Robô Selvagem em Imax (The Wild Robot)

9/14/2024 09:37:00 PM |

Costumo dizer que quando vou conferir animações com uma sala com bastante crianças ou o filme dá muito certo e elas grudam os olhares na tela, ou vira o caos de querer sair, de bater papo e tudo mais, mas hoje o filme brilhou tanto para os adultos quanto para os pequeninos, tanto que alguns arriscaram algumas palmas para "Robô Selvagem" que com uma sutileza envolvente demais conseguiu abraçar o público com uma história de maternidade para um ser robótico teoricamente sem sentimentos que vai aprender na natureza e na prática com um pequenino gansinho e com uma raposa como criar e mudar sua programação original. Ou seja, é daqueles filmes que te pegam na emoção, que te dão um belo de um tapa nos conceitos que você julga normal, e que depois te acolhe com toda a ideia criativa do diferente que salva a vida de outro diferente, valendo tanto pela ideologia entregue na tela, quanto pelo ótimo desenho sem muitas regras, não sendo daqueles bonitinhos e cheios de texturas, mas algo cru e belo de ver ao mesmo tempo, como uma obra-prima deve ser.

O longa nos conta que a robô conhecido como "Roz" – a unidade ROZZUM 7134 – naufraga em uma ilha desabitada, precisa aprender a se adaptar a esse novo ambiente e, pouco a pouco, construindo relações com animais nativos e isso inclui até a adoção de um filhotinho de um ganso. 

O diretor e roteirista Chris Sanders já mostrou do que é capaz no passado fazendo tramas bonitas e com pegadas emocionais, usando claro alguns artifícios cômicos para quebrar a tensão, mas ainda assim desenvolvendo as personalidades, mas aqui usando como base o livro de Peter Brown ele entrou para outro patamar, tanto que chega a ser uma obra que você não fala que é da Dreamworks, afinal a companhia vem trabalhando ultimamente filmes mais cômicos e menos densos, mas agora parece que querem voltar a sua origem com esse trabalho, aliás ainda tenho no meu coração o ranço do filme do diretor "Como Treinar o Seu Dragão" não ter ganhado o Oscar em 2011, mas quem sabe no ano que vem com essa obra de arte que ele fez aqui, pois é um trabalho único, daqueles que tem personalidade, que tem desenvoltura, e que mais do que técnica usou do roteiro mesmo para que o filme cativasse, ou seja, tudo acaba se encaixando, e quem for mais emotivo vai acabar desabando com toda a mensagem que o longa passa principalmente sobre a maternidade e sobre o aprender a mudar sua programação original para algo que se expanda num todo. Agora sem dúvida algo genial que fizeram foi a robô hibernar um certo tempo para aprender a língua dos animais, e assim termos animais falantes na tela, não sendo algo apenas jogado, mas sim vermos ela formando os códigos e criando sua própria linguagem de programação nova.

Quanto dos personagens, não tem como não se envolver com toda a prestativa robô Roz, sempre disposta a ter uma missão e completá-la com uma pegada funcional, toda cheia de regras, mas pensando demais no próximo, e sua voz ficou na medida certa para não ser dura nem leve demais, de modo que o acerto de Elina de Souza soube dar um belo tom que no original coube a Lupita Nyong'o fazer, e cada ato bem trabalhado na essência maternal completa vai passando e agradando com sutilezas e levezas amplas e perfeitas que fará muitas mães lavarem a sala do cinema. Sem dúvida o estilo gostoso do pequeno ganso Bico-Vivo também foi muito bem desenvolvido pela equipe de criação, pois poderia ser uma criança irritante, de personalidade difícil caso quisessem passar ele pela adolescência/juventude do pequenino, mas cada elo seu passa pelas fases mais bonitas e colocadas, que na voz final de Gabriel Leone e no começo com Vicente Alvite deram charme e cadência para os atos. Outro que foi muito bem sacado na tela é o raposo Astuto que Rodrigo Lombardi deu uma voz cheia de intensidade, mas muito além dos diálogos foram de atitudes e desenvolvimentos que vão mudando o personagem de tradicional predador para um amigo ou alguém que o público se envolva, e isso foi perfeito de ver na tela. Ainda tivemos muitos outros bons personagens, bons diálogos e tudo mais, com destaque claro para os conselhos da gambá Cauda Rosa como uma mãe experiente dá para a robô, e do ganso Pescoçudo que dá boas lições para o jovem aprender a liderar.

Visualmente o colorido das imagens, o amplo ambiente da natureza e todos os diversos animais colocados em cena mostraram que a equipe de arte não dormiu até ter tudo perfeitamente alinhado na tela, de modo que você acaba imergindo dentro da floresta e da vida selvagem junto com a robô, vai pegando elos e desenvolturas com cada estilo de vida e de vivência dos personagens bem desenhados, e mais do que apenas texturas que hoje muitos acabam se envolvendo, o estilo escolhido acaba personificando a ambientação de cada centímetro de tela, pois aonde quer que você olhe verá um detalhe seja da protagonista ou de cada um ao seu redor, e isso ficou perfeito na tela gigante Imax.

Enfim, é um tremendo filmaço, delicioso de conferir, bonito visualmente e de mensagens, tendo uma canção gostosa demais que fizeram a versão nacional de "Kiss The Sky" de Maren Morris (se alguém souber quem canta que o Shazam não pegou, vai me ajudar), e que sem dúvida alguma agradou tanto os pequenos quanto os adultos, ou seja, perfeito e não tem como dar outra nota e a indicação para todos conferirem. Detalhe, o longa só estreia dia 02 de Outubro tendo pré-estreias pagas nessa semana, então corram para conferir. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda tenho mais um longa para conferir, então abraços e até breve.


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