Netflix - Rebel Ridge

9/09/2024 12:40:00 AM |

O que mais me deixa com medo de ver filmes de ação policial na Netflix é o fato dos longas da plataforma nesse estilo acabarem com finais toscos ou resoluções que nem em sonho dariam certo, mas que acabam dando, porém resolvi dar a chance para "Rebel Ridge", afinal o longa está em primeiro desde sexta na plataforma e parecia interessante, e diria que o resultado acabou sendo bem bacana de ver, não cansando com as insanidades colocadas, afinal qualquer pessoa na segunda intimidação policial já teria ido para casa, e claro com um final que podemos chamar a polícia da cidadezinha de Storm Trooper, afinal erram mais tiros que a guarda de Darth Vader. Claro que você vai vir falar - "mas Coelho, se acertar o mocinho acaba o filme!" - sim, acabaria, mas dava para pensar em soluções mais práticas para que não precisasse o cara fazer toda a parafernalha e sair totalmente ileso com tantos tiros dados, ainda mais por policiais treinados para acertar bandidos. Ou seja, não é um filme ruim, pois a trama tem a famosa pegada de mostrar "motivos" para a corrupção dentro das organizações (e isso é mundo afora, não apenas um problema brasileiro), e claro uma vítima do sistema se revoltando com tudo e botando pra quebrar, então acabou sendo um passatempo bem colocado para fechar o domingo.

A sinopse nos conta que Terry Richmond é um ex-fuzileiro naval que chega a Shelby Springs com uma missão simples, mas urgente: pagar a fiança do primo e salvá-lo do perigo. Mas depois que as economias de Terry são confiscadas injustamente, ele precisa encarar o delegado Sandy Burnne e seus policiais prontos para a agressão. Terry recebe a ajuda inesperada da oficial de justiça Summer McBride, e os dois se envolvem em uma conspiração que toma conta da cidade. Correndo cada vez mais riscos, Terry precisa apelar ao seu passado misterioso para libertar a comunidade do domínio da polícia, fazer justiça para a própria família e ainda proteger Summer.

Diria que o diretor e roteirista Jeremy Saulnier soube pegar uma história real que aconteceu lá em 2015 e fantasiar ela ao máximo para claro ter algo mais imponente, afinal o caso real demorou 9 anos rolando na justiça e ele não tem esse tempo de tela, então aqui tudo acontece no máximo de uns 5 dias de história, e o protagonista não deixou barato para os policiais corruptos que tentaram lhe roubar e acabar com a vida de uma jovem oficial de justiça, e a grande sacada do diretor foi poder brincar com o tempo do filme, tendo atos mais calmos e dramáticos, aonde tudo toma a forma, quase que contando para uma criança como é atravessar o lado da rua, e outros aonde a pancadaria rola solta, tiros para todos os lados, perseguições, fogo e tudo mais, ou seja, a trama propriamente tem suas quebras na dinâmica toda, mas que funciona bem para não cansar o espectador, mostrando que o diretor tinha um bom domínio de sua ideia inicial.

Quanto das atuações, Aaron Pierre foi muito fechado e "manso" para alguém que serviu o exército e se viu cheio de injustiças, pois respeitar num primeiro momento os policiais intimando firmemente um negro é algo comum, mas depois com tudo o que vai rolando, até que demorou demais pro personagem sair dando tiro, porrada e bomba, claro que isso é algo do roteiro, mas o ator se fechou demais, sendo seguro com o que precisava fazer, mas seco demais de expressões para prender o espectador com ele. Don Johnson também soube fazer um chefe de polícia irritante que qualquer um sem uma sanidade de um monge lhe socaria a mão, e isso mostrou muito do ator para que seu Sandy fosse o antagonista máximo da trama, mostrando que o ator soube entregar tudo na tela. Da mesma forma, David Denman trabalhou seu Marston com trejeitos e imposições bem diretas para irritar tanto o protagonista quanto os espectadores, e isso é bem funcional em longas desse estilo. Já AnnaSophia Robb fez uma Summer inicialmente enxerida demais, se metendo na vida do protagonista, mas depois sofrendo muito nas mãos dos antagonistas, de modo que a atriz teve segurança para sua história e entregou bons trejeitos com tudo o que lhe foi colocado na tela. 

Visualmente a trama trabalhou bem uma delegacia bem ampla e tradicional, um fórum simples com uma catacumba aonde guardam arquivos e filmagens, um hospital também sem grandes chamarizes, a casa da jovem que ajuda o protagonista, um restaurante chinês e muitas cenas nas estradas e florestas da região, não sendo nada muito expressivo de detalhes, tirando claro tudo o que é mostrado dentro da sala de provas da polícia, que ali tinha tudo e mais um pouco.

Enfim, é um filme básico, que serve para passar um bom tempo contando com cenas de ação interessantes, e claro, muita injustiça para passar raiva também, pois sabemos que existem alguns policiais desse estilo que é mostrado na tela, então se você não teve o seu momento de raiva ainda essa semana, fica a dica para a conferida do longa, mas vá sem esperar muito, pois qualquer exigência a mais vai atrapalhar a experiência. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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