Diria que o diretor Juan Taratuto trabalhou bem a trama que lhe foi entregue, pois em nenhuma cena vemos momentos arrastados, tudo tendo uma boa dinâmica de diálogos e interações, e mais do que isso soube usar bem o orçamento da produção para mostrar resultado na tela, de tal forma que não criou cenas de perseguições ou explosões gigantescas, mas também não colocou os protagonistas num palco e jogou tudo ali para que o público criasse as alegorias na cabeça, de tal forma que tudo é bem certinho, bem planejado, e assim cada cena tem presença tanto de ambiente quanto de dinâmicas entre os protagonistas. Ou seja, ele fez o básico bem feito na tela, faltando talvez um pouco de expressividade cômica nos atos, pois ele até tenta fazer rir com alguns ensejos, mas acabam soando meio que bobinhos e sem grandes ações marcantes, tanto que ele sobrepõe tudo isso com sacadas bem trabalhadas, e assim acaba puxando o drama quase que como um algo a mais, porém sem pesar a mão na loucura.
Quanto das atuações, a trama flui bem fácil pelo talento expressivo de Mauricio Ochmann que já disse em outro longa que participou ser de um carisma tão bem colocado que passa sinceridade com o que faz em cena, e aqui seu Alan Bender tem traquejos bem colocados e sabe exatamente aonde dar as quebras para que seu personagem não ficasse bobo, estando bem naquele limiar de gostarmos do que faz e de xingarmos pelo mesmo motivo, ou seja, agrada sem errar, e funciona sem explodir na tela. Do outro lado Leonardo Ortizgris trabalhou muito bem seu Vicente/Carneiro com um ar mais irônico e despojado, sabendo segurar as negociações e as provocações com trejeitos bem encaixados, e principalmente criando boas nuances com seus pedidos, sendo daqueles que mesmo não sendo o bonzinho da situação acabamos torcendo pelo que faz na tela. Ainda tivemos alguns bons atos de Tato Alexander como a esposa do negociador, que acaba sendo um pouco forçada nos atos iniciais, mas acabou apagando demais durante todo o desenrolar da trama, o que foi ruim para ela, enquanto Enoc Leaño trabalhou o presidente com trejeitos tão tristes que quase ficamos com pena do que ele acaba sofrendo, entre outros bons personagens que se desenrolam bem, e dão boas conexões para os protagonistas.
Visualmente já falei que a produção foi bem trabalhada no orçamento, tendo a base completa no estacionamento do prédio, aonde montam toda uma base completa de negociações com câmeras e monitores, toda uma preparação completa da equipe de policiais, tendas para interrogatórios e tudo mais, e um apartamento bem montado, mas que só ficaram na sala com toda uma estrutura de bomba, e claro toda a sacada do poligrafo junto do aparelho de choques, ainda contando com a central do governo decidindo tudo e ainda sobrando espaço para comícios, um outro resgate numa comunidade e claro a casa/oficina do sequestrador cheia de preparações para seu plano, ou seja, um pacote completo que a equipe de arte dominou e fez muito bem.
Enfim, é um filme simples que funciona bastante dentro da proposta, que dei o play nele achando que fosse uma comédia mais escrachada, mas que me agradou mesmo não me fazendo rir tanto, principalmente por não ser uma novelona, então fica a dica para conferida sem esperar muito dele, que aí o resultado é certeiro. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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