sábado, 13 de julho de 2024

Como Vender a Lua (Fly Me To The Moon)

Enquanto alguns filmes fazem tanta propaganda antes da estreia, passando o trailer em quase todas as sessões dos demais filmes, outros praticamente surgem do nada, ou quase do nada, e tinha visto apenas uma chamada de "Como Vender a Lua" no período que estava como assinante da AppleTV+ (aliás pros amantes de série é a melhor assinatura pela qualidade, e pela periodicidade quase que semanal de alguma coisa bem boa, e não estou ganhando um real pela indicação, mas para os amantes de filmes é um longa por mês e olha lá, então deixei para assinar somente quando algo bom surgir só lá mesmo!), e voltando ao filme, vi lá e achei uma tremenda de uma proposta sacana de vender uma teoria da conspiração gigantesca que é a do homem nunca ter pisado na lua, e claro da forma que os EUA "vendeu" bem essa ideia para os seus americanos como uma coisa mais bonita de ver do que a Guerra do Vietnã que estava bem pesada na época, mas como ia demorar a estreia por lá, nem liguei a data, até ver umas duas semanas atrás como um filme que iria estrear nos cinemas, ou seja, dona Apple já começando os trabalhos de indicações das premiações do próximo ano. Dito tudo isso, o filme pode angariar algumas nomeações de roteiro e atuação, e até mesmo algumas citações nas premiações mais técnicas, pois é bonitinho e tem um carisma e uma pegada interessante, porém falta força para chamar atenção realmente, sendo talvez daquelas tramas que acabam indicadas a Melhor Comédia no Globo de Ouro, pois até faz darmos algumas risadas com as sacadas da protagonista, mas é só mais um romancinho bem feito com pitadas cômicas, sem ir muito além disso.

A sinopse nos conta que faíscas voam em todas as direções enquanto a especialista em marketing Kelly Jones, contratada para consertar a imagem pública da NASA, causa estragos na já difícil tarefa do diretor de lançamento da Apollo 11, Cole Davis. Quando a Casa Branca considera a missão importante demais para falhar, Jones é instruída a encenar um falso pouso na Lua como um plano B, e a contagem regressiva começa. Enquanto os nervos estão à flor da pele, Jones e Davis enfrentam pressões intensas para garantir que a farsa seja convincente o suficiente para inspirar uma nação inteira. Com o tempo se esgotando e desafios técnicos surgindo, eles são forçados a reavaliar suas próprias convicções sobre ética e patriotismo, quando revelações surpreendentes ameaçam expor o plano audacioso. Em meio à tensão crescente, a dupla é confrontada com escolhas que podem mudar o curso da história e de suas próprias vidas para sempre.

O diretor Greg Berlanti pode agora dizer que agradou os dois lados, pois se antes tinha feito muito sucesso com uma trama homossexual envolvente e cheia de facetas, agora chegou com um romance tradicional com pegadas cômicas bem encaixadas, trabalhando um casal que tem química, e que funciona muito bem na tela, aonde a protagonista dá o show com suas mentiras (mostrando bem como são a maioria dos publicitários) e que brincando com o carisma dos personagens, juntando a ideia insana de que os EUA tinha realmente um plano B para caso a Apolo 11 não chegasse realmente na Lua, acabou usando o roteiro de forma brilhante, pois tudo se encaixa nessa alegoria, diverte com as ideias e assim funciona. Mas aí é que está o detalhe principal, o filme funciona como algo cômico, mas não daqueles que você vai rolar de rir, funciona como algo romântico, mas não daqueles que você vai ficar suspirando, sendo o básico dos dois mundos que acaba ficando engraçadinho, e claro gostoso de ver e curtir, mas que talvez você nem lembre muito daqui algum tempo dele, pois não foi além no que poderia, não sendo um erro do diretor, mas não sendo também um grande acerto que com poucos ajustes ficaria perfeito.

E já que falei do show da protagonista com suas mentiras, chega a ser até difícil imaginar Kelly Jones sem ser interpretada por Scarlett Johansson, pois ela entrega tanta personalidade, tanta desenvoltura em suas dinâmicas que acaba funcionando com trejeitos próprios e intenções marcantes, aonde cada ato seu agrada e funciona, fora o carisma que deixa na tela seja com o protagonista ou com os demais, sendo um grande acerto na tela. Da mesma forma, num primeiro momento Channing Tatum parece estar meio que sem jeito para o papel de Cole Davis, mas conforme vai se entregando mais consegue ser carismático e cheio de pegada para tudo que o filme precisava para funcionar, e o resultado acaba sendo bem gostoso de ver com o estilo mais sério, mas que acerta quando precisa aparecer. Agora o estilo que Woody Harrelson encontrou para seu Moe e Jim Rash para seu Lance foi algo fora dos padrões, de tal forma que eles nos divertem com sacadas tão bem colocadas, se entregando para os personagens de formas metódicas tão bem encaixadas que por bem pouco não roubam o filme para eles, e isso ao mesmo tempo que é bom para o ator é perigosíssimo para o filme, pois arranca o protagonismo dos principais. Já na turma de bons secundários, mas que não explodem tanto tivemos Ray Romano bem colocado com seu Henry e Anna Garcia com sua Ruby, mas sem grandes feitios na tela, apenas tendo atos bem encaixados com os protagonistas. E já estava esquecendo de citar o principal ator do filme, aquele que dá o show, que não é apenas um, mas sim três belos gatinhos chamados Hickory, Wilbur e Eclipse que brincaram aos montes no set.

Visualmente os filmes da Apple são fora da caixa, pois trabalham com um orçamento que quase nenhuma produtora dispõe a usar em filmes que não tenham a certeza absoluta de prêmios, e aqui vemos toda uma produção de época imponente, com todo o processo de construção de um foguete, todo o lançamento, a sala de controle com centenas de personagens, cenografias imensas, voos de avião, passeios guiados, fora todo o envolvimento em Cabo Canaveral com imprensa e muitos figurantes, tudo numa montagem única, isso sem falar em toda a criação secundária da lua para as filmagens do plano, com boas dimensões de como é fazer um filme, toda a produção do set, traquitanas para saltos, isso sendo bem trabalhado pelo diretor de arte da trama secundária pegando fotos e reproduzindo fielmente.

Enfim, é uma comédia romântica leve e gostosa de ver, que entretém bem, que tem uma ideia genial, mas que não chega nem no ápice de fazer rir bastante, nem de emocionar com algo bem bonito de ver, ficando naquele meio do caminho que até gostamos de ver, mas que ao sabermos o potencial que tinham com tudo acaba sendo simples demais para a entrega completa. Claro que vale a recomendação de conferida, muitos vão gostar bastante dos protagonistas e da história, mas não espere o melhor filme do mundo, pois não acontece aqui. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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