Não Fale o Mal (Speak No Evil)

9/16/2024 12:41:00 AM |

Antes de mais nada não irei comparar o longa "Não Fale o Mal" americano que foi lançado nessa semana com o dinamarquês lançado dois anos atrás, pelo simples fato de não ter conferido o anterior, então quando surgir a oportunidade, lá eu acabo falando. Dito isso, o longa que conferi hoje tem toda uma tensão marcante daqueles tradicionais filmes que acabamos conversando com os personagens, xingando a família na tela de muito burra, pois são situações tão bestas que acaba faltando atitude para não serem mortos, pois a velha frase "não confie em estranhos" funciona muito bem nesse caso, afinal você apenas conheceu os "amigos" numa viagem, vê algumas atitudes estranhas deles e deixa sua filha andar de moto com o cara, depois vai para uma casa no fim do mundo sem nem conversar direito, deixa novamente a filha com uma babá bem fora dos padrões, e quando descobre as coisas e consegue fugir, voltar pra lá por um motivo tão banal e idiota, ou seja, mereciam ter morrido, pois é inconsequência em cima de inconsequência. Claro que isso é o básico de todo filme de terror, que se a pessoa não faz o primeiro ato, pronto acaba e sobem os créditos, mas ser ingênuo é uma coisa, errar mais do que duas vezes tem de apanhar ou morrer no filme pelo menos. Mas tirando esse mero detalhe, o filme é tenso, tem uma boa presença dos personagens principais, e mesmo com muitos erros acaba agradando com a entrega na tela, mas para isso você tem de relevar muita coisa, e aí é que corre o risco de reclamar de tudo.

A trama acompanha uma família dos Estados Unidos que, após se aproximar de uma família britânica durante suas férias na Europa, aceita um convite para passar um final de semana em sua casa de campo. Inicialmente, o cenário parece perfeito, oferecendo uma pausa tranquila. No entanto, o que deveria ser um fim de semana relaxante logo se transforma em um pesadelo sombrio. Os anfitriões, Paddy e Ciara, começam a agir de forma estranha, revelando uma violência perturbadora e traços de maldade sobrenatural. Ben e Louise Dalton, os visitantes, se veem presos em um jogo sinistro do qual desconhecem as regras, sem saber como escapar da situação cada vez mais aterrorizante.

Muitos ficam bravos quando saem refilmagens tão perto dos originais, mas como bem sabemos os americanos odeiam com muita força filmes legendados, então se uma trama de outro país impacta bem por lá, os produtores já saem correndo para comprar os direitos por milhões e refazem ao seu modo, e pasmem passou dois anos do original simplesmente por ter ocorrido a greve dos roteiristas e dos atores, pois o longa estava a 5 dias de acabar as filmagens, ou seja, era pra ter ocorrido bem antes o lançamento, e o diretor e roteirista James Watkins trabalhou seu filme de uma forma bem diferente de seus outros trabalhos, pois costuma trabalhar atos mais rápidos e diretos sem criar grandes traquejos de suspense e tensão, e aqui ele aproveitou bem cenas mais próximas dos personagens, brincou com facetas explosivas de temperamento do protagonista, e conseguiu que o filme ficasse marcante na tela, pois a ideia em si é bem boa, e mesmo tendo todos os problemas de "burrice" no roteiro que citei no começo, o resultado do trabalho do diretor conseguiu ser bem interessante e envolvente.

Quanto das atuações, o filme se segura mesmo pelos ótimos trejeitos que James McAvoy deu para seu Paddy, que vão se desenvolvendo bem aos poucos, não sendo algo de impacto num primeiro momento, mas sim um estilo que ele já fez outras vezes, criando algo meio psicótico, meio criminoso, que ainda assim convence as pessoas ao seu lado, e o ator sabe brincar bem com isso, de modo que consegue enrolar bem o outro protagonista em uma amizade quase inexistente de anos, o que acaba chamando muita atenção. Aisling Franciosi ficou meio que em segundo plano com sua Ciara durante quase todo o filme, tendo claro alguns atos bem encaixados e olhares também meio que diretos na tela, mas demorou para explodir nos atos finais. Mackenzie Davis também não fez por menos com sua Louise, de modo que foi imponente nos atos que precisou chamar atenção e também conseguiu trabalhar bem seus trejeitos de medo, mas não ficando atrás e se jogando com o que tinha para a briga. Já Scoot McNairy ficou meio que bobão demais com seu Ben, meio fracote e sem postura, de modo que o personagem não convence como marido nem como defensor das mulheres da casa, e isso dava para ter melhorado com uma presença de atuação melhor. Os jovens Alix West Lefler e Dan Hough entregaram boas cenas intensas com seus Agnes e Ant, preenchendo boas lacunas do roteiro e chamando atenção na tela, e claro irritando também o público, mas isso é função necessária, então fizeram bem o que precisavam fazer.

Visualmente a trama foi bem rica, começando por uma viagem bem requintada em um hotel, tendo vários atos com refeições, passeios pelas ruas da cidade, lambretas e tudo mais de luxo, depois temos uma rápida cena em uma Londres chuvosa, com um clima não muito agradável entre os protagonistas, mas em uma casa também bem luxuosa, para irmos na sequência para uma área rural bem isolada, com uma casa rústica, porém imponente, cheio de detalhes de objetos de cerâmica feita por Ciara, um celeiro estranho aonde vemos a cena principal com objetos das outras pessoas, um quarto simples com detalhes de manchas, e tudo muito apertado porém chamativo, alguns atos na área externa da casa, incluindo telhados, e um jantar rústico em uma outra casa bem longe, tudo regado a muita bebida, para na volta termos no dia seguinte toda a cena recheada de sangue e matanças aonde a equipe de maquiagem trabalhou bastante. 

Enfim, é um longa interessante de ver, cheio de boas nuances, que por não ter visto o original acredito que gostei até demais do que vi, claro tirando os fatos das "burrices", mas quem não ligar para isso irá curtir bastante, ficará bem tenso com tudo, e claro irá brigar com os personagens, então fica a dica para a conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, afinal essa semana está bem recheada de estreias e cabines, então abraços e até logo mais.


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