessas entidades invisíveis, o filme mergulha o espectador em um suspense psicológico profundo, explorando o medo do desconhecido e a luta pela sobrevivência.
Infelizmente agora em sua estreia na direção e roteiro, Ishana Shyamalan, será comparada com seu pai, muitos vão falar apenas disso, mas se seguir o estilo que entregou nesse filme em seus próximos facilmente logo esquecerão desse detalhe, pois ela pegou o livro de A.M. Shine, e junto dele conseguiu transportar as ideias para uma trama que brinca muito entre ser real ou imaginária na tela, deixando que a protagonista não saísse de foco, mas que também deixasse os demais fluírem e aparecerem bem para serem desenvolvidos, e mais do que isso, não querendo ser a dona da verdade jogando com o abstrato, pois sendo um fã desse estilo de direção, sempre acredito que o diretor tem de dar sua opinião na tela, no seu próprio filme, e não em entrevistas e análises de jornalistas, afinal o longa é seu, então que você diga o que é o certo ou errado de se imaginar, e aqui a sacada explicativa foi bem clara nos três atos finais que considero ter o longa (a descoberta do material do professor na floresta, o complementar do tema todo na faculdade, e a reviravolta final), mostrando que a diretora tem personalidade e estilo, o que é um mérito para começar chutando a porta dos cinemas, e mostrar que seu DNA é bom demais para ser chamada apenas como a filha do fulano, mas sim como Ishana Night Shyamalan.
Quanto das atuações, o mais engraçado de ver Dakota Fanning na tela é que por ter começado bem criança nas telonas já oscilou desde o seu melhor até a sua bomba completa, e aqui com sua Mina, ela mostra que com apenas 30 anos já adquiriu uma boa maturidade expressiva, ao ponto que a todo momento acreditamos que ela vai fazer algo muito imprudente na tela, que está maluca, mas que mesmo protagonizando se abre para a ideia dos demais, e fazendo praticamente três papeis em um único filme conseguiu soar diferente e com personalidade, ou seja, acertou no que fez. Olwen Fouéré trabalhou sua Madeline ao mesmo tempo misteriosa, mas também imponente de atitudes, sendo intensa em todos seus atos e criando boas aberturas para que pensássemos de tudo sobre ela, até chegarmos ao final e entendermos melhor seu papel, ou seja, agradou bastante com o que fez, mesmo sendo seca demais na tela. Georgina Campbell com sua Ciara e Oliver Finnegan com seu Daniel trabalharam personagens mais doces dentro da trama, ao ponto que mesmo seus atos explosivos acabam soando leves de se ver, mas sem desapontar, que é o principal de acontecer. Quanto aos demais, Alistair Brammer praticamente apenas apareceu rápido com seu John no começo e depois em algumas cenas espalhadas sem ir muito além, e John Lynch fez de seu Kilmartin o explicador de tudo, afinal quando os personagens acham seu material acabam entendendo tudo, e o público também, ou seja, não foi tão expressivo quanto poderia, mas agradou no que fez.
Visualmente a trama foi simples com uma floresta labiríntica, daquelas que tudo parece ser o mesmo lugar, tendo apenas algumas placas para tentar ser diferenciado, algumas cavernas, uma sala de espelhos, uma loja de animais, um bunker, uma sala de faculdade e uma casa bem bonita, além de algumas lembranças de um acidente, aonde a equipe de arte não quis subverter ninguém criando abstrações demais, tendo apenas os antagonistas como formas gigantes misteriosas sem aparecerem muito na tela para não ficar esquisito e ter de explicar demais, porém no fechamento tudo faz bastante sentido e acaba sendo mostrado um trabalho bem primoroso da equipe.
Enfim, acabou sendo um filme que sinceramente esperava bem pouco, e até tinha medo de sair da sessão sem ter entendido uma cena sequer, mas que entrega algo complexo, místico e até bem incorporado dentro de lendas irlandesas e mundiais, ao ponto de até querermos talvez uma continuação desenvolvendo ainda mais na tela, afinal deram essa brecha. Então recomendo o longa para todos verem sem medo de ficarem traumatizados ou sem sono depois de ver, e fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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