Diria que o diretor e roteirista Julio Quintana soube pegar bem a essência do livro de Humberto G. Garcia junto com as dinâmicas que ocorreram para que seu filme fosse transformado em algo a mais na tela, pois como disse outras vezes e gosto sempre de frisar, não basta retratar exatamente como ocorreu determinado ato, senão acaba virando um documentário, e quando a ficção favorece você dar aqueles leves exageros para emocionar e envolver, tem de usar com gosto, fazer o público lavar a sala, e tudo mais, e aqui embora não seja um filme que muitos vão chorar, o resultado acaba sendo forte e bem denso com a formatação final. Claro que por ser um esporte que muitos sequer viram alguma coisa e também não ser daqueles que causam muita emoção pelas jogadas, o resultado não vai ser daqueles que você vai vibrar a cada jogada, mas souberam usar o tempo acelerado para que não ficasse monótono um jogo inteiro, e assim diria que o diretor conseguiu brincar bem com o que tinha nas mãos.
Quanto das atuações, a grande base ficou a cargo de Jay Hernandez com seu JP Peña denso, com expectativas e desejos bem presentes em seus atos, de tal forma que o ator trabalhou o personagem como alguém que quer ser reconhecido pela elite da cidade, que não quer ser apenas um mexicano que ganhou seu green card e está ali a toa, mas que defendeu o país na guerra e sabe jogar golfe bem, além claro de ser um bom mestre para os garotos, ou seja, conseguiu encontrar uma boa dinâmica e uma postura emocional interessante e bem chamativa para o papel. Já conhecemos bem o estilão de Dennis Quaid, e aqui seu Frank tem estilo e postura para passar experiência e também vivência para os personagens mais novos, de modo que não dá o seu melhor, mas também não desaponta com o que faz. Dos jovens a principal voz fica a cargo de Julian Works com um Joe marrento, mas que se entrega bem para o jogo, e desenvolveu trejeitos bem diretos para os diversos conflitos da trama. Quanto aos demais, diria que os vários jovens foram bem dentro dos personagens que tinham suas diferenças e classes, e os mais velhos trabalharam bem o estilo elitista e preconceituoso dos senhores de clubes de golfe, o que não está errado, afinal era a proposta do longa, mas não valendo dar destaque para nenhum deles.
Visualmente a trama mostrou bons campos de golfe, com suas dificuldades e estilos, mostrou alguns tipos de equipamentos, e até mesmo o campo que os jovens mexicanos criaram para se divertir sem estar nos clubes, tendo boas dinâmicas e claro boas locações para dar toda as nuances que o filme precisava, com campeonatos, alguns momentos da escola, e até mesmo da comunidade mexicana em seus dias festivos, ou seja, tudo simples e funcional que acaba agradando na tela.
Enfim, é um longa que tem uma boa pegada e agrada com a entrega emocional na tela, que teve muitos atos acelerados para não cansar o público com o jogo mais lento que é uma partida completa de golfe, mas que acabou não desenvolvendo tanto a história dessa forma escolhida. Ou seja, é interessante pela entrega, mas dava para ser mais envolvente sem precisar correr tanto, e assim acaba sendo uma dica meio que para quem gosta do estilo. E é isso meus amigos, prometo que amanhã vou dar play em algo sem ser esportivo, voltando aqui com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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