Estaria mentindo se dissesse que conheço o estilo do diretor Tushar Hiranandani, pois como já falei fujo bastante da maioria dos longas indianos, e o que posso dizer é que aqui ele usou a base bem tradicional de inspiração, canções explicativas, motivação, mais canções, romance, mais canções e fechamento com as devidas quebras de barreiras, e isso não é algo ruim, mas incomoda por deixar uma trama de "homenagem" biográfica fantasiosa demais, o que certamente não ocorreria nas mãos de qualquer outro diretor do mundo inteiro. Ou seja, que a história de Srikanth Bolla é algo que certamente deveria ser contada para todos terem uma inspiração de superação e metas, isso é fato, mas dava para cortar fácil uns 40 minutos do filme, e ainda seria algo emocionante e bem feito, mas é o estilo do cinema deles, então com certeza muitos por lá devem ter adorado a produção, e assim o serviço do diretor funcionou.
Quanto das atuações, confesso que acreditei bastante que o ator Rajkummar Rao fosse cego realmente, pois trabalhou trejeitos e expressões de uma forma tão coerente que seu Srikanth ficou perfeito, e bem parecido com o verdadeiro empresário, mas o que mais me assustou ao pesquisar é a idade do ator fazendo um jovem em época de faculdade, pois até achei que fosse outro, mas não, ele foi muito bem maquiado para parecer mais jovem, e acertou no que fez na tela. Jyotica foi perfeita no lado emocional de sua Devika, trabalhando bem como grandes mestres fazem para que seus alunos mudem de vida, e aqui ela foi mais do que apenas uma professora, mas sim uma mãe adotiva para ele em muitos momentos, e a atriz trabalhou com uma serenidade emocional bem encaixada. E dentre os demais vale o destaque para os atos mais densos de Sharad Kelkar com seu Ravi, que foi um tremendo amigo do verdadeiro personagem, pois qualquer investidor com as palavras que escutou teria deixado o cara amargar o ego e ainda colocaria um processo em cima, e é nítido em algumas cenas que o ator até engoliu seco pensando como responder a altura e sair do texto, ou seja, foi bem no que fez.
Visualmente a equipe mostrou um pouco do interior da Índia, o sistema precário de estudo de algumas cidadelas, e um pouco de como era o sistema educacional não apenas de lá, pois em muitos países a maioria das escolas não está preparada para alunos com deficiência, vemos também uma escola adaptada para cegos, e a ida do jovem para o MIT (aonde usaram um drone para voar por tudo para mostrar o máximo do local), depois tivemos alguns atos da escola de computação que o jovem criou e suas fábricas de papel, além de premiações e passeios pelos EUA, tudo de forma bem representativa na tela, mostrando um pouco do mundo complexo dos deficientes visuais com suas bengalas, além de atos com presidentes e candidatos na época que o personagem achou que podia voar ainda mais.
Enfim, é um filme que funciona dentro do que foi proposto, de homenagem e também de inspiração para jovens se superarem, mas que tem seus exageros e que mesmo não chegando a cansar dava para ser reduzido para algo mais fechado e envolvente. Claro que recomendo ele por ser uma boa história, mas sei que muitos também irão se incomodar com os excessos, então fica a dica para ver relevando os atos musicais (que felizmente não colocaram os protagonistas para cantar e dançar). E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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