Kill - O Massacre do Trem (Kill)

9/10/2024 12:41:00 AM |

Já tinha falado que o cinema indiano tem crescido de uma forma meio bagunçada, pois sabemos que suas bilheterias pelo país são de números que muitos produtores nem sonham, e também a quantidade de filmes que fazem é surreal, e agora resolveram invadir também os cinemas do Brasil com a tentativa de algumas distribuidoras colocar tramas mais diferentes do estilo tradicional deles que acreditam serem vendáveis por aqui ao invés de ficarem só no mercado indiano realmente. Só esqueceram de um detalhe simples, quem curte filme pancadaria na sua maioria são adolescentes, então chegando com classificação 18 anos já deu muitos problemas e confusões de ingressos tendo de ser devolvidos e tudo mais. Dito isso, vamos ao que interessa que é falar de "Kill - O Massacre no Trem" que fica bem fácil entender a censura 18 anos, pois é de uma violência exorbitante, aonde tanto o protagonista quanto o antagonista fazem picadinhos de ambos os lados sem nem pensar, numa batalha toda coreografada minimamente para socos e facadas (gigantes por sinal) arrancarem todas as próteses e voar sangue para tudo quanto é lado. Ou seja, é daqueles filmes que você tem que até esquecer da história (se é possível fazer isso em algum filme) e entrar na onda da pancadaria torcendo pela melhor luta possível, e assim dá para curtir o resultado.

O longa vai contar a partir do momento quando o comandante do exército, Amrit, descobre que seu verdadeiro amor, Tulika, está noiva contra sua vontade. Ele parte em uma audaciosa jornada de trem com destino a Nova Delhi, determinado a impedir o casamento arranjado. Porém, a situação se complica quando uma gangue de ladrões liderada pelo impiedoso Fani ameaça os passageiros com facas, transformando o trajeto em um emocionante e mortal confronto onde Amrit os enfrenta em uma matança que desafia a morte para salvar aqueles ao seu redor, transformando o que deveria ser um trajeto típico, em um passeio emocionante e cheio de adrenalina.

Como já disse outras vezes, conheço bem pouco do cinema indiano, por fugir de algumas produções estranhas demais para o meu gosto, então não conhecia o trabalho do diretor e roteirista Nikhil Nagesh Bhat, então o que posso dizer é que ele trouxe uma violência ao ponto que o público deseja ver, pois dava para não ser algo tão impactante e cheio de pancadaria, mas para isso acontecer precisaria colocar mais história na trama, e isso inexiste, pois o protagonista é um soldado que está em missão e ao voltar descobre que a namorada foi prometida pra outro, vai ao encontro dela e depois de embarcar num trem lotado de ladrões, ele resolve bancar o herói e sai distribuindo porrada, mas ao acontecer uma tragédia, aí o cara surta e sai matando pra valer tudo e todos que estiverem em sua frente do grupo de ladrões, e pronto, nada mais, ou seja, como disse acima é só ir conferir sem esperar qualquer história que o longa funciona, do contrário é melhor ir ver outra coisa no cinema, pois o diretor fez boas coreografias, fez muita maquiagem cênica boa de ver com as próteses e muito sangue, mas se isso preenche seu gosto por um filme, esse é o longa e o diretor.

Quanto das atuações, é até engraçado falar isso, mas todos colocaram imposição máxima nos trejeitos que até a dublagem das vozes ficou bem divertida na tela, e no conceito entrega de lutas diria que Lakshya com seu Amrit entregou tudo e mais um pouco, praticamente um imortal com o tanto de facadas que leva e continua lutando, mas trabalhando feições de dor e muita força no olhar expressivo pronto para matar, ou seja, fez o que precisava. Do outro lado tivemos Raghav Juyal com seu Fani, também bem imponente, e mais traiçoeiro nas lutas, mas sendo bem ambicioso (e um pouco burro vendo o combate do oponente), de modo que talvez uma voz mais impactante desse um teor mais divertido para seus pensamentos. A atrizTanya Maniktala até trabalhou sua Tulika de um modo amoroso e chamativo, mas podia ter ido mais além na entrega expressiva de seus atos para emocionar mais. Quanto aos demais vale o destaque para o brucutu chorão Siddhi que Parth Tiwari fez, que se o ator ouvir a voz que colocaram para ele aqui no Brasil com toda certeza mata o dublador com dois socos, e Ashish Vidyarthi com seu Beni que o povo mais chamou ele de tio do que pelo nome, mas tentou inicialmente apaziguar a briga, mas depois surtou e foi pra cima também.

Visualmente o longa ficou só passeando pelos vagões do trem durante todo o filme, mostrando as beliches aonde o povo dorme com cortinas, e claro todos os vilões com facas de todos os estilos possíveis, ainda tendo algumas marretas, canos e tudo mais de arma branca até aparecer a polícia quase que nos atos finais com algumas espingardas, mas não duraram muito, então o ato inicial com os protagonistas chegando em carros com muitos outros soldados, e uma tremenda festa de noivado num hotel foram apenas enfeites cênicos, pois todo a base do longa é em quatro vagões bem semelhantes e nada mais. Já algo que vale um bom destaque cênico ficou para a equipe de maquiagem e de próteses, pois as facas fizeram muitos estragos nos personagens com muito sangue cenográfico e pedaços para todos os cantos do trem, então se não foi tudo bem feito teve uma galera que saiu machucado de verdade.

Enfim, felizmente o longa não tem danças, nem muita melação, embora tenha alguns atos de flashbacks totalmente desnecessários, valendo para quem curte muita pancadaria e sangue pra todo lado, pois é o que funciona no filme, já que história esqueceram de escrever, mas os diálogos dublados ao menos ficaram engraçados e bem toscos. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje, então abraços e até amanhã com mais textos.


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