AppleTV+ - Os Provocadores (The Instigators)

9/29/2024 10:56:00 PM |

Costumo falar que se um filme se classifica como comédia, ele tem obrigação moral de fazer o espectador rir, seja com boas piadas e/ou sacadas ou apelando para forçar o riso, pois já está ficando chato um longa se classificar como comédia de ação para não ter grandes gastos no orçamento como uma trama de ação realmente exigiria, e daí ficar com cenas meia boca para tentar agradar é algo que não vale o play. Comecei dessa forma o texto do longa da AppleTV+, "Os Provocadores", pelo simples fato de que o filme até tem algumas cenas chamativas e alguns momentos bem colocados, mas na maior parte é algo tão monótono que chega a dar sono, parecendo que os protagonistas nem estavam com tanta vontade de atuar, quanto mais chamar atenção com a entrega de uma trama confusa e sem grandes elos. Ou seja, é daqueles filmes que você até tenta entrar no clima, mas que na metade dele nem sabe o que realmente queriam entregar.

O longa conta a história de Rory e Cobby dois parceiros relutantes: um pai desesperado e um ex-presidiário que são colocados juntos para roubar os ganhos ilícitos de um político corrupto. Mas quando o assalto dá errado, os dois se veem envolvidos em um turbilhão caótico, perseguidos não apenas pela polícia, mas também por burocratas ignorantes e chefes do crime vingativos. Completamente perdidos, eles convencem a terapeuta de Rory (Hong Chau) a se juntar à correria pela cidade, quando eles devem deixar suas diferenças de lado e trabalhar juntos para escapar.

O que não me conformo é do diretor Doug Liman que tem como característica entregar cenas de ação gigantescas, cheias de imposição e que também sabe brincar com uma comicidade diferenciada, entregar algo tão jogado quanto o que fez aqui, pois é um filme que não parece ter nenhuma proposta, já que os protagonistas nem sabem realmente o motivo que querem o dinheiro, e as cenas são quase todas paradas do tipo que quase alguém precisa pedir para que façam algo no assalto, ou seja, o diretor criou momentos na trama tão bagunçados e outros tão sem ação que você fica se perguntando aonde tudo irá chegar, isso é se vai chegar. Sendo assim, fico com medo até do que ele vai fazer na continuação de um de seus melhores filmes que está em desenvolvimento, pois se colocar esse ritmo lá, com certeza vai decepcionar os milhares de fãs.

Quanto das atuações, sabemos o quão bom é Matt Damon quando pega um bom personagem, mas aqui seu Rory parece meio que deprimido e sem expressões, sendo jogado no meio de um assalto conflituoso, fazendo uma tonelada de perguntas no estilo do burro do Shrek, fazendo anotações sem nexo, ou seja, o personagem já era meio bobão, e o ator conseguiu deixar ele ainda pior, ou seja, não caiu bem em cena. Já Casey Affleck ainda estamos pensando o motivo de ter ganho um Oscar, pois até hoje não pegou nenhum papel que realmente destacasse seu estilo atuando, ao ponto que aqui seu Cobby trabalha alguns trejeitos bem desleixados, não segura uma frase completa que chame atenção, e assim em alguns atos acaba entregando mais desespero do que imposição de assalto, o que desanima de ver. A pobre Hong Chau caiu de paraquedas no papel da terapeuta, pedindo com uma calmaria tão sem imposição na tela que não vai além, e seu ato entrando como policial foi algo que nem em sonho alguém funcionaria na tela, mas se o dos rapazes de bombeiro funcionou, quem iria ligar para ela não é mesmo? Ainda tivemos outros grandes nomes na tela do longa, como Ron Pearlman fazendo um prefeito corrupto derrotado, Toby Jones fazendo o assistente do prefeito, e até Alfred Molina como um padeiro, mas nenhum chamou qualquer responsabilidade para seus papeis, e apenas ficaram quase como figurantes na trama.

Visualmente ao menos o diretor não nos desapontou, afinal criou bem a cena do assalto envolvendo barcos, tiros, uma cozinha cheia de elementos, e depois na cena da prefeitura com cofre voando, entradas de bombeiros e tudo de forma grandiosa, além de uma perseguição com caminhão de bombeiro e carro forte bem imponente, mas é só isso, contando com poucos elementos cênicos marcantes explodiu algumas casas, bateu alguns carros e todo o orçamento foi para o brejo.

Enfim, é um filme que pensei várias vezes em dar play nele desde que entrou em cartaz na plataforma, mas hesitei esperando ter mais alguns para a assinatura valer a pena, afinal por lá é apenas 1 filme novo por mês, então assino, vejo alguns e paro, e infelizmente esse não vale o play. Então para quem tiver com tempo sobrando, e pegou os dias gratuitos da plataforma até vai ser um passatempo mediano que quem gosta do estilo vai entreter, mas não espere nada além do mais básico possível. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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