A trama acompanha a história de duas irmãs, Penélope e Joana Caldas que depois de ficarem cerca de 10 anos distantes, precisam deixar suas diferenças de lado para partir em uma viagem juntas pela Estrada Real. O reencontro repentino acontece depois que elas decidem ir em busca cachaça que o falecido avô deixou de herança para as duas. No caminho, porém, as duas descobrirão coisas inéditas uma sobre a outra e sobre si mesmas, iniciando uma trajetória para se reconectarem apesar das diferenças.
Diria que os diretores e roteiristas Pedro Arantes e Julio Taubkin conseguiram voltar a dirigir após sua estreia em 2020 com "Dente Por Dente" com uma história tão pessoal que tenho quase certeza que se pesquisar bem isso acabou ocorrendo com algum deles, de tal forma que tentaram detalhar ao máximo cada momento da viagem, trabalhando alguns nomes curiosos de cachaças, visitando lugares inusitados e junto disso se reencontrando com as brigas, histórias e momentos que vivenciaram no passado, além de uma viagem bem maluca com um shot batizado em São Tomé das Letras para descobrir alguns detalhes mais imponentes. Ou seja, é um trabalho bem diferenciado da direção e do roteiro, com algo que não é comum de vermos por aqui que é uma comédia dramática que funcionasse sem virar novela, e que mesmo sendo um pouco alongado, não de tempo, mas sim de estrutura, que for conferir irá vivenciar algo bem bacana que vale a pena se envolver.
Quanto das atuações, quando vi o nome de Thati Lopes no pôster já fiquei bem preocupado, pois é uma atriz que costuma forçar muito com suas personagens, porém o que fez aqui com sua Joana foi algo tão bem encaixado, com uma personalidade simples e emocional, que até soa exagerado em alguns atos, mas que aqui encaixou demais na proposta, sendo algo perfeito para o papel, e que mudou meu conceito sobre sua atuação, então que seu agente assista ao filme e peguei mais trabalhos desse tipo para ela. Já Luciana Paes é daquelas que pega tantos filmes diferentes e consegue se transpor totalmente para suas personagens, que nunca sabemos o que esperar dela, e aqui sua Penélope mostra um pouco da profissão de cachaçólogo que realmente existe, e claro mostra que esse grupo requintado não liga para o próximo, querendo de qualquer forma sua garrafa original do passado, e a atriz deu uma boa personificação para que não ficasse chata demais, e assim agradou com o que fez na tela. Ainda tivemos alguns bons atos com Jackson Antunes com seu Paulão e Tonico Pereira fazendo dois papéis, mas como a base ficou com as protagonistas, os demais apenas deram o tom nos devidos momentos.
Visualmente a trama é bem rural, mostrando em detalhes as pequenas cidades aonde o longa se passa, sendo bem na pegada dos road-movies tradicionais, tendo paradas estratégicas em alguns bares e casas mais rústicas, além claro do charme do carro de garapa que elas usam para viajar, sendo algo amplo de ideias e ideais que acabam funcionando na tela.
Enfim, não é um filme perfeito, mas tem muito conteúdo e também entretenimento, de forma que acaba funcionando como uma proposta ousada e diferente do que costumeiramente vemos ser produzido no país, e só por isso já merece ser visto com toda certeza, mas ainda assim com um charme e boas sacadas não cansa e envolve, agradando quem for conferir. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda vou conferir mais um já que os horários legendados dessa semana estão péssimos, então volto logo mais com outro texto, fiquem por enquanto com meus abraços e até já.
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