Netflix - A Liga (The Union)

8/18/2024 09:03:00 PM |

É engraçado como a maioria dos filmes originais de ação/espionagem da Netflix se parecem tanto, meio que em uma tentativa de criar um 007 ou algo semelhante, que tenha sua franquia de inúmeros filmes, missões e tudo mais, e estaria sendo hipócrita se falasse que não gosto de ver isso, afinal é sempre bacana e empolgante filmes de espionagem e ação, com desenvolturas de carrões correndo, tiros, saltos, personagens que parecem bonzinhos e depois mudam de lado, e por aí vai, porém convenhamos que de original mesmo não anda quase nada aparecendo, afinal reinventar a roda depois que ela está rodando perfeitamente tem de ser muito maluco para criar sabe-se lá algo hexagonal falando que vai ser bem melhor assim. Dito isso, "A Liga" entrega até que um bom entretenimento para um domingo, sendo mais um filme do estilo, aonde até exageraram na dose de que um homem comum pego aleatoriamente em duas semanas vai ser super bem treinado, sabendo manejar armamentos, lutar com brilhantismo e tudo mais, mas que sendo um Mark Wahlberg que já fez tantos filmes do estilo, a entrega acaba sendo bem colocada, e a trama permeia a brincadeira do gênero de traições, de conexões, de vendas de informações, contanto com os traquejos tradicionais do estilo, mas que não desapontam, mesmo abusando de nossa inteligência e de situações levemente artificiais, então veremos se terá fôlego para gerar continuações, afinal essa é a proposta da companhia.

O longa conta a história de Mike, um trabalhador da construção civil de Nova Jersey, que foi recrutado para uma missão inesperada e isso faz com que a sua vida mude drasticamente: embarcar em uma jornada para virar um espião. A pessoa responsável por chamar Mike para essa missão foi a sua ex-namorada, Roxanne e essa missão é da inteligência dos Estados Unidos e de alto risco. Como um aspirante a espião, ele tenta ajudar na missão, mas comete alguns erros de iniciante ao longo do caminho que podem custar a sua vida.

O estilo do diretor Julian Farino é bem mais colocado dentro de séries, e aqui na trama isso fica bem nítido de ver aonde a base da trama meio que se divide em partes, mas sem precisar de grandes pausas, de forma que tudo flui bem, ele entrega boas cenas de ação em lugares inusitados seja no chão ou no telhado, e claro muitas cenas de perseguição em quase todo o longa, de modo que se fosse fazer uma classificação bem realista do longa seria filme de perseguição. Ou seja, não vemos na tela um filme que possamos falar que é a identidade do diretor, pois antes desse nunca vi nada dele, mas como já vi diversos longas da Netflix na mesma formatação, fica claro que a encomenda da produtora foi essa e ele apenas imprimiu o formato na tela, tendo um ou outro ato de ousadia, mas principalmente deixando que os protagonistas se jogassem por completo, sem precisar de grandes desenvolvimentos ou apresentações, e isso não é ruim de ver, apenas acaba sendo o famoso enlatado do estilo que facilmente qualquer um faria se fosse colocado como diretor.

Quanto das atuações, você já vai conferir um filme com Mark Wahlberg esperando propriamente suas cenas de ação, e claro trejeitos meio que de não sabe de nada do que está acontecendo, pois isso virou sua marca meio que registrada, e aqui seu Mike é a personificação de vários outros trabalhos seus, só que diferente de chegar já sendo um agente fodão, ele se permite parecer um ser humano comum da classe trabalhadora que cai de paraquedas na corporação para virar um agente de campo com apenas duas semanas de treinamento, ou seja, apelaram um pouco no personagem, mas o ator fez o que sabe fazer bem na tela. Já Halle Berry botou pra jogo todo o estilo que já usou em filmes de espionagem e ação com sua Roxanne, abusando de olhares sedutores, mas deixando os traquejos para bons atos de combate, o que acaba sendo charmoso de ver na tela, e também se entregar para suas habilidades, o que acaba sendo de bom grado no funcionamento completo. Ainda tivemos além dos dois protagonistas boas cenas com J.K. Simmons (que precisei pausar o filme para ver se não era um último filme de Donald Sutherland, tamanha a semelhança com o personagem) com seu Brennan bem imponente e chefiando toda a organização e do outro lado um bom Mike Colter com seu Nick Faraday em duas fases bem diferentes, mas que no começo do longa já dá para saber o que iria acontecer com ele, entre outros atores que se jogaram bem nas cenas de ação, mas sem grandes destaques.

Visualmente eu falo que quase todo longa da Netflix ela usa suas milhas aéreas para levar o elenco para gravar em diversos países tendo algumas cenas iniciais nos EUA, depois Londres e por fim indo para Ístria, mais precisamente na Croácia, tudo claro cheio de grandes armas, uma corporação gigantesca cheio de preparações e treinamentos, carrões para as perseguições (alguns nem tanto, mas que correu igual os demais), e claro muita coisa sendo destruída no set, afinal é um longa de ação e perseguição, então o resultado nem tanto precisava de elementos cênicos, mas no caso aqui uma maleta é a parte mais importante de tudo, e detalhe, fiz o mesmo trejeito de surpresa do protagonista para o cofre dentro da geladeira, que sacada incrível!

Enfim, é um filme bem básico do estilo, cheio de atos e cenas bem tradicionais do gênero, mas que funciona como um bom entretenimento, e dessa forma está entre os mais vistos da plataforma nesse final de semana, e deve se manter por um bom tempo, afinal é o que o público gosta de conferir na tela. Então fica a dica para quem estiver querendo uma boa trama de ação policial, desde que não ligue para coisas tão óbvias, pois do contrário só vai reclamar do começo até o fim do longa. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda tenho mais uma cabine de imprensa para conferir, só que irei soltar o texto só na terça-feira por motivos de embargo de data, então abraços e até logo mais.


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