terça-feira, 22 de outubro de 2024

Netflix - Abraço de Mãe

Olha, hoje vou fazer uma análise bem técnica do filme "Abraço de Mãe", que estreou na Netflix, pois não tenho vergonha nenhuma em dizer isso, mas após conferir a cabine de imprensa posso falar que não entendi foi é nada, de tal forma que o longa prende, tem alguns atos interessantes, alguns momentos de sustos repentinos, e alguns elos no miolo que me deixaram bem curioso, ao ponto que estava crente que nos atos finais iriam explicar um pouco mais, iriam desenvolver algo mais chamativo, mas não, simplesmente acontece um ritual meio maluco com vários personagens dentro de um líquido, conectados com algo semelhante a um cordão umbilical, mas a protagonista que é bem imponente consegue fugir, e pronto, fim! Ou seja, quem conferir a trama e depois entender melhor pode falar nos comentários que não irei ficar bravo com spoilers abertos, mas até pedi pro pessoal da distribuição se tem algum material extra para tentar entender o que o diretor desejava mostrar, pois tecnicamente a trama é bem densa, tem muita chuva, um casarão caindo aos pedaços e tudo que um bom longa de terror chamativo do estilo pede, mas se tem algo que me irrita demais é um longa terminar sem que eu tenha entendido algo, e isso aconteceu de uma forma bem forte aqui, que não consegui nem imaginar nada.

A sinopse nos conta que em fevereiro de 1996, durante um dos temporais mais impiedosos que atingiu a cidade do Rio de Janeiro, uma equipe dos bombeiros recebe um chamado para evacuar um asilo com risco de desabamento. Ana, uma jovem bombeira afastada após sofrer um ataque de pânico em uma operação, se vê retornando à sua antiga equipe de resgate. Ao chegarem ao local, os bombeiros descobrem que os misteriosos moradores do asilo têm outros planos com a chegada da chuva. Ana terá que enfrentar seu próprio passado para sobreviver e salvar os outros antes que seja tarde demais.

Não conhecia os trabalhos do diretor e roteirista argentino Cristian Ponce, mas posso dizer que estilo ao menos ele tem, pois embora eu pessoalmente não tenha entendido nada da história, o resultado visual impressiona, temos cenas de impacto bem colocadas e muita chuva para entregar algo bem representativo, ao ponto que ele fez a direção de arte trabalhar e muito para que seu filme tivesse uma essência densa marcante e chamasse atenção, porém como já disse outras vezes se o diretor não entrega em sua ideia algo que seja ao menos possível de captar a ideia do roteiro, o resultado acaba estranho demais, pois não digo que tenha de entregar algo bobinho que até um bebê entenda, com mil explicações e tudo mais, apenas que seja dado um desfecho crível aonde o público se convença com a opinião do diretor, e aqui acredito que só com uma introdução textual bem pautada para que o público capte a ideia. Ou seja, podem esperar mil vídeos na internet com o famoso bordão: "entenda o final de Abraço de Mãe", pois só assim pra funcionar, e claro que nenhuma das explicações será a do diretor, ao menos que tenha algum vídeo dele próprio falando o que imaginava.

Quanto das atuações, Marjorie Estiano tem muita presença em suas personagens, e aqui sua Ana consegue segurar bem seus atos, ser direta na representação que faz, só exagerando um pouco no português muito certinho, afinal sabemos o tanto de gírias que o carioca fala, e ela entrega algo quase que sem falhas para que a legendagem para outros países não erre uma vírgula, além disso talvez até tenha algo duplo na personagem que se pararmos para refletir mais dá para ir além nisso, mas faltou o roteiro entregar melhor para ela, pois facilmente nos convenceria do que fez. As garotinhas Mel Nunes e Maria Volpe foram bem expressivas como Ana jovem e Lia respectivamente, de modo que tiveram boas entregas cênicas e conseguiram causar com olhares e bons trejeitos, mas sem ir muito além também. Já os demais bombeiros parceiros da protagonista praticamente foram apenas enfeites, sem terem cenas que fossem mais além, valendo um rápido destaque para Val Perré como o tenente Dias bem seguro do que faz em cena, e do momento mais intenso com Roque e a protagonista que Reynaldo Machado fez bons atos. E talvez valesse ter trabalhado um pouco mais com Angela Rabello em seu último filme antes de morrer em 2023, pois sua Drika tinha um mistério no olhar, e quem sabe traria mais conexões para o longa.

Como já disse, o diretor deu muito trabalho para a equipe de arte, de modo que conseguiram um casarão praticamente caindo aos pedaços (ou maquiaram bem ele para parecer bem destruído), muita chuva cenográfica caindo enfurecidamente do começo ao fim do longa, algumas maquiagens estranhas para algum tipo de culto, e algumas cenas numa piscina meio que gosmenta para representar talvez a ideia de um útero com os diversos filhos ali dentro, mas apenas servindo como algo interessante de ver, já que a representatividade cênica não ajudou ao roteiro ficar mais explícito na tela. Além claro do começo bem trabalhado com um parque e o fogo na casa da protagonista, em algo que talvez represente o abandono de uma forma mais simbólica.

Enfim, é um filme que facilmente poderia ir muito mais além, pois ele tem um estilo que segura o espectador na tela, mas tenho muita certeza que verei reclamações aos montes a partir de quarta quando o longa se lança comercialmente na Netflix, pois duvido que a maioria entenda algo do que é mostrado na tela por completo. E sendo assim, não diria que recomendo muito ele, mas se alguém der uma explicação melhor, com toda certeza volto aqui para falar nos comentários, e é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje agradecendo os amigos da Lupa Filmes e da M2 Assessoria pela cabine de imprensa, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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