Diria que os diretores Àlex Murrull e Dani de la Orden foram inteligentes na formatação da trama para que ela usasse bem do material que tinham original, afinal as TVs espanholas deram muito destaque aos diversos atletas na época da Olimpíada, e pegaram o texto de Carlos Franco para que o desenvolvimento funcionasse na tela, e isso é notável, afinal na maioria dos países pouquíssimos espectadores conhecem jogadores e times oficiais de polo aquático, então toda a essência de uma verdadeira guerra entre dois treinadores (um croata e um sérvio), mais a mistura de jogadores rivais no campeonato do país tinha tudo para ficar bem intenso, além claro da forma de treinamento adotada para criar uma grande capacidade nos jogadores, porém faltou para os diretores o que falei acima, saber aonde deveriam brincar com a realidade, e aonde deveriam inventar situações e/ou criar emoções maiores para a trama, pois o drama do capitão do time é algo interessante e do principal artilheiro também é algo problemático e forte, mas apenas jogar isso na tela sem dar fluidez e explosão acaba não servindo para nada. Ou seja, fizeram um filme bem dirigido, praticamente sem falhas de nuances, mas certinho e linear demais, o que acaba não comovendo como poderia.
Quanto das atuações, a grande base ficou em cima de Jaime Lorente, que muitos conhecem pela série "La Casa de Papel", e que aqui com seu Pedro Aguado cheio de agitação, usando drogas e saindo para noitadas acaba causando alguns conflitos, e claro sendo rival do outro protagonista, conseguiu trabalhar algumas situações, claro desenvolvendo de uma forma mais explosiva em alguns atos, mas convencendo de seu estilo, porém, não por sua culpa, faltou desenvolver um pouco mais seu drama familiar e sua ansiedade, que aí ficaria perfeito. Já Álvaro Cervantes fez um Manel exageradamente calmo, tendo sua fobia e pesadelos com o que aconteceu com sua família, mas trabalhou meticulosamente cada ato seu com olhares e traquejos bem marcantes de um capitão mesmo, só talvez a inversão pudesse ser mais dinâmica para que chamasse mais atenção, porém ainda assim foi bem no que precisava fazer. Dentre os demais diria que cada um fez bem a base do time, valendo claro destacar apenas Tarik Filipovic com seu Dragan, sendo daqueles técnicos bem linha dura que fazem o time respirar o jogo e explodir com muita imposição, de modo que seus olhares dizem até mais do que suas palavras, e com isso soube segurar bem a densidade, e claro nas entrevistas explodir como deveria.
Visualmente o longa trabalhou bem o centro de treinamento numa montanha, com vários atos com os protagonistas correndo e fazendo exercícios, uma balada simples por lá, vários atos claro numa piscina seja nos treinamentos ou nos jogos, um pouco de computação para mostrar os jogos lotados de espectadores, usando também muitas das imagens originais, algumas cabines de narração e contando também com uma sala de imprensa inicialmente com poucos jornalistas desacreditados e nos jogos finais lotando de entrevistadores por lá, e claro alguns quartos da vila olímpica com alguns jovens sendo também testados pelo doping, ou seja, o básico de um filme esportivo, que também não poderiam sair muito da base.
Enfim, é um filme que dava para ter ido mais além, mas que tem seu gracejo e acaba sendo bacana de conferir para conhecer um pouco mais de um treinamento olímpico, da montagem de uma seleção e claro como foi os jogos na época, de modo que não valorizaram tanto a representação cênica para dar um tom dos anos 90, mas também não é nada que atrapalhe muito o resultado final, sendo assim fica a dica para quem também gosta de ver tramas esportivas. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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