A sinopse é bem simples para não entregar muita coisa, e nos conta que após escapar de uma prisão em Michigan, um charmoso criminoso profissional assume uma nova identidade no Canadá e assalta um recorde de 59 bancos e joalherias enquanto é caçado por uma força-tarefa policial.
Diria que o diretor Allan Ungar até foi bem ousado com o trabalho que fez com o livro que tinha em mãos, pois se deixou levar pela criatividade e acabou brincando bastante com um lado mais ficcional na tela, quebrando por vezes a quarta parede com o protagonista, e ainda colocando na tela a frase "isso ocorreu realmente" em algumas situações bem bizarras como ele pedindo pizza, ou seu parceiro em determinado roubo deixando a arma na cena do crime, e isso é algo que muitos diretores precisam aprender, afinal já disse isso várias vezes que se quisermos ver algo real na tela vamos conferir um documentário, então tem mesmo que aumentar o ego do personagem, brincar com cenas malucas e impossíveis e assim fazer com que tudo soe mais imponente, ou seja, o acerto pode até ficar "não" real, mas acaba divertindo e entretendo, e isso é a função do cinema de ficção, que o diretor soube fazer com primor.
Quanto das atuações, já falei no começo, mas a escolha de Josh Duhamel para o protagonista Robert/Gilbert foi sensacional, pois o ator tem todo um galanteio, se acha mais do que tudo, e principalmente consegue passar toda essa personificação para os seus personagens, e aqui foi ousado, foi certeiro, e brincou como nunca num papel que lhe deu toda a abertura para isso, agradando demais, e até indo além, pois outros talvez deixassem o longa mais cansativo, mas seu estilo fluiu e ajudou muito o diretor. Elisha Cuthbert também deu um bom tom para sua Andrea, soube segurar suas dinâmicas junto ao protagonista, e não deixou que a personagem ficasse como uma mulher submissa, entrando na onda do crime e sendo uma cúmplice rica sem reclamar do dinheiro, o que geralmente acontece na vida real. Uma coisa muito engraçada em Nestor Carbonell é que seus olhos sempre parecem estar pintados com rímel, e aqui até brincaram com isso nos diálogos, pois a trama mostra bem o período que Boy George fez muito sucesso no país, e aqui seu detetive Snydes tem traquejos meio que exagerados, mas que funcionaram bem dentro da proposta da trama. Ainda tivemos outros bons personagens, sem grandes chamarizes, valendo apenas um leve destaque para Mel Gibson como o parceiro de negócios do protagonista, Tommy, que inicialmente era quem o detetive tentava prender, e também Swen Temmel como o outro detetive que entra na caçada, mas mais pelo estilão seco e sonhador.
Visualmente o longa trabalhou bem os diversos bancos, os vários disfarces do protagonista, e até o clube aonde Tommy era dono e o protagonista ia para levar o dinheiro dos roubos, tendo muitos atos também nas casas dele, vários atos dentro de aviões e alguns momentos em prisões, sendo tudo bem rápido e entregue mais como locações dinâmicas para mostrar a astúcia e diversidade de estilo do personagem principal, que acabou agradando bastante na tela.
Enfim, é um filme que tem uma pegada ousada, dinâmica e bem colocada, que não tenta ser maior do que desejavam, divertindo na medida certa e servindo como um bom passatempo descontraído, aonde quem não liga para exageros vai curtir bastante, já aqueles que esperarem algo mais real vai notar que o diretor se deixou levar pela criatividade. Então fica a dica, e eu fico por aqui agora, pois vou engatar mais uma cabine de imprensa que acabou de chegar no meio do longa, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...