O longa vai contar a narrativa de Estelle Vasseur, uma comandante de avião muito boa no que faz e que leva a melhor vida que poderia ter ao lado do seu marido Guillaume Vasseur, um médico renomado e um marido protetor e amoroso. Um certo dia, em um corredor do aeroporto, Estelle cruza seus caminhos com Ana Dale uma fotógrafa que foi o seu primeiro amor há 20 anos. O que Estelle não espera, é que esse reencontro está longe de ser apenas uma coincidência ou algo passageiro. Na verdade, esses caminhos cruzados por acaso e sem pretensão nenhuma, revela-se em uma chama de amor crescente que a levará em uma espiral de sentimentos, onde a colocará em uma posição de dúvida entre o seu passado apaixonado e o seu presente perfeito.
Diria que a carreira do diretor francês Yann Gozlan é bem mista, trabalhando entre tramas de ação e dramas, aonde pode desenvolver bem suas sínteses de formas criativas e interessantes, e se em 2021 adorei o que ele fez, em 2017 odiei com muita força seu outro filme, e o de 2022 tá na lista da Netflix desde então não chamando tanto minha atenção, ou seja, vou procurar manter na mente somente esse de hoje e o de 2021, pois foi aonde ele mais acertou, e digo isso mesmo com minha cabeça ainda tentando desamarrar todos os nós que ele deu, já que fiquei em determinado momento da trama até com vontade de voltar um pouco o filme para ver se tinha captado a ideia, mas como não gosto de fazer isso, segui e depois compreendi toda a sacada. Ou seja, a base da história se olharmos depois de conferida até é bem simples e fácil, mas a montagem complexa junto de todo um contexto cheio de voltas e reviravoltas acaba entregando uma perspectiva do diretor que faz sua trama ir para outros rumos bem mais marcantes.
Quanto das atuações, a atriz Diane Kruger tem um estilo fechado de interpretação que por vezes até incomoda, mas muitas vezes ela consegue segurar tão bem seus personagens que acaba nos deixando com raiva do que faz em cena, e aqui sua Estelle tem uma pegada meio que dura consigo mesmo, oscilando algumas nuances mais intensas e outras mais introspectivas que fluem na tela, ou seja, consegue chamar o filme todo para si e garantir que o foco funcione totalmente. Marta Nieto trabalhou sua Ana de um modo mais solto, aonde sabendo fazer bons jogos de olhares acaba trazendo mistério para a personagem, mas também seduz e assombra a protagonista de um modo bem fácil de se notar, conseguindo agradar também com o que faz. Quanto aos demais, Mathieu Kassovitz até entregou alguns momentos interessantes com seu Guillaume, mas nada que fosse impactante, e Amira Casar também deu algumas nuances com sua Johana, mas tudo bem básico e sem grandes chamarizes.
Visualmente a trama entrega alguns atos bem colocados dentro tanto da cabine de aviões quanto de simuladores, mas o que chama mais atenção é a mansão da protagonista e também a casa de praia aonde vai para ficar junto da outra moça, tendo alguns momentos mais bagunçados e abandonados para dar o contexto da trama, além de alguns leves momentos em um iate e no hospital, tendo ainda carrões e motos bem chamativas para tentar dar alguns símbolos na trama. Ainda tivemos muitos elementos cênicos como as provas de pilotagem que a protagonista faz, os muitos remédios que ela toma para dormir e claro a rachadura na casa que dá para observar lá dentro tudo, ou seja, um filme cheio de amarrações que fluem bem na tela e que se fazem valer para completar toda a ideia da trama.
Enfim, é um filme com uma pegada bem densa que consegue dar um belo nó na cabeça do público, que quem curte esse estilo irá gostar bastante do que verá na tela, que talvez pudesse impactar um pouco mais em alguns momentos, mas que o fechamento surpreende bem, então fica a dica para a conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda vou conferir mais um longa no cinema, então abraços e até logo mais.
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