Diria que o diretor Ang Xu foi bem singelo no desenvolvimento de sua trama, pois ele soube brincar com o carisma gigantesco do cachorro versus personagens não tão chamativos na trama que infelizmente pela distribuidora só ter lançado o longa em cópias dubladas conseguiram ficar ainda menos expressivos, ou seja, a história do longa já foi contada outras duas vezes, então a perspectiva mudada era pouca tendo outros ambientes, algumas outras facetas, e assim ele não se esforçou tanto para que seu filme tivesse uma pegada mais chamativa, porém o lance criativo do jornal foi lindo demais de ver e funcionou muito para a sacada final que acaba sendo emocionante e incrível. Ou seja, o diretor conseguiu usar de uma mudança simples para o filme, e o resultado funcionou claro pelos ótimos cachorros que foram treinados para fazer o filme (ao final nos é mostrado que eram cães de rua abandonados aonde aproveitaram a ninhada inteira e depois todos foram adotados!) já que não eram cães atores realmente.
Agora falando sobre os atores reais, diria que os coadjuvantes da estação foram incrivelmente melhores em cena do que a família mesmo do cachorro, pois tirando o protagonista que se entregou em alguns atos bonitos com o cachorro, os demais pareceram nem estar com vontade de atuar, claro que a dublagem deu uma ajudada para que isso parecesse pior, mas faltou expressividade para dentro da história. Dito isso, Xiaogang Feng demonstrou muita sintonia com o cachorrinho, soube transportar carisma para seus atos junto do animal e foi sensível em suas cenas para que a trama fosse bem desenvolvida, fazendo com que seu professor tivesse estilo e encaixasse bem no que o filme precisava. Joan Chen trabalhou sua Li meio que dura demais de sentimentos, faltando um pouco de desenvolvimento melhor da personagem para que isso ficasse mais claro, mas ao menos nos atos finais conseguiu ser comovente. Dentre os demais, vale a menção para Qian Bo como o jornaleiro que alimentou o cachorrinho por muitos anos e sempre dava um jornal para ele ir embora dali a noite, passando muito sentimento no olhar, e claro agradando com isso, e claro Xue Xuchun como um carregador que tinha pouco para se alimentar, mas ainda assim dividia com o cachorrinho e o defendia das crianças.
Visualmente a trama foi bem representativa ao mostrar a pequena vila aonde os protagonistas moravam, todo o trajeto longo que o cachorrinho fazia para ir dali até na estação do teleférico, e mostrando a banca de jornal, a simbologia do pai buscando alimento para seus filhos, e claro toda a sensibilidade nos ambientes mais diversos como o rio aonde enterram o osso, e também o pequeno apartamento aonde é levado o cachorro depois, além de ter um pouco da faculdade e da pesquisa do professor, e os vários jogos de mahjong da esposa e suas muitas refeições gigantescas. Ou seja, a equipe de arte foi bem simbólica, mostrou a evolução gigante de uma China em 10 anos, e claro embelezaram tudo com os cachorrinhos do longa.
Enfim, é um filme bonito de se ver, mas que não consegue ter o mesmo carisma emocional dos outros dois filmes, sendo algo que no final vai ser difícil de segurar as lágrimas, mas se fosse melhor desenvolvido faria com que o público encharcasse a sala do cinema. Claro que você vai assistir ele com um sorriso gostoso durante toda a trama, mas dava para ter ido bem mais além, e também talvez visto legendado com as emoções reais nos tons das vozes melhorasse o resultado. Sendo assim recomendo para todos, na sessão tinha muitas crianças que aparentemente gostaram do que viram, então vá ao cinema e se divirta e emocione em família. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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