O diretor norueguês Joachim Rønning conseguiu cair nas graças do produtor Jerry Bruckheimer quando fez o último "Piratas do Caribe - A Vingança de Salazar", e desde então mudou completamente seu estilo saindo dos pequenos filmes de festivais para produções gigantescas mais elaboradas, e aqui acredito que tenha sido sua maior felicidade, pois pode juntar praticamente os dois mundos e brincar tanto com um filme elaborado de época quanto com uma produção de nível da Disney, e claro que muitos vão reclamar das adaptações que fizeram na vida da verdadeira Trudy, mas esse tom emocional conseguiu funcionar bem para que seu filme tivesse uma vida, causasse claro um carisma no público, e como disse no começo o resultado explode na tela, criando algo que faz com que víssemos toda a loucura que a jovem vivenciou, e mais do que isso sendo uma obra que dá vontade de conferir. Ou seja, o resultado final é tão explosivo que acaba trazendo sensações que certamente o diretor pensou na formatação, mas ao pesquisar mais e ver que realmente teve tudo o que é mostrado no fim faz valer a dinâmica escolhida.
Quanto das atuações, já disse outras vezes que não sou fã do estilo que Daisy Ridley entrega para seus personagens, pois ela sempre dá uma densidade expressiva muito fechada, deixando todas sempre exageradamente tímidas e contidas, e aqui ela fez muito dessa formatação para sua Trudy, porém nos atos finais você basicamente entra na sua sintonia para algo forte e cheio de nuances que acabamos bem apegados ao seu carisma entregue, ou seja, conseguiu chamar o filme para ela e agradou demais. Tilda Cobham-Hervey entregou muita sintonia com a protagonista para que sua Meg tivesse bem o carisma de irmãs, conseguindo chamar atenção na tela e não ficar só em segundo plano, isso claro sem tirar o brilho da outra, o que é perfeito de ver. Jeanette Hain e Kim Bodnia conseguiram entregar atos densos com olhares mais secos e firmes em diversos momentos de seus Gertrude e Henry, mas se entregaram por completo nos atos finais para que a expressividade de orgulho dos pais sobrepusessem tudo, o que ficou bem bonito na tela. Ainda tivemos muitos bons atores aparecendo em cena, cada um com seu peso cênico, mas sem dúvida os destaques ficaram para Stephen Graham com seu Bill Burgess marcante no estilo e na forma técnica que trabalhou com a jovem nadadora, e também Alexander Karim como o nadador Benji bem colocado na tela e com estilo.
Visualmente a trama mostrou bem a vida simples da garota em Nova York com sua família alemã bem fechada, nos é mostrado como a jovem quase morreu na infância de sarampo, e principalmente nos mostra como eram proibidas as mulheres de treinar em piscinas abertas no país, pois não podiam mostrar seus corpos na época, recorrendo a lugares isolados e sem muitos chamarizes, isso na primeira parte do filme, e claro no segundo ato completo tivemos muito nado no mar, acompanhados de navios para orientação técnica e muitos outros barcos com jornalistas divulgando a cada momento os feitios da nadadora com mensagens de pombos, telégrafos e tudo mais, ou seja, uma obra de época completa de detalhes marcantes para funcionar demais na tela.
Enfim, é uma pena que seja um filme feito para o streaming, pois certamente seria muito mais bonito vê-lo numa telona imensa, mas felizmente não tirou o brilho cênico e conseguiram transmitir muita emoção em cada um dos atos, valendo demais a recomendação para todos conferirem essa obra emocional e brilhantemente perfeita. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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