A estreia do diretor e roteirista Edgar Alberto Deluque Jacome foi bem certeira, pois fez com que seu filme tivesse polêmica para ser discutida, mas também tivesse dinâmicas emocionais bem contextualizadas, e o melhor, sem precisar fazer algo de duas horas que inserisse mil personagens e acabasse virando uma novelona, ou seja, ele foi múltiplo no que desejava passar, mas de uma forma mais simples e coesa, de tal forma que seu filme não tem cenas que enroscam, não tem repetições, e se desenvolve bem facilmente na tela, que claro dava para impactar mais se alongasse talvez trabalhando um pouco do passado e do futuro da relação ali desenvolvida, mas não era necessário para a proposta, e o resultado funcionou bem dessa forma, ou seja, o famoso menos é mais que agrada.
Quanto das atuações, Roamir Pineda trouxe um ar meio que rancoroso demais para seu Samuel, entregando uma personalidade bem crua que retrata bem pessoas isoladas com uma vida simples de comunidades ribeirinhas, e esse estilão seco funcionou bem para o que o protagonista trabalhasse a essência do personagem e não desapontasse. Nathalia Rincón também trabalhou muitos trejeitos marcantes para que sua Priscila/Samuelito tivesse densidade e emoção na forma de trabalhar o sentido dramático da trama, se envolveu fácil com os demais personagens, e soube dosar o teor de olhares com uma dinâmica bem precisa para tudo. Os demais atores também foram bem selecionados para os papeis, mas como a tensão ficou maior somente entre os dois protagonistas, quase não tiveram dinâmicas para acertar, valendo leves destaques para o jovem Jesús Romero com seu Miguelito e Henry Barrios com seu Grimaldo.
Visualmente a locação acaba sendo bem marcante, com uma casa simples, inteira bagunçada, afinal são 15 anos que o pescador vive sozinho na ilha, tendo apenas os demais amigos pescadores que passam por ali, mas com a chegada da protagonista, ela coloca fotos, e monta o cantinho do velho de um jeito mais "charmoso", embora ainda bem rústico, não sendo um ambiente com muitos detalhes, mas que justamente dessa forma a equipe de arte conseguiu ser marcante e densa como a proposta pedia, além claro de belas cenas de mergulho.
Enfim, é um filme que tem uma pegada mais seca e direta, que vai trabalhar boas discussões do tema, e que mostra uma desenvoltura bem dramática por parte dos protagonistas, de modo que o filme tem um ar com muita presença na tela, que mesmo não sendo perfeito consegue agradar bastante com o que é mostrado, e sendo assim vale a indicação para que confiram o longa nos cinemas selecionados a partir do dia 18/07. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agradecendo o pessoal da Bretz Filmes e da Primeiro Plano pela cabine de imprensa, e volto mais tarde com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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