É difícil falar em pleno 2024 que alguém ainda não conhece o estilo de filmes do diretor e roteirista Guy Ritchie, pois com ele tudo tem de ser explosivo, cheio de personagens, muitos figurantes e uma desenvoltura que se imponha na tela, e tudo isso cai muito bem nos atos finais do longa aqui apresentado, não sendo uma trama de difícil assimilação, nem algo também bobinho demais, ficando dentro do estilo ainda de espionagem, porém mais escancarado e jogado do meio de campo para frente, aonde qualquer abertura é motivo para muitos tiros, facadas, flechadas e juntando ainda sacadas e ironias com uma pegada bem própria para entregar mais uma das derrotas que o nazismo teve durante a guerra. Claro que você vai assistir e falar que muita coisa ali é irreal, outros vão criticar alguns absurdos na tela, mas esse é o estilo de Guy, pois ele força tanto em alguns personagens que a trama acaba saindo da realidade, e isso não é ruim, pois dá boas vertentes para que o filme flua, divirta, e também conte algo de forma subjetiva, e assim sendo é mais um acerto seu na tela.
Quanto das atuações, o longa tem um elenco imenso e bem estrelado, tendo claro o destaque para Henry Cavill fazendo bem seu Gus March-Phillips com um tom imponente, cheio de personalidade, mas também com uma pegada irônica e inteligente, mostrando que o ator que muitos consideram bem sério consegue se entregar para a comédia também, além de segurar bem a equipe com ideias e explosões na medida certa. É engraçado que já vi vários filmes com o ator Alan Ritchson, mas nunca tinha enxergado ele como um brucutu, e aqui seu Anders Lassen é praticamente uma máquina de moer nazistas de tudo quanto é forma possível, e seus trejeitos foram incríveis, com muita intensidade e dinâmica para agradar do começo ao fim. E falando de agradar, Eiza González entregou uma espiã sedutora e cheia de nuances com sua Marjorie Steward (que muitos não sabem, mas foi uma agente secreta antes de virar atriz nos anos 50) de tal forma que chama atenção em todas as cenas que esteve presente, sendo bem presente e intensa. Ainda tivemos boas cenas de Alex Pettyfer com seu Geoffrey Appleyard, Hero Fiennes Tiffin com seu Henry Hayes, Rory Kinnear se impondo bastante com seu Churchill, Henry Golding com seu Freddy Alvarez e Babs Olusanmokun com seu Heron, mas sem dúvida alguma quem trabalhou muito nos trejeitos duros de um grande general nazista foi Til Schweiger com seu Heinrich Luhr.
Visualmente a trama é bem grandiosa, com várias embarcações gigantescas de guerra, um porto cheio de elementos de cargas, um bar intenso aonde rola um grande baile a fantasia, algumas casas simples, muitos artefatos de guerra com comunicações ousadas, cenas em trens, além claro de toda a ambientação suja, porém requintada do período, mostrando que a equipe de arte pesquisou bastante para que o resultado do livro funcionasse na tela e tivesse as devidas nuances que precisavam para colocar as muitas explosões, além claro de muito sangue para os diversos momentos de tiros e esfaqueamentos, o que deu um ar forte para a produção.
Enfim, é um filme que eu vi o trailer já há um bom tempo e tinha uma ideia que seria algo bem marcante, que de certa forma até lembra um pouco o clássico "Bastardos Inglórios", com uma pegada diferente, porém ainda bem intensa e bem trabalhada, o que acaba sendo algo que vale a conferida, e que mostra que a Amazon não está para brincadeiras nesse ano com seus originais, embora ainda esteja longe das premiações. Então dê o play e se divirta bastante com a entrega na tela, pois vale com certeza a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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