Diria que o diretor Pulkit foi bem coerente na formatação que desejava passar em seu longa, de tal forma que ele poderia ter trabalhado o canal da jornalista em algo mais requintado e chamativo, mas quis deixar ele como algo de alguém que sonha realmente em fazer a diferença com suas matérias e usando tudo da forma mais barata possível, inclusive mostrando o quanto talvez vale a compra de uma notícia de fontes por lá (fiz a conversão do valor que o rapaz pede pelo material e deu uns três mil e poucos reais - o que está dentro mais ou menos), e claro que junto de tudo ele ainda elaborou boas denúncias de setores do governo que acabam sempre envolvidos com casos e que muitas vezes passam o pano para toda a situação, empurrando a sujeira para baixo do tapete. Ou seja, o diretor criou algo simples, com um jornal simples e uma jornalista disposta a enfrentar tudo e todos para que seu material viralizasse e chegasse nos grandes nomes, sendo sucinto em alguns atos, bem direto em outros, e não economizando no material mais cru, o que deu um tom bem marcado na tela.
Quanto das atuações, a atriz Bhumi Pednekar deu um bom tom para sua Vaishali, sabendo dominar a presença frente as câmeras tanto do filme quanto do seu jornal, tendo uma postura marcante e bem direta, não levando desaforo para casa, e trabalhando trejeitos fortes para que fosse bem convincente, ou seja, segurou o longa com tudo o que tinha e não desapontou como protagonista. Aditya Srivastav fez o tradicional antagonista que todo mundo odeia ver em um filme do estilo, trabalhando seu Bansi como alguém que ninguém vai enfrentar de frente, que tem mil contatos e se acha o próprio dono do mundo, e fez trejeitos com muito desdém chamando atenção totalmente. Ainda tivemos bons momentos com o câmera vivido por Sanjay Mishra sempre meio resmungão (como a maioria dos câmeras de programas jornalísticos são), mas sendo perfeito no momento que teve de inventar a história para o secretário, tivemos algumas cenas bem densas com Tanisha Mehta com sua Sudha trabalhando olhares desesperados para contar algo, mas com muito medo da repreensão que poderia acontecer com ela, entre muitos outros bons atores, mas que foi o que acabou pecando um pouco no longa, pois acabou dando voz para muitos personagens, e isso acaba virando uma novela.
Visualmente o longa foi bem montado pela equipe de arte, mostrando alguns alojamentos de jovens órfãs pelo país, mas a parte bem forte foi mostrar o ambiente do abuso aonde tinha muitas jovens bem novas, todas aglomeradas, sendo drogadas e levadas para uma mini-boate no andar superior com os vários homens de lá, o quarto médico depois desmantelado com muitos medicamentos e coisas para forçar o abuso, além disso vemos o jornal bem básico da protagonista, com apenas um mapa de fundo e uma bancada singela, uma câmera e um fone funcionando parcialmente, ou seja, tudo bem precário em ambos os lugares, também mostrando um pouco dos órgãos públicos do país, uma polícia também simples, mas tudo bem representativo que deu um bom tom para a produção toda.
Enfim, é um filme com um orçamento não muito alto, mais simples de desenvoltura, mas que conseguiu falar bem alto com a mensagem passada e foi bem representativo com o tema todo, de tal forma que vale demais a conferida, e claro, a reflexão. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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