Diria que os diretores e roteiristas Logan George e Celine Held foram bem precisos nas escolhas dos ambientes e claro no desenvolvimento com os protagonistas, aliás a diretora também é a protagonista da trama, e com isso o filme tem dinâmicas bem empregadas e um estilo quase que documental na tela, mostrando o drama da garotinha que gosta do seu mundo escuro, que está acostumada com tudo ali, e que mesmo não sendo o melhor lugar do mundo, é o único que conhece, que quando é tirada à força pela mãe daquele ambiente se vê perdida e conhece um mundo muito pior aonde sua mãe vivia quando a deixava lá embaixo. Ou seja, a densidade dramática fica bem em torno da garota, mas com explosões mais intensas em cima da mãe, afinal se prostitui, é viciada e quando bate a necessidade surta ainda mais com o que ocorre nos atos finais. Sendo assim tinha tudo pronto para ser perfeito, tinha um visual expressivo pela ótima fotografia escolhida, mas acabou pecando no exagero do desespero ao invés de uma dramaticidade mais emocional, e assim o filme entrega algo bacana na tela, mas que não explode como poderia, mostrando que os diretores até acertaram na escolha técnica, porém seguraram demais tudo para o fim.
Agora falando da atuação da diretora Celine Held, posso dizer que sua Nikky foi intensa, bem expressiva e mesmo tendo alguns atos meio que incoerentes, conseguiu chamar a responsabilidade da trama para si, impactando nas dinâmicas e criando algo marcante aonde o foco ficasse só nela e na garotinha, o que é interessante de ver, mas que até dava para abrir um pouco mais. E falando da garotinha, a jovem Zhaila Farmer estreou com uma entrega primorosa, cheia de envolvimento e trejeitos na medida certa para que sua Little chamasse atenção, de tal forma que ainda é bem jovem, mas certamente será chamada para muitos outros testes, afinal agradou com diálogos precisos, mas muito mais do que falas, trabalhou olhares emblemáticos que marcaram o filme. Ainda tivemos algumas outras boas participações com Jared Abrahamson como o cafetão Les, e Fatlip como o traficante do túnel John, mas sem grandes chamarizes.
Visualmente o longa trouxe alguns atos dentro de túneis, com "casas" bagunçadas de elementos, porém organizadas para ser o mundinho da garota, tendo muitos elos cênicos para dar dinâmica e representação dos atos que são mostrados, além claro depois de algo bem acelerado quando vão para o lado exterior, tendo um apartamento/prostíbulo bem simples, mas que mostra bem o que ocorre ali, e claro depois toda a correria dentro do metrô mudando de um lado para o outro para intercalar as estações como muitos sabem o funcionamento, com algo insano na tela.
Enfim, é um filme interessante e cheio de nuances bem colocadas, que acaba agradando pela condução na tela, mas que como já disse, faltou emocionar mais, pois dava para os diretores apelarem mais para o lado humano dramático que aí sim o longa ficaria perfeito. Mas ainda assim vale bem a recomendação, então quem estiver caçando algo bacana vale alugar ele na plataforma. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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