Longlegs - Vínculo Mortal (Longlegs)

8/31/2024 02:21:00 AM |

Muitas vezes quando me perguntam meu gênero favorito acabo falando que gosto de um bom filme, independente do estilo dele, mas todo narrador esportivo tem uma camisa de time preferido guardado no armário, e não seria diferente com críticos e cinéfilos do mundo todo, e um suspense investigativo faz sempre meus olhos crescerem, e se tiver códigos para tentar desvendar aí é correr para o abraço. E a grande sacada do filme "Longlegs - Vínculo Mortal" foi não dizer absolutamente nada do que ele era realmente pelo trailer, de modo que a curiosidade atiçou lindamente todos que estão indo aos cinemas para conferir a trama pelo ótimo marketing positivo e negativo que o boca a boca anda fazendo mundo afora, e diria que gostei até que bastante do longa, só não colocando ele mais para cima pelo excessivo uso de jumpscares e gritos completamente desnecessário em diversos momentos, pelo ritmo lento demais e pela apatia da protagonista (até entendo que tenha um trauma de infância e tudo mais, mas dava para expressar um pouco mais na tela), pois mesmo caricato o personagem de Nicolas Cage tem uma boa pegada estranha e maluca (meio que quase um It sem ser um palhaço), toda a ideia do culto e do pacto com a cúmplice acabou sendo bem interessante, e a densidade dramática funciona bem com o estilo de suspense escolhido, só talvez daria uma vertente melhor para os códigos, pois aí sim a trama ficaria mais completa, mas isso seria exigir demais.

A narrativa segue a agente do FBI, Lee Harker, que é convocada para reabrir um caso arquivado de um serial killer em uma cidade tranquila. À medida que Lee mergulha na investigação, ela descobre indícios perturbadores de práticas ocultas ligadas aos crimes, levando-a por um caminho sinuoso e perigoso. Conforme desvenda pistas, Harker se vê confrontada com uma conexão pessoal inesperada com o assassino, lançando-a numa corrida contra o tempo para evitar novas vítimas. Contudo, à medida que avança, percebe que algo sinistro a observa de perto, ameaçando não só o desfecho do caso, mas também sua própria segurança. Enquanto luta para desvendar a verdade por trás dos assassinatos, Harker se vê numa encruzilhada entre o dever profissional e os segredos sombrios que emergem, transformando sua investigação em uma batalha intensa entre a razão e o desconhecido.

Sei que o estilo do diretor e roteirista Osgood Perkins é mais pegado para o terror lotado de jumpscares (os famosos sustos gratuitos de coisas que aparecem do nada na tela), só que precisava ter visto que aqui o seu filme é todo puxado mais para o lado do suspense, então não precisaria ficar colocando gritos e imagens piscando na tela, mas sim desenvolvido mais a tensão com o ambiente e com uma dinâmica mais envolvente, e isso o seu filme já possui, então era só ter trabalhado alguns elos a mais, e o resultado acabaria perfeito, mas são estilos, e isso dificilmente um diretor muda durante a vida. Claro que muitos vão assistir e achar bobo, outros vão dar risada do estilo estranho do personagem, mas longas que tem essa pegada (dando um leve spoiler - satânica) são com esse estilo, de trabalhar alguns elementos que nem todos acreditam, do lance de prender a alma e tudo mais, e aqui a densidade nesse sentido se encaixa bem na história, mostrando algo até interessante de ser visto na tela.

Quanto das atuações, já conferi até que uma boa quantidade de longas com Maika Monroe, e ela sabe ser bem melhor do que o que acabou entregando para sua Lee Harker, de modo que acabou ficando muito morna e apática para uma protagonista, tendo até alguns atos com uma certa atitude, mas não convence com o que faz na maior parte do longa, pois o trauma deveria ter sido melhor mostrado da infância para que tivesse tudo isso no que faz. Blair Underwood até trabalhou seu agente Carter com uma certa intensidade clássica de filmes policiais, mas nos atos finais que precisava ir mais além acabou ficando seco demais, o que certamente não era o esperado para aquilo. Nicolas Cage ficou bem caricato com seu Longlegs, de modo que entregou personalidade para um papel novo em sua carreira, conseguindo chamar atenção, mas quem não gosta do ator vai somente achar bizarro sem criar qualquer vínculo mais interessante para o que faz. Quanto aos demais, a maioria apenas aparece, tendo alguns atos expressivos mais marcantes para Alicia Witt como a mãe da protagonista, mas também não foi muito além.

Visualmente a trama não traz nada de muito novo para um filme do estilo, e isso embora seja um pesar acaba não atrapalhando o resultado final, tendo muitas casas bagunçadas com toneladas de coisas que ajudam a encontrar alguns símbolos da trama ou em reformas com os famosos plásticos pendurados, vemos ainda as bonecas estranhas e também muitos atos escuros para dar os sustos gratuitos que são tradição em estilos de filmes com jumpscare, ou seja, a equipe de arte não tentou criar muito na tela, e isso deixou o longa um pouco simples demais, mas sem incomodar de modo geral.

Enfim, é um filme que quem curte sustos gratuitos vai gostar, e que quem gosta do gênero investigativo também vai entrar no clima, agora quem for esperando um terrorzão de primeira linha como o marketing do longa estava vendendo, de algo assustador e tudo mais, aí a decepção vai ser grandiosa, mas como fui conferir sem saber nada além do que não tinha sido mostrado no trailer confuso, acabei gostando bastante, e valendo dar essa recomendação com a ressalva de sempre ir conferir sem ver nada sobre a trama. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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