Se no seu filme anterior aplaudi muito a diretora e roteirista Lucía Puenzo, aqui acredito que ela se perdeu demais no vértice escolhido, pois em alguns momentos ela tentou ir por um lado mais real da produção, em outros jogou totalmente com a ficção, e ao final já não sabia mais o rumo que desejava entregar, de forma que a ideia em si acaba perdida, pois dava para trabalhar muito bem toda a essência dos grupos de apoio que acabam virando uma família e que por vezes até afasta a verdadeira família de uma pessoa, poderia trabalhar bastante com o lado do prazer em sentir dor ou choques, e até mesmo brincar secundariamente com o fator do relacionamento da garota com a mãe no passado, mas sem que isso virasse o ponto máximo da trama, que acabou ficando meio sem elo, ficou repetitivo sem dar conexões, e desandou todo o restante que acabamos não focando tanto. Ou seja, o erro foi na escolha do percurso e não na finalização estilo Netflix como falei no começo, pois a diretora tinha muitos vértices para trabalhar, e acabou escolhendo o "mais ruim" de assimilar, o que é uma pena, pois já mostrou outras vezes que sabe fazer muito bem um filme.
Quanto das atuações, diria que a jovem Mariana Di Girólamo foi bem intensa e conseguiu desenvolver trejeitos bem realistas de orgasmo e prazer pela dor do choque, criando olhares e sensações bem colocadas em sua personagem Ada, além de atos que misturaram também algumas emoções mais dramáticas que a atriz dominou bastante na tela. Germán Palacios também foi bem expressivo e com traquejos no tom da voz deu ares sensuais e bem marcantes para que seu Juan passasse bem mais do que apenas um médico de apoio, sabendo dominar o grupo com presença e claro fazer com que a protagonista grudasse seus olhares e muito mais nele. Quanto aos demais, tivemos bons diálogos com a personagem de Ofélia que Mariana Anghileri fez, e também diria que faltou presença para que Guillermo Pfening colocasse seu Jano para chamar atenção, de forma que ficou muito em segundo plano, mostrando um marido ausente demais para o que a personagem precisava.
Visualmente a trama escolheu ambientes interessantes, como uma casa cheia de aparatos elétricos para fazer a protagonista surtar em contraposição à casa simples do médico aonde ocorria os encontros com ambientes isentos de eletromagnetismo e outros aparatos para choques, também mostrou um ambiente moderno e interessante de produção de leite, que não incrementou muito para o filme, mas que deu a nuance da vaca que levou o raio também estar desejando a cerca elétrica e novos raios, mas sem grandes frutos para a produção em si. Quanto da maquiagem e dos efeitos dos raios, diria que a equipe foi bem coesa para que não ficasse tão falso na tela tanto as cicatrizes quanto as explosões.
Enfim, é um filme que dava para trabalhar bem mais com tudo, mas que se perdeu no miolo não tendo grandes atos marcantes, de tal forma que valeu para vermos uma produção interessante de maquiagem, mas que dava para ter ido além para que causasse um impacto realmente na tela, mas que acaba não sendo algo ruim de ver, então para quem estiver sem muitas opções vale o play. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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