Na trama, Graça é uma mãe de 14 filhos e moradora do subúrbio do Rio de Janeiro. Depois de ganhar uma indenização inesperada, ela decide torrar o dinheiro levando toda a família para um feriadão em Búzios-RJ. Agora distante da comunidade onde se passaram as seis temporadas dessa personagem icônica, Graça mostrará várias confusões causadas pela família que quer aproveitar a viagem ao máximo.
Não digo que o longa não tenho um formato cênico funcional, pois estaria mentindo muito, afinal o diretor César Rodrigues sabe muito bem como fazer tramas de comédia para o cinema, já acertando muito e errando muito também, mas aqui ele desenvolveu a vontade do grupo de ir viajar para o mesmo lugar que uma das filhas vai, e fazer sua bagunça tradicional lá, precisando voltar logo para a formatura da outra filha, e nesse sentido fez as devidas homenagens para os mais pobres que conseguem se formar, trabalhou a sacada de alguns riquinhos que tem vergonha de apresentar a namorada pobre pros pais, a filha pobre que tem vergonha de mostrar a família bagunçada pro namorado rico, e por aí vai, mas o que mais me incomodou, e acredito que para a maioria também foi isso, foi o fato dele nem tentar apresentar quem é quem, sendo algo somente para os fãs do programa, e o segundo fato, e o principal, é de sua trama faltar com a graça, pois se o restante da sala estivesse rolando de rir, eu com certeza falaria que eu não entendi por nunca ter visto, como já aconteceu em alguns animes, mas não, o diretor que fez um "Minha Mãe é uma Peça 2", que faz você sair chorando da sala de tanto rir, não conseguiu aqui um esboço de sorriso de qualquer um que saísse da sessão, ou seja, falhou muito.
Quanto das atuações, o estilo de Rodrigo Sant'Anna é exagerado, e isso sabemos perfeitamente, e aqui sua Graça tem uma pegada bem jogada, mas que convence no que faz, pois mesmo forçando entrega a personagem dentro do que propõe, faltando talvez um texto melhor para que flua melhor em cena, e claro com piadas que façam rir realmente, senão é só gritaria e não funciona. Isabelle Marques foi quem mais teve tempo de tela com sua Briti, e trabalhou até que bem com o que tinha para chamar atenção, fazendo trejeitos tristonhos por vezes já que sua vontade era ficar no Rio para sua formatura e comprar um vestido, mas também teve alguns atos tentando soar engraçada com a mãe, o que acabou não rolando. Ainda tivemos atos mais escrachados com Andy Gerker com seu Maicon e o lado do exagero de fama de Roberta Rodrigues com sua Sara Jane esbanjando luxo ao invés de ficar ao lado da família, mas ambos sem conseguir chamar muito a trama para si.
Visualmente pelo menos não fizeram o que os últimos longas nacionais de comédia andam entregando que é o famoso pacote divulgação de resorts, pois já virou algo forçado e exagerado demais negociar cotas de tela para vender o ambiente de filmagem, e aqui embora mostrem o tamanho do resort, apenas fica nisso, com logo todo mundo saindo e levando todas suas tralhas para um camping, e claro remetendo muito a outro filme nacional de farofeiros, com tudo e mais um pouco numa praia, o que sempre funciona nesse estilo, tendo também alguns atos na comunidade e em algumas lojas, além claro de um ônibus, mas sem grandes chamarizes para que pudesse funcionar melhor.
Enfim, é um filme básico demais, que não consigo enxergar alguma mudança simples que fizesse ele funcionar, pois a falha está mesmo no roteiro e nos diálogos quase que inexistentes, de modo que a história até tem uma fluidez, mas como a base de uma comédia é fazer rir, o resultado aqui é desesperador e não vai a lugar algum. Agora fico com dó dos meus amigos dos cinemas, pois com a cota de tela vão ter de segurar ele roubando uma sala inteira por um bom tempo, já que não tem nada nacional vindo de grande tão cedo. E é isso pessoal, não tenho como indicar ele para ninguém, a não ser que você seja maluco pela série e talvez ria de algo que não faz rir, do contrário é melhor tentar ver qualquer outra coisa. Eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
PS: Fui bonzinho na nota, mais pelo diretor que conseguiu fazer algo linear sem ser só um amontoado de esquetes, pois dava para dar menos nota ainda!
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