O longa acompanha a ascensão da carreira de um dos maiores e mais polêmicos empresários dos Estados Unidos, Donald Trump. A trama segue um jovem Trump na cidade de Nova Iorque entre os anos 70 e 80, buscando erguer o império de negócios imobiliários da família enquanto tenta fugir do governo americano e de um processo judicial importante. É na relação que estabelece com o advogado Roy Cohn que Trump aprende as artimanhas e os truques necessários para mentir, trapacear e sair por cima. Entre elos de poder, amizades e o sentimento de mentor-protegido, o filme narra a história da origem de uma figura complexa com traços vilanescos e o encontro com o mestre perfeito, inescrupuloso e impiedoso, para suas ambições. É o nascimento de uma importante dinastia americana e de quem veio a se tornar o 45º presidente dos Estados Unidos da América.
Não conhecia nenhum dos trabalhos do diretor iraniano Ali Abbasi, mas posso dizer com toda sinceridade que seu trabalho de pesquisa em cima do roteiro de Gabriel Sherman junto com muito material de TV acabou resultando em um filme com muita presença cênica, de modo que você até vê o ótimo trabalho dos protagonistas, mas a base sólida dos vários atos é que acabam se desenhando na tela, ao ponto de conseguirmos ver seu jeito de dirigir e entregar tudo, pois como disse no começo talvez até tenha tirado um ou outro voto do verdadeiro Trump nas eleições daqui alguns dias com algumas cenas cheias de artimanhas, alguns atos violentos contraditórios, e também seus atos vilanescos para com amigos e familiares, mas ele não fez uma trama apenas para isso, pois seu longa tem uma presença bem imposta e consegue mostrar também como o personagem tinha força de vontade, ego claro e muita intenção de mudanças que lhe rendesse muito dinheiro e fama, e assim vemos boas quebras de ritmo, que funcionam demais na tela para que o filme não fosse muito corrido.
Quanto das atuações, um dos atores que gosto de ver como consegue pegar trejeitos fáceis e modificar seu personagem ao ponto de mesmo sendo um crápula ficar interessante de ver entregando muito "carisma" é Sebastian Stan, e aqui ele ficou muito parecido com o verdadeiro Donald Trump, fazendo vários traquejos faciais, se mostrando inseguro apenas nos atos iniciais que o jovem empreendedor ainda estava engatinhando, mas depois que pega o ritmo da coisa, se joga por completo e dá show na tela, ao ponto que não duvidaria de estar nas listas de indicações do próximo ano. Sem dúvida alguma Jeremy Strong se preparou demais para a entrega que fez de Roy Cohn, pois se mostrou como um daqueles advogados que você fica com ódio mortal de todas as cartas na manga (ou gravações secretas) que tinha para usar contra cada um dos seus revezes, fora a magreza que conseguiu ficar para que o personagem entregasse sua doença em um estágio bem marcante nos seus atos finais, ou seja, se jogou por completo e agradou bastante. Outra pessoa que me surpreendeu muito foi Maria Bakalova, pois vem num crescimento tão gigante desde que fez o último filme do Borat, que aqui trouxe para sua Ivana Trump personalidade e imponência, além de um ato de abuso fortíssimo muito bem trabalhado, ou seja, mostrou tudo e muito mais. Ainda tivemos outros grandes nomes na trama, mas sem ir muito além na tela, valendo leves destaques para Martin Donovan e Catherine McNally como os pais de Trump, e claro Charlie Carrick muito forte nos atos do irmão beberrão do personagem principal.
Visualmente a trama focou bastante em festas, almoços e jantares em restaurantes chiques, trabalhou a casa/escritório de Roy, deu as nuances bem fortes e preconceituosas em cima dos negros e dos aidéticos, trouxe também as mansões do protagonista, sua viagem a Aspen, e claro muitas obras dos hotéis e cassinos do empresário, além de alguns atos em julgamentos para mostrar os trambiques, ou seja, a equipe de arte foi luxuosa em detalhes, porém o grande destaque ficou para a equipe de maquiagem para deixar o ator muito semelhante ao verdadeiro Trump jovem, fora a cena de sua cirurgia capilar e de gordura, ou seja, foram imponentes nesse sentido. Além disso, a equipe usou muito material de arquivo, com imagens de TV que mesmo não tão bem remasterizadas conseguiram dar um bom tom para a época.
Enfim, é um filme imponente e muito bem atuado e dirigido, que como falei no começo acredito bem pouco que mude o que a maioria das pessoas acham do verdadeiro Trump, mas que está sendo muito bem vendido como algo que não querem que você veja sobre a vida do empresário, e assim sendo a curiosidade vai aguçar muitas mentes, ou seja, fica a dica de recomendação, pois vale bastante conhecer um pouco mais do mentor que transformou um jovem já não tão bem da cabeça, no que conhecemos hoje. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...