domingo, 14 de julho de 2024

Netflix - Desaparecidos na Noite (Svaniti Nella Notte) (Vanished Into the Night)

Até que demoraram bastante para um outro país adaptar a história do longa argentino, "Sétimo", pois a história em si era bem interessante, tendo mais falhas de direção e desenvolvimento do que erros que fizessem o longa ser ruim, mas como disse no texto dele, conseguiram deixar Ricardo Darín ruim, e isso é algo para pouquíssimos diretores. Pois bem, passados 9 anos desde que estreou no Brasil, e 11 que foi lançado na Argentina, eis que outro Riccardo entra em cena no longa italiano da Netflix, "Desaparecidos Na Noite", e como eu não lembrava absolutamente nada do longa argentino acabei sendo surpreendido com uma história densa e bem trabalhada, que não se acomoda em momento algum, e consegue criar nuances e tensões bem trabalhadas na tela, ao ponto que o final é um pouco exagerado e forçado de descobertas, e a cena de fechamento ficou meio que jogada, mas diria que o resultado por completo acaba sendo um bom entretenimento, principalmente por terem mudado praticamente todo o desenrolar da história, ou seja, mesmo que você tenha visto o argentino recentemente vai conectar todas as fichas, sendo algo bem novo e bem feito.

O longa traz a trama envolvente de Pietro, um homem com um passado tempestuoso e que está vivendo um divórcio complicado com Elena, uma psiquiatra norte-americana mas que, por amor a Pietro, se mudou para a Itália. Juntos, eles tiverem dois filhos. Certa noite, Pietro e seus filhos vão para uma fazenda e, misteriosamente, as crianças desaparecem em uma área remota sem deixar rastros. Ele os procura por todos os lugares possível, mas em vão. Como não encontrou as crianças, Pietro, em desespero, é forçado a comunicar Elena, com quem está enfrentando uma disputa pela custódia dos filhos. O ambiente em caos, os pais em pânico e a situação só piora quando eles recebem um telefonema: seus filhos foram sequestrados, para recuperá-los eles terão que pagar uma quantia milionário em até 36 horas.

É até engraçado pensar no estilo do diretor Renato De Maria, pois em um filme que facilmente poderia rodar sem um revólver ser apontado, sem uma briga ou tiro, ele vai lá e coloca isso em algum momento, mas como disse nos outros longas que falei, esse é o seu estilão, e a Netflix gosta bastante dele, tanto que já é seu terceiro trabalho feito para a empresa, ou seja, já é daqueles que tem contrato fixo com eles, e aqui ao pegar um roteiro adaptado em cima de outro filme, ele foi bem sagaz de conseguir criar uma história boa, com nuances interessantes, e claro com uma pegada densa e imponente de um pai desesperado para conseguir dinheiro para o resgate dos filhos, claro fazendo algumas loucuras que talvez muitos não teriam coragem, mas o diretor soube brincar com as facetas da trama e fechar bem. A única deixa que talvez poderia fazer o filme ficar bem melhor seria talvez o início ser usado no meio do filme, bem na volta da Grécia o rapaz chegaria em casa e viria meio como um flashback da cena que usaram aqui no início, pois ficaria bem explicado e a bomba aconteceria numa formatação incrível, mas como adaptaram um filme existente, lá também começava dessa forma, então teve esse errinho que vai deixar alguns desanimados.

Quanto das atuações, diria que Riccardo Scamarcio colocou muita presença em seu Pietro, trabalhando bem seu lado desesperado na busca das crianças, e sabendo ser bem blasé, porém com apreensão nas cenas na Grécia e no barco para passar despercebido, mas foi bem ágil na desenvoltura final, sabendo entregar olhares e trejeitos fortes para sua acusação funcionar e envolver, mostrando presença cênica e muita dinâmica, que foi exatamente o que faltou fazerem com Darín no longa original. Agora Annabelle Wallis conseguiu com poucas cenas trabalhar um cinismo e olhares tão falsos para sua Elena que em momento algum conseguimos decifrar seu pensamento, tendo claro uma cena meio que falha, de ir viajar e voltar na mesma noite, coisa impensável para qualquer voo, mas tirando esse detalhe do roteiro, a atriz fez bons trejeitos e chamou atenção. Ainda tivemos alguns bons atos soltos das crianças e de Massimiliano Gallo com seu Nicola, mas a base mesmo ficou com os dois protagonistas, então nem vale sair dando destaques a toa.

Visualmente o longa teve uma boa entrega de uma família bem rica, com um apartamento chique, uma fazenda bem rica, um tremendo de um barco, que só fica atrás do barco do traficante com muito mais requinte, de modo que toda a procura do protagonista pelos vários ambientes da fazenda chega até cansar, mas como foi dinâmico, a pegada acaba sendo bem boa, também tivemos bons atos num restaurante grego, algumas cenas em alto mar bem trabalhadas, e toda uma correria para que o protagonista chegasse da fazenda ao aeroporto passando pela casa com muita imposição, mostrando alguns detalhes até que forçados para o roteiro, mas que funcionaram dentro do que o longa pedia.

Enfim, é um filme que quem não souber que é uma adaptação de outro filme irá conferir tranquilamente e mesmo com alguns errinhos aqui e acolá irá curtir toda a ideia, tanto que é o longa mais assistido do final de semana na plataforma de streaming, mas quem já viu o original argentino irá lembrar de alguns momentos e ficará tentando comparar, o que não recomendo, pois sendo algo bem diferente, o resultado acaba ficando estranho de certa forma, então veja como um bom passatempo, que vai valer a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda vou conferir mais um longa, então abraços e até logo mais.


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