Amazon Prime Video - Calor Mortífero (Killer Heat)

10/01/2024 12:43:00 AM |

Bem que me falaram que estavam gravando algo aqui na cidade, mas não avisaram que eram grandes atores, mas o nome do filme foi feito com todo carinho do mundo pela equipe que veio gravar! Brincadeiras a parte, o longa da Amazon Prime Video, "Calor Mortífero", facilmente poderia se passar em qualquer cidade daqui da região nesses dias, mas se passa na ilha de Creta, na Grécia, o que é bem melhor! Dito isso, o longa salvou bem essa semaninha que vinha bem meia boca, com vários filmes medianos, e aqui tendo realmente uma trama investigativa bem colocada, cheia de nuances e desenvolturas, e claro bons atores para dominar e envolver o público, ao ponto de conseguir inclusive me enganar, afinal não cheguei na conclusão da investigação antes do protagonista, e olha que costumo pegar bem rápido a ideia toda, e só peguei a metade final logo de cara, mas não quem matou o cara no começo do longa. Ou seja, é daqueles que brinca com muitas facetas, passa por lugares incríveis, e que até poderia ser melhor sem ter tanta narração do protagonista, e claro sua história pessoal em segundo plano, mas como serviu para o ato final, até acaba valendo, e assim sendo agrada na medida certa para quem gosta de um filme curto e direto ao ponto, com tudo o que o gênero permite.

O longa se passa em uma isolada ilha grega chamada Creta, onde dois irmãos gêmeos se veem presos em um perigoso triângulo amoroso que culmina na morte misteriosa de um deles. O detetive particular Nick Bali, conhecido por seu passado conturbado, é chamado para investigar o caso. Enquanto explora a intricada rede de relações e segredos da rica família Vardakis, da qual a vítima Elias 'Leonidas' Vardakis fazia parte, Bali descobre que a poderosa família controla muito do que acontece na ilha e que a esposa do gêmeo sobrevivente, suspeita que há uma conspiração para assassinato. Envolvido em uma teia de enganos e sua própria bagagem emocional, Bali deve desvendar a verdade por trás da morte e lidar com seu próprio passado difícil enquanto enfrenta a influência opressiva da família Vardakis.

Claro que não é o filme mais original do gênero, e o próprio diretor Philippe Lacôte sabia bem disso ao pegar o roteiro para gravar, mas ele soube desenvolver bem a história, conseguiu criar bons pontos de quebra ao longo da trama (aliás até um pouco excessivos), e segurou a história na medida certa para que o protagonista não pegasse de cara o assassino, brincando com muitas possibilidades, e claro com uma astúcia meio calma e bêbada demais, mas que funciona dentro da proposta. Ou seja, é um filme que quem gosta do estilo investigativo na tela vai entrar bem no clima que o diretor propôs, vai ir tentando desvendar possíveis brechas, e também vai reclamar de alguns absurdos, mas como é de praxe em filmes do estilo que não são tão puxados para o terror, o resultado acaba sendo mais morno, porém ainda assim a trama agrada e funciona com a escolha técnica feita.

Quanto das atuações, o jeito exageradamente calmo e boa pinta que Joseph Gordon-Levitt deu para seu Nick me incomodou um pouco, pois parecia mais astuto, porém segurou demais a onda do personagem, de modo que parecia estar mais de férias pela ilha do que investigando realmente tudo, mas como o ator tem estilo, ele conseguiu convencer na maioria de seus atos mais diretos, ou seja, poderia ter feito mais em cena para impactar melhor. Que a personagem Penelope de Shailene Woodley estava envolvida com algo no caso isso até um bebê saberia, mas a atriz soube trabalhar bem toda a essência misteriosa para que o detetive conseguisse a colocar no conflito e cheia de traquejos sedutores fez boas caras de paisagem para tudo ir se desenvolvendo na tela, mas sabemos bem que a atriz sabe fazer melhores trejeitos, e talvez aqui o papel pedisse alguém mais densa de estilo. Particularmente acho o estilo de Richard Madden perfeito para papeis que precisem de alguém bem canastrão, e aqui fazendo dois papeis, um vivo e o outro através de flashbacks, fez de seus Elias e Leo ficasse perfeitamente arrogantes e bem colocados como os riquinhos que fazem o que querem na ilha e mandam em todos, com traquejos e trejeitos secos e bem colocados para que tudo fizesse muito sentido nos devidos atos da trama. Ainda tivemos outros bons personagens na trama, mas valendo realmente destacar apenas Clare Holman em algumas cenas intensas de sua Audrey, principalmente pelo fechamento dela, e boas ajudas ao personagem pelo papel de Babou Ceesay como o investigador da ilha Mensah.

Visualmente a trama teve locações bem luxuosas como a mansão dos Vardakis, o iate gigantesco que até abrigou uma festa de candidatura de um governador, vários outros pequenos barcos e uma doca bem trabalhada, um restaurante/bar chique que praticamente só serviu para uma cena, e claro os grandiosos rochedos da Grécia aonde o pessoal vai fazer escalada com e sem corda, além do monastério aonde o protagonista vai apenas para dormir de suas bebedeiras. Isso sem esquecer dos carros da família, aonde o protagonista tenta acompanhar, mas seria impossível, e também figurinos bem marcantes tanto para as festas quanto para os atos mais despojados, mostrando a imponência da família. Ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante e conseguiu entregar uma produção visualmente de primeira linha.

Enfim, é um filme que se analisarmos a fundo tem falhas, talvez alguns peguem a ideia rapidamente e outros demorem um pouco mais como aconteceu comigo, mas que acabou me agradando bastante pelo estilo sem precisar ficar apelativo, de modo que funciona como um bom suspense investigativo com um ar mais calmo do que tenso como costumam ser as tramas do gênero, e assim sendo vale também como uma iniciação para quem quer entrar nesse gênero e tem medo de fritar todos os neurônios, então fica a dica de conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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