Sendo o primeiro longa da diretora e roteirista Daina Oniunas-Pusic diria que ela foi bem coerente nas escolhas ousadas que trabalhou, pois facilmente dava para errar a mão em tudo na tela, já que optou por trabalhar uma história fantasiosa em cima de algo tão impactante como é falar da morte, dialogar com uma mãe que a filha está partindo, e ao ver a reação de entrega da mãe e tudo que acaba se desenrolando é algo para se espantar com uma maluquice tão marcante que acaba valendo demais toda a ideia na tela. Claro que tem falhas, e a principal é a de não dar um final mais limpo, e talvez no miolo ter trabalhado meio que de forma acelerada demais, mas o conteúdo complexo que foi escolhido para ser desenvolvido funcionou, e assim sendo até os erros acabaram dando certo, e agora é aguardar se a diretora irá fluir da mesma forma em futuros projetos.
Quanto das atuações, Julia Louis-Dreyfus trabalhou bem a densidade de sua Zora, mostrando bem todo o sacrifício que as mães fazem por seus filhos, mas mais do que isso colocou muita expressividade no olhar e com um estilo desesperador faz a morte temer sua imposição e ataca com estilo na primeira parte do longa, já na segunda entrega personalidade e mostra como sabe dosar um tom cômico dramático com presença e muita sintonia, agradando demais. Lola Petticrew foi muito carismática com sua Tuesday, nem transparecendo as dores da doença, mas sabendo criar jogadas com a morte, envolvendo o pássaro com doçura sem se entregar ao medo, e mais do que isso passando sensibilidade nos seus atos, o que acaba sendo bem marcante na tela. Felizmente consegui ver o longa legendado, pois a imposição vocal que Arinzé Kene deu para o pássaro da morte foi algo que causa muita apreensão, não sendo um medo propriamente dito, mas você sente que a morte chegou ao seu lado, fora as boas sacadas e entregas que conseguiu dar apenas com sua voz, e claro com o pessoal da computação fazendo o pássaro ser bem expressivo também (aliás no filme está muito melhor que no trailer, pois no trailer ficou meio artificial). Ainda tivemos alguns atos da enfermeira vivida por Leah Harvey, meio que simples dentro do que precisava fazer, mas sem dúvida seus trejeitos quando volta correndo com o caos rolando pelas ruas foram icônicos de ver.
Visualmente a trama não é algo muito chamativo, tendo basicamente cenas na casa da protagonista, aonde ela deixa o pássaro se banhar, tivemos algumas conversas bem trabalhadas na cama e na área externa, e claro alguns atos estranhos como dentro dos corpos, além de um começo bem marcado com o pássaro nas ruas dando o último adeus para cada um dos seres aflitivos pela morte, e alguns depois com a mãe andando por vários lugares e fechando com um bom ato na praia. Ou seja, a equipe de arte trabalhou bem contida, deixando que o pessoal da computação fizesse a maior parte com o pássaro que embora seja estranho foi bem colocado nas cenas junto das protagonistas.
Enfim, é um filme com um desenvolvimento simples em cima de um tema tenso, que acaba entregando na tela até mais do que era proposto no início, que alguns nem vão conferir por achar tudo tão estranho no trailer, mas que vale a conferida para uma reflexão mais bem alocada, então fica a recomendação. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, nessa semana sem muitas estreias nos cinemas, mas volto amanhã com mais dicas do streaming e de filmes que em breve estrearão nos cinemas, então abraços e até logo mais.
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