Netflix - Feios (Uglies)

9/19/2024 12:33:00 AM |

Todo mundo me perguntando se eu já tinha conferido "Feios" da Netflix, e eu dando a mesma resposta de mil filmes e cabines para conferir, afinal o site ainda chama Coelho no Cinema, mas eis que apenas cinco dias depois da estreia consegui dar o play, e para minha surpresa acabei gostando demais do que vi, pois a trama tem uma pegada bem semelhante à saga "Divergente" que embora tenha seus defeitos (o principal de não terem terminado de forma coerente os livros na telona) é um dos estilos que mais gosto de ver, misturando um mundo distópico com problemas do mundo atual, e a sacada aqui de colocar em discussão a superficialidade do mundo, de pessoas moldadas externamente e internamente para ficarem bonitas e domináveis é algo muito interessante de ver. Claro também tem uma enxurrada de defeitos, o principal é o exagero da computação gráfica e dos formatos feitos por inteligências artificiais (quem falar que não foi usado tá mentindo e muito!), mas a ideia em si se vende fácil, tem uma pegada meio que moderna e chamativa, e faz a base de uma boa saga, vender a ideia e convencer o público que necessita urgentemente da continuação, e como são 4 livros (uma trilogia mais um extra), vamos ter de ficar esperando a boa vontade de gravarem os demais, o que não deve demorar pelo sucesso na primeira semana de visualizações na plataforma (embora a maioria dos críticos tenha odiado!).

O longa se passa em uma sociedade distópica que preza pela perfeição, ou seja, a aparência é tudo. Ao completarem os seus 16 anos, os jovens são submetidos a uma cirurgia plástica para corrigir supostas falhas em suas aparências físicas, se adequando aos padrões de beleza, até que Tally (Joey King) é a corajosa que decide contrariar a todos e vai contra o sistema opressor se juntando aos chamados Uglies.  

Sabemos bem que o diretor McG gosta de franquias e já teve liberação até para fazer continuação de algo ultra-tosco como foi o caso de "As Panteras" e "A Babá", então essa fica como a maior esperança para quem curtiu o filme e depois leu que o longa é a adaptação do livro de mesmo nome, de Scott Westerfeld, lançado em 2003 e que possui mais 3 continuações e 4 derivados, ou seja, é história que não acaba mais, e com certeza a dona Netflix não vai deixar escapar a ideia já que tem um diretor que gosta de efeitos, tem uma pegada jovem e tudo mais, então o que precisam falar para ele apenas é para pedir profissionais melhores que não usem tanto a inteligência artificial para criar personagens, pois ou o maquiador surtou para fazer o Bonito principal ou não sei mais o que é alguém bonito sem soar extremamente artificial (até podem falar que era a intenção de dar essa nuance de artificialidade tanto de cabeça quanto de corpo, mas apelaram demais). Dito isso, a intensidade da trama acaba até compensando e agradando quem curte filmes de ficção com uma pegada mais jovial, e o diretor não nos desaponta nesse sentido, agora é ver como vai continuar.

Quanto das atuações, sei que Joey King é uma das queridinhas da Netflix estando em praticamente tudo da produtora, mas não diria que combinou tanto com o estilo de sua personagem Tally, de modo que pareceu um pouco incomodada com o que a trama pedia, meio que afobada em suas cenas, não sendo ruim de ver, mas a personagem tem 16 anos, e ela não aparentou tanto a idade na tela, ou seja, faltou um ar mais jovial na entrega para convencer o público. Já Keith Powers trabalhou bem o seu David, não indo tão a fundo no personagem, mas desenvolvendo atos marcantes e chamativos, que talvez sejam mais fortes na continuação. Agora quem se divertiu atuando foi Brianne Tju com sua Shay, pois é notável toda a entrega divertida nos atos do skate voador, nas dinâmicas com a protagonista, e até mesmo após a transformação a garota se jogou. Chase Stokes começou bem com seu Peris até antes da transformação, depois virou um Ken humano robótico e extremamente artificial, de modo que não sei se o seu personagem continua no segundo filme, mas faltou dar mais voz e claro uma maquiagem melhor para ele. Já Laverne Cox foi bem imponente com sua Dra. Cable, sendo a tradicional vilã que não põe a mão no pescoço, mas consegue fazer com que os outros ajam por ela, e chamou muita atenção em suas cenas. Ainda tivemos outros bons personagens e atores, com destaque para Jan Luis Castell com seu Croy e Charmin Lee com sua Maddy, mas acredito que serão bem mais importantes na continuação.

Visualmente o longa é bonito de se ver, tendo todo um lado meio sombrio e estranho no dormitório como uma torre cheia de cubículos bem interessante, e do outro lado uma cidade cheia de luzes, fogos, festas e tudo mais, além de uma torre de controle também cheia de detalhes, porém com um excesso computacional gigantesco, de modo que acaba soando até artificial demais o filme, mas como é uma ficção e um ambiente distópico acaba sendo bem trabalhado o gasto da equipe de arte, já do outro lado, na Fumaça tivemos algo bem marcante como uma gigantesca plantação de orquídeas e muitos incêndios, além da floresta aonde os membros vivem, ou seja, já com algo mais realista o resultado ficou singelo e bem colocado na trama, mais real de se ver. 

O longa ainda possui uma trilha sonora bem envolvente que conta desde alguns atos com dinâmicas sonoras bem trabalhadas até canções compostas diretamente para o filme, que claro deixo o link aqui para todos conferirem depois.

Enfim, é um filme que fui conferir sem nem ter visto o trailer, sabendo nada sobre o que era, sem conhecer os livros, mas que me remeteu a uma saga do passado que fui muito fã, e que por incrível que pareça foi escrita na mesma época dos livros daqui, então acabei gostando demais do que vi, mesmo com toda artificialidade da computação gráfica, e agora é indicar ele para que mais e mais pessoas vejam para que deem continuidade no projeto, e claro esperar que comecem logo as gravações da continuação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã em mais uma semana cinematográfica iniciando com muitas estreias, então abraços e até breve com novos textos.


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