O longa nos revela detalhes sobre a vida do casal Naomi (Danni Suzuki) e Noah (Emiliano Ruschel). Noah é um diplomata suíço, que cresceu na Europa e estudou nos Estados Unidos. Naomi é uma brasileira, filha única e de uma família rica e influente. Eles se conheceram enquanto estavam na faculdade, a renomada instituição americana, Yale University. Casados há sete anos, para quem vê de fora, eles são o casal perfeito. Porém, em meio a uma dinâmica abusiva, ambos tentam salvar o casamento e se deparam com uma situação em que são colocados frente a frente com os segredos um do outro. A pergunta que não quer calar é: será que seus segredos serão grandes demais para serem ignorados?
Diria que o diretor e roteirista Emiliano Ruschel quis fazer algo com um estilo diferenciado dentro do cinema nacional, e para isso brincou com um roteiro praticamente todo falado em inglês, com uma pegada de personagens ricos tendo suas discussões de vida em cima de segredos do passado após um período mais frio do relacionamento, e trabalhando com algo quase possível de virar uma peça teatral, soube desenvolver a história de modo que o espectador ficasse interessado em saber que rumos tudo iria tomar, ou seja, o básico de um bom drama, porém formatado para convencer o público que talvez um diálogo maior poderia resolver um relacionamento, e também se algo do passado que deveria ser levado para o túmulo pode destruir por completo a relação. Como disse no começo, o diretor poderia ter limpado mais o filme para que com uma duração menor fosse mais direto ao ponto e também optado por menos cenas com a câmera na mão, pois em diversos atos tudo tremeu demais, mas isso é uma opção técnica.
Quanto das atuações, o casal até que teve uma boa entrega na tela, mas não passou o sentimento de uma química interessante no relacionamento, o que por ser algo que estão em conflito até funciona, mas ficou artificial demais o casamento deles, ao ponto que poderiam ter se entregue mais. Mas sendo um longa falado em uma língua diferente da nativa dos protagonistas, diria que souberam segurar bem o tom, e conseguiram convencer nesse sentido, pois como falei antes de saber que Emiliano Ruschel é brasileiro, tinha toda a certeza de ser suíço ou algo do tipo, pois seu Noah tem uma pegada misteriosa, tem dinâmicas meio reflexivas demais e algumas explosões aparentemente sem sentido, mas que no final de tudo acaba funcionando. Danni Suzuki também entregou uma personalidade seca demais para sua Naomi, ao ponto que suas dinâmicas para com o marido acabam sendo até incômodas, porém o resultado final mostrou segurança e estilo, para que não ficasse tão jogada dentro do roteiro. Quanto aos demais, tivemos algumas aparições mais colocadas, mas sem grandes destaques interpretativos.
Visualmente a trama trouxe um início numa sala de arte com um evento para ricaços doadores do projeto, tudo bem luxuoso e chamativo, e depois todo o restante se passa na mansão dos protagonistas com atos rolando nos quartos separados do casal, na cozinha e na piscina, além do escritório bem simples aonde o personagem principal guarda algo do seu passado em uma caixinha que se em 7 anos a esposa nunca teve curiosidade de abrir, algo errado entre eles já ocorre há tempos. Toda a casa também teve muitas fotos do casal, e ainda tiveram alguns momentos em um iate e em carrões com cenas meio que picadas que depois acaba sendo mais explicativa.
Enfim, é um filme até que bem interessante que poderia ter ido mais além na dinâmica toda, e também poderia ser mais enxuto, pois ninguém gosta nem de participar de discussões de relacionamento, muito menos ver algo que acaba se enrolando demais, porém ainda vale a conferida pelo resultado completo. E é isso meus amigos fico por aqui hoje agradecendo os amigos da A2 Filmes pela cabine de imprensa que assinam também a produção do longa e não apenas a distribuição, e volto amanhã com mais dicas, então abraços e até breve.
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