Netflix - Assalto Brutal (Napad) (Justice)

10/17/2024 12:12:00 AM |

Já disse algumas vezes que um estilo que gosto muito de conferir é o suspense policial, principalmente aquele que você fica o tempo inteiro esperando algo, e na reviravolta acaba surpreendendo com algo que nem fazíamos ideia, porém alguns países gostam de revelar tudo logo de cara e apenas ir arquitetando todo o restante na tela para chegar à conclusão de provas e motivações, e infelizmente essa não é uma pegada que agrada se não tiver uma fluidez presente e algo para uma possível inversão. É claro que o motivo de ter começado falando isso sobre o longa polonês da Netflix, "Assalto Brutal", é que o longa tinha tudo para ser daqueles que ficaríamos presos do começo ao fim, seguindo o estilão forte do investigador, que por vezes volta ao seu passado mais violento de interrogatório, mas que amarraria todas as pontas seguindo os personagens, porém optaram por entregar logo na primeira sacada do protagonista quem eram os ladrões assassinos, e a desenvoltura da trama acaba presa demais em elos que não fazem o público ir além. Ou seja, não é de forma alguma um filme ruim de se ver, mas você fica esperando algo a mais e não nos é entregue, ao ponto que no final o resultado acaba sendo apenas ok.

A sinopse nos conta que no início dos anos 90, um policial dispensado, tem a chance de retomar sua vida anterior em troca de capturar um grupo responsável por um ataque ao banco. Com uma jovem policial designada para o caso, o detetive deve agir rapidamente, pois a atenção da mídia sobre o roubo não é bem-vinda pelas novas autoridades.

Se o longa anterior do diretor Michal Gazda foi imponente e cheio de inversões, mas ficando muito mais próximo de uma novela do que de um filme mesmo, aqui ele não quis correr esse risco, pois pegando um caso real e dando sua adaptação para ter uma desenvoltura mais diferente, ele apenas não deu um vértice que ficasse mais chamativo, deixando para que os personagens fossem marcantes, e nem o investigador tem um carisma próprio para torcermos por ele, nem os assaltantes tiveram personalidade suficiente para que tivéssemos raiva deles realmente, pois claro o fechamento mostrando como foi o assalto é forte e notável, mas talvez uma edição invertida ao invés da escolhida trouxesse um mistério maior e toda a pegada do filme acabaria indo para um rumo mais explosivo. Ou seja, faltou para o diretor coragem de mudar a ordem da trama para impactar, e assim seu filme foi bem feito, mas sem chegar aonde ele realmente queria que talvez fosse brincar com a culpa dos soldados poloneses antigos.

Quanto das atuações, Olaf Lubaszenko trabalhou seu investigador Tadeusz Gadacz de uma forma bem direta, porém cheio de nuances e um faro para descobrir cada elo por onde passa, de modo que conseguiu segurar bem o protagonismo e amarrar suas cenas para que tudo passasse por ele, ou seja, dominou o ambiente da trama. A jovem Wiktoria Gorodecka também trabalhou os atos de sua Aleksandra Janicka com uma certa imposição de olhares, porém ficou muito em segundo plano na maior parte do longa para o que acaba acontecendo no final, ou seja, até é possível de entender a proposta, mas dava para terem melhorado mais as resoluções (ou então cortaram algo que era necessário). Agora o assaltante principal gastou todo o gel da equipe de maquiagem, pois seu cabelo até chegava a brilhar, de tal forma que Jedrzej Hycnar trabalhou seu Kacper de um modo gran fino demais para o seu patamar, e isso deu um tom estranho até para seus atos mais duros. Ainda tivemos alguns bons momentos com os demais amigos do assaltante, valendo destacar Lukasz Szczepanowski com seu Bartek que acaba perdendo o eixo com a pressão do investigador.

Visualmente a trama teve um assalto imponente e bem violento, que num primeiro momento só nos é mostrado os corpos já no chão, mas ao final quando mostram como tudo ocorreu foram bem fortes na entrega cênica e também na ideia de tudo, tivemos uma fazenda bem colocada com os animais de caça sendo bem destrinchados, alguns apartamentos simples, e uma delegacia quase como um hotel rústico e antigo, tivemos uma videolocadora bem colocada na tela, e até bons atos nas ruas numa feira, mas sem grandes propósitos.

Enfim, é um filme simples que facilmente se vendeu melhor do que entregou na tela, não sendo ruim de ver, mas que não chega longe na tela, e assim acaba valendo apenas como um bom passatempo. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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