Diria que o diretor brasileiro Carlos Saldanha ("A Era do Gelo", "Rio") quis trabalhar exatamente a transição do seu mundo animado para o live-action de uma maneira que mantivesse ainda sua essência, mas já mostrasse a capacidade de dirigir atores com uma personalidade bem dosada, e que não fosse forçado demais na tela. Ou seja, a trama brinca sendo a primeira adaptação da amada série de livros de Crockett Johnson que cativou gerações por décadas, e ainda dá a pegada de animações de Saldanha em algo que futuramente pode até virar série já que são vários livros, mas como a base é toda bem infantil, acaba perdendo um pouco o público que for acompanhar tudo. Porém um detalhe é bem colocado na tela, que não é o lápis que tem o poder mágico, mas sim ter uma grandiosa imaginação.
Quanto das atuações, diria que Zachary Levi caiu perfeitamente para o papel de Harold, pois é literalmente uma criança dentro do corpo de um adulto, ao ponto que consegue se jogar bem dentro das sacadas, brinca aos montes com seu lápis, e passa a emoção de sentir o algo a mais em seu olhar, ao ponto que não se deixa perder na tela e acaba funcionando demais com toda a percepção que passa do ambiente, já que por ter trabalhado em outros longas mistos com computação, se jogou e agradou. Lil Rel Howery é sempre meio exagerado demais em seus personalidade, e aqui seu Alce é medroso, mas consegue passar as jogadas do personagem na tela, gritando um pouco demais, mas como o filme pedia isso, foi bem no que fez. Tanya Reynolds acabou meio que exagerada com sua Porco-espinho, mas por ser aventureira acabou não desapontando na correria, mesmo sendo bobinha na tela. Quanto aos personagens do mundo real mesmo, o destaque acaba ficando com o garotinho Benjamin Bottani com seu Mel, afinal se divertiu bastante e acabou entregando atos bem marcados com o protagonista, enquanto o "vilão" vivido por Jemaine Clement acabou sendo bobo e forçado demais com seu mundo épico, ao ponto que acaba sendo o estilo tradicional de vilões em filmes infantis.
Visualmente como o giz de cera do protagonista pode criar qualquer coisa, a trama brincou com muitos elementos em movimento, tendo um uso até que exagerado da computação com aviões, helicópteros e outros bichos voadores, de modo que acredito que talvez o diretor tenha imaginado seu longa para ser vendido em 3D, ou seja, temos ambientes bem abertos para tudo fluir com coisas saindo da tela, além de tudo sempre ficar com detalhes roxos da cor do giz, seja aonde fosse feito o desenho. Ou seja, a equipe de arte brincou bastante afinal bagunçar um hipermercado, uma feira e até mesmo uma delegacia com certeza foi algo não muito prático.
Enfim é daqueles longas que você tem de ver sem esperar nada na tela, aonde tudo acaba sendo tão bobinho que acaba agradando, e que claro tem muitos defeitos, mas se entrar no mundo lúdico de algo feito para crianças, o resultado acaba sendo satisfatório, e os defeitos acabam sumindo. Ou seja, agora veremos para onde o diretor vai após essa experiência, se vai voltar para os desenhos ou engrenar de vez no mundo real, pois o meio do caminho já foi percorrido. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto logo mais com outras dicas, afinal vou conferir mais um agora na sequência, então abraços e até breve.
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