A Vingança de Cinderela (Cinderella's Revenge)

9/03/2024 12:31:00 AM |

Desde que começaram com esse conjunto de filmes que vem sendo intitulado de "Horrorverso" com grandes clássicos infantis feitos em versões mais sangrentas temos visto filmes que por muitas vezes caem apenas no contexto do slasher tradicional que é o de matança desvairada que quem curte até acaba gostando, mas os demais apenas veem e saem reclamando de tudo o que foi colocado na tela, mas em parte até concordo com algumas críticas e as botei nos meus textos dos filmes. E nesse ano já havia aparecido uma outra versão de Cinderela no mundo do Horrorverso, então quando vi que teria esse novo "A Vingança de Cinderela", já tinha colocado como sendo algum tipo de continuação rápida após o lançamento bem feito da última produção, mas não é uma nova versão completamente diferente, e pasmem, muito melhor que a outra, pois aqui não ficou apenas na matança insana, tendo uma história, com um contexto funcional, afinal ser feita de trouxa e saco de pancada de garota e madrasta mimadas não é algo certo, e contando com uma fada madrinha moderníssima que viaja no tempo e conhece coisas de outras eras, o resultado acaba sendo ao mesmo tempo hilário e violento, ou seja, um duplo acerto para quem gosta de filmes do estilo, pois até tem situações bizarras e estranhas, mas nesse estilo vale tudo, então acaba valendo a pena.

Inspirada pelo conto de fadas clássico, esta história retrata a saga da jovem Cinderela e sua luta para viver entre pessoas que a querem muito mal. Depois da morte suspeita de seu pai, a garota passa a viver sob a tutela de sua madrasta, junto das filhas dessa figura maligna. Ao longo do tempo, Cinderela é submetida a torturas físicas e psicológicas, mas não perde a esperança de que seu príncipe encantado um dia virá buscá-la e tudo ficará bem. Quando tudo parecia perdido, surge a Fada Madrinha para ajudar a moça, só que ela não traz apenas magia do bem em sua varinha – há uma máscara terrível e poderosa, pronta para ser usada em uma vingança sangrenta!

Diria que o diretor Andy Edwards soube escolher bem a formatação que sua história iria entregar na tela, pois já tivemos tantas versões clássicas, modernas e até sangrentas da história da jovem órfã que sofre nas mãos da madrasta e das irmãs que qualquer coisa colocada na tela parecerá repetida, mas com uma base bem centrada e umas loucuras a parte ele conseguiu ambientar a trama numa época e brincar com o futuro através da fada madrinha, e além disso mostrou que mesmo a pessoa mais bonitinha e cheirosa do mundo quando fica enfezada sabe sair na porrada com gosto. Ou seja, usou dos artifícios reais para uma loucura mais bem caracterizada, e assim o resultado funcionou bem, mostrando que ele não quis apenas sair matando sem pensar em nada, mas sim dinamizar as situações e entregar algo mais amplo.

Quanto das atuações, nesse estilo de filme é difícil falar que fizeram grandes trejeitos e traquejos para chamar atenção, mas Lauren Staerck trabalhou sua Cinderela bem ingênua e bobinha num primeiro momento e bem violenta nas cenas que botou pra quebrar, não convencendo muito do que estava fazendo, mas também não ficando artificial, e assim acabou chamando atenção. Natasha Henstridge entregou uma Fada Madrinha de primeira linha, sendo sarcástica e bem direta nas intenções para colocar a cliente em primeiro plano, sabendo contratar muito bem seus ajudantes para fazer o cabelo da protagonista (Mark Collier fazendo Vidal Sassoon), o vestido (William Marshal fazendo Tom Ford), o sapatinho tradicional (Craig Edgley fazendo Christian Louboutin) e dirigindo a carruagem elétrica de muitos cavalos (Stephen Staley fazendo Elon Musk), ou seja, um pacote completo e muito divertido de ver. Já a madrasta vivida por Stephanie Lodge, e as filhas vividas por Megan Purvis e Beatrice Fletcher entregaram algo meio que bagunçado e forçado de trejeitos, mas que para os papeis serem irritantes acertaram na forma de fazer tudo. Quanto aos demais, não vale a pena ressaltar muito os homens da trama, pois não fizeram muito em cena.

Visualmente o longa entregou locações interessantes de época com casebres e florestas e até maquiaram bem o interior de um castelo para um baile, trabalharam figurinos interessantes de uma moça plebeia e vestidos mais requintados para as donas da casa, mas também abusaram um pouco do exagero com uma máscara de caveira meio que bizarra para as matanças, tipo algo meio enfeitiçado que dá força para a garota, que ficou meio estranho, mas que coube dentro da ideia da produção, então vida que segue, e claro muitas armas brancas (facas, saca-rolhas, tacos de jogos, entre outros) que foram utilizados para arremessar muito sangue na tela e fazer as devidas lambanças que o estilo pede, mostrando que a equipe de maquiagem e de próteses trabalhou bastante.

Enfim, é um filme que não esperava nada dele, pelo contrário, estava até com um certo preconceito por tudo de estranho que vem sendo o Horrorverso, mas que como andam tendo um contexto chamativo para "destruir a infância dos clássicos", acaba sendo sempre divertido conferir, porém a entrega aqui foi tão boa, que vale até recomendar bastante para que todos vejam, para que quem sabe os próximos sigam essa linha, afinal funcionou bem demais na tela esse estilo. Então fica a dica para conferirem ele nos cinemas a partir da próxima quinta (05/09), e eu fico por aqui agradecendo o pessoal da A2 Filmes que sempre envia seus filmes para conferir nas cabines de imprensa, então abraços e até amanhã com mais dicas.


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