Netflix - Missão Cruzada (크로스) (Mission: Cross)

8/13/2024 01:11:00 AM |

Já andei falando que anda bem difícil algum lançamento chamar atenção nas plataformas de streaming ultimamente, tanto que ando demorando mais para achar algo interessante de ver do que vendo o longa realmente escolhido, e isso é algo que acontecia muito nos começos das plataformas, e que agora com tantos lugares para procurar está ficando mais difícil ainda. Dito isso, após um tempo caçando algo que parecesse interessante, resolvi dar play na estreia da semana da Netflix, o longa de ação cômica sul coreano, "Missão Cruzada", e embora tenha alguns atos bem trabalhados, não consegue convencer como algo que realmente tenha sido bem empregado meu tempo de tela, pois a armação dos dois lados é estranha e quando surge realmente a pessoa que manda em tudo em uma cena cheia de imposição, você fica pensando quem é, para depois entender um pouco mais, e ver quem era. Ou seja, é daqueles filmes que você já viu inúmeras vezes em outras línguas e estilos, que tenta parecer interessante, mas que apenas tem alguns momentos bacanas na tela, não impactando em nada e nem sendo algo que amanhã lembraremos de ter visto.

A sinopse nos conta que um homem que deixa seu passado para trás e vive como um dono de casa é perseguido por sua esposa por sua vida secreta. Um dono de casa trabalhador e um ex-oficial das forças especiais Kang Moo está escondendo seu passado de sua esposa Mi Sun, que é uma detetive de crimes violentos. Um dia, uma mulher misteriosa, Hee Joo, aparece para Kang Moo e Mi Sun assume que seu marido está tendo um caso. Mi Sun está atrás de Kang Moo e Kang Moo está atrás de outra coisa. Isso eventualmente leva ambos a situações inesperadas. Kang Moo não pode mais ser um dono de casa pacífico, afinal.

Diria que o diretor e roteirista Lee Myung Hoon se perdeu nas ideias com sua estreia nas funções, pois o filme tenta ser várias coisas, mas não consegue ter uma densidade suficiente para empolgar o público, de tal forma que você acaba assistindo esperando algo, de repente esse algo acontece tão rápido e muda toda a faceta da trama, ou seja, o que ele fez não é ruim pela ideia apresentada em si, mas faltou transformar a ideia completa em algo que empolgasse ou divertisse, pois tudo demora demais para acontecer, e quando acontece se perde sem que tenha força suficiente para agradar. Ou seja, é daqueles filmes que você vê o diretor tentando a todo momento ter um grande ato chamativo, mas que não sabe aonde colocar ele, tendo um final básico demais para completar todo o resultado fraco na tela.

Quanto das atuações, diria que Hwang Jung-min trabalhou seu Kang Moo bem no estilo Jack Chan de ser, sendo misterioso, organizado, mas sendo um espião lutador quando precisa botar pra valer, tendo alguns trejeitos bem encaixados, porém sem chamar tanta atenção quanto poderia. Yum Jung-ah fez sua Min-sun com um estilo bem imponente, mostrando uma policial cheia de marra, e conseguindo passar uma boa impressão na tela com suas lutas e tiros, mas nos atos com mais diálogos poderia ser menos seca de estilo, que aí talvez convenceria mais em seus atos finais. E por fim, Jolene Kim fez sua Hee Joo apática num primeiro momento, trabalhando ares tão simples e sem grandes desenvolturas, para depois voltar toda chefona, com intensidade e trejeitos diretos que acaba sendo até estranho de ver na tela, ou seja, todos os atores tiveram praticamente dois momentos bem distintos que ficou parecendo até que foram feitos em épocas separadas da trama, o que é estranho de ver. Quanto aos demais policiais tentaram fazer gracejos cômicos para chamar atenção, mas mais atrapalharam do que ajudaram a trama a se desenvolver.

Visualmente a trama mostra bons locais de investigação, tendo alguns esconderijos e bunkers (tendo até piadas com túneis ligando as duas Coréias), tendo a casa dos protagonista sem grandes ambientes, mas tendo a sacada do dono de casa, dos karaokês, e claro dos agradinhos para a esposa, uma delegacia meio bagunçada, e muitos soldados armados para grandiosas cenas de tiroteios, além de um hospital e cenas de torturas bem representadas, ou seja, a equipe de arte trabalhou bem para que o filme tivesse um bom conteúdo visual. 

Enfim, é um filme que até prende num primeiro momento, depois se perde no miolo que acaba cansando e ficando agitado no final até que interessante, mas que no resultado final você fica se perguntando o que realmente conferiu, ou seja, o famoso longa que vemos e amanhã quando perguntarem algo dele nem lembraremos de ter conferido, e assim não dá para recomendar muito ele. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, e torçam para que amanhã eu ache alguma coisa melhor para indicar, pois está difícil, então abraços e até logo mais.


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