Pacto de Redenção (Knox Goes Away)

9/28/2024 02:43:00 AM |

Nem lembrava muito da última direção de Michael Keaton no longa "Em Má Companhia", então precisaria rever para saber se realmente evoluiu como muitos amigos críticos tem falado, mas uma coisa é inegável se ele resolver focar de vez nessa função do cinema que é melhorar as dinâmicas em seus filmes, pois aqui temos uma boa trama policial, temos uma história completamente funcional e que emociona pela síntese completa da doença e do excelente plano do protagonista (que em um primeiro momento não entendemos nada, mas depois acaba sendo genial), porém você quase entra em cena para empurrar o protagonista para que ande logo, que reaja, que faça algo, pois a trama tem 114 minutos, mas facilmente daria para entregar algo com 100, isso se não for com menos, bastava dar cortes mais rápidos e suprimir algumas situações calmas demais, afinal em uma trama policial você quer que tudo aconteça, e não ficar filosofando toda a história. Dito isso, o longa tem uma boa entrega do protagonista, e funciona na tela, sendo interessante e cheio de pequenas sacadas, além claro de botar mais uma doença na telona para talvez pensarmos e estudarmos sobre ela, e sendo assim, diria que o resultado, embora lento demais, agrada por completo no fechamento.

A sinopse nos conta que John Knox é um assassino de aluguel diagnosticado com uma forma rápida de demência, uma condição rara. Antes de perder completamente o controle da sua mente, ele recebe a oportunidade de se redimir salvando a vida do seu filho adulto, Milles, com quem não tinha contato há cinco anos. O filho resolve o procurar desesperado por ajuda para encobrir um crime que cometeu. Como uma tentativa de se reconectar com Milles e escapar da prisão, ele vai atrás de Xavier e juntos vão tentar de tudo para que o sucesso dele seja garantido, incluindo correr contra a polícia que se aproxima dele, bem como o relógio correndo de sua própria mente em rápida deterioração.

Já falei outras vezes que não sou fã de diretores que queiram ser protagonistas em seus filmes, pois geralmente acabam falhando em detalhes que facilmente poderiam ser suprimidos, e aqui o fator ritmo seria resolvido tranquilamente com Michael Keaton ficando apenas atrás da câmera ou então deixando que outro assumisse essa função, mas como isso não ocorreu ainda irei ficar esperando sua próxima empreitada na função, pois ao menos deu sua opinião como diretor, não entregou um filme com pistas fáceis para o público, e principalmente brincou com cenas bem marcadas para uma trama do estilo, tendo violência sem precisar ser explícita, tendo uma boa investigação, e principalmente colocando algumas reviravoltas interessantes, além claro do lance da doença que costumo dizer que se um filme acaba tendo função de pesquisa sobre algo já funcionou, e a primeira coisa que fiz ao chegar em casa foi ver o que era e se tudo foi bem mostrado na tela, o que acabou ocorrendo. Ou seja, se o ritmo fosse um pouquinho só mais acertado a trama seria perfeita, e eu estaria aqui engolindo seco que um ator de grande calibre teria acertado em duas funções na tela.

Quanto das atuações, Michael Keaton trabalhou bem seu John Knox no sentido dos trejeitos de se perder no que estava fazendo, mas lembrando bem coisas do passado, tipo aonde deixou as pedras preciosas no passado, e deu boas nuances nos olhares perdidos, porém ao optar por fazer seu filme de um modo lento demais, acabou quase parando o seu personagem, e isso nesse estilo de filme não é muito legal de acontecer. Já James Marsden fez um dos seus piores papeis, isso é se ele já teve algum bom, pois seu Milles é exagerado de trejeitos, perdido de olhares, ao ponto de que tudo bem surtar com o que ele fez, mas ficou sem base alguma a maioria de seus atos e entregas, e isso pesou demais no filme. Os detetives Ikari e Rale vividos por Suzy Nakamura e Hoogenakker ficaram meio que caricatos demais, tentando trabalhar sacadas e dinâmicas meio que contando com umas piadinhas irônicas, e assim não entregaram tudo o que podiam para ir além, mas conseguiram chamar atenção, e ao final o diretor lembrou de mostrar o motivo da detetive saber o que o médico tratava. Ainda tivemos participações bem colocadas de Joanna Kulig como a prostituta que visita o protagonista toda semana por quatro anos, Marcia Gay Harden como a ex-esposa e um rápido momento com Ray McKinnon como Muncie, o parceiro de assassinatos do personagem principal, mas quem acabou aparecendo mais e até tendo chance de chamar atenção foi Al Pacino com seu Xavier bem colocado como um grande amigo do protagonista.

Visualmente a trama teve uma boa pegada policial, com dois crimes bem representativos, com sangue e mortos espalhados no chão para que a equipe de polícia tivesse o que olhar e achar pistas, tivemos uma casa bem elaborada cheia de livros na casa do protagonista para dar a ele o título de Aristóteles Knox entre os amigos, uma casa quase que chalé aonde mora o filho e um rancho simples e rápido aonde vão, um restaurante sem grandes chamarizes, além de uma delegacia simples, ou seja, a equipe de arte não fez grandes elos, mas passou por muitas locações para representar tudo, além claro de ter muitos objetos e toda uma sacada para plantar as provas do crime de acordo com o plano final do protagonista.

Enfim, é um filme que não que tinha tudo para dar muito certo e se tornar um policial daqueles memoráveis, bastava ter um diretor melhor sem ser o protagonista, um coadjuvante melhor e um ritmo mais imponente, pois a história em si é bem boa e as sacadas com essas poucas mudanças acabariam ficando geniais, então diria que vale como um passatempo para quem curte o estilo, e nada mais do que isso. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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