Tudo Por Um Pop Star 2

10/11/2024 09:21:00 PM |

Costumo dizer que o mundo teen, ou abrasileirado o mundo adolescente tem suas próprias formatações e que o mesmo que possa parecer uma bomba para nós mais velhos, pode parecer bonitinho para eles, e dessa forma de pensar, o longa "Tudo Por Um Pop Star 2" e o próprio Universo criado pela escritora Thalita Rebouças, facilmente se fosse um longa gringo bombaria fácil tanto de forma positiva para os fãs do estilo que se conectaram com toda a ideia, quanto também pelos haters que acabariam cancelando toda a ideia e o filme, porém se o primeiro filme foi algo bem mais colocado de jovens garotas fãs de um artista, aqui a trama já mostra garotas adultas (afinal já dirigem automóveis) que estão em busca de antigos encontros amorosos, apenas envolve um artista e sua ex-namorada, além de entregar outras conexões, saindo um pouco do vértice paixão de um ídolo. Claro que também foi trabalhado a ideologia de cancelamento, de coisas que fãs fariam por um pop star, mas dava para ir mais além para não ficar apenas bobinho e juvenil demais que aí sim colocaria um norte melhor para a produção.

A trama acompanha três amigas, Duda, Bia e Julinha, que moram na cidade de Resende, no interior do Rio de Janeiro, e estudam no mesmo colégio das protagonistas do primeiro filme. Para celebrar seus 15 anos de amizade, o trio decide organizar uma viagem para assistir ao último show da turnê de um famoso cantor Pop Star, que não só estudou na mesma escola delas, mas também era o namorado de Duda anos atrás. Para isso, elas irão dirigindo o velho fusca de Babete e embarcar em uma aventura que vai muito além de um show, testando e reforçando a amizade e a resiliência das meninas.

Uma coisa é inegável, que o diretor Marco Antonio de Carvalho sabe como não deixar as tramas que pega virarem grandes bombas, pois seu longa anterior ("Mallandro - O Errado Que Deu Certo") tinha tudo para dar muito errado, e ele conseguiu entregar algo funcional, agora pegou algo que tinha tudo para ser bem bobinho, sem temas para discutir fora do universo criado pela escritora e roteirista Thalita Rebouças, foi lá e colocou pontuações de cancelamentos, de maus agenciamentos, e claro dando nuances românticas bonitinhas de se ver, ao ponto que o filme ficasse interessante, ou seja, se você tem um roteiro pronto para o fracasso, procure ele, pois certamente mesmo que o filme não exploda perfeitamente, ele não vai deixar que vire uma bomba. 

Quanto das atuações, diria que as três garotas tiveram químicas bem colocadas na tela, demonstrando aquele estilo de amizade que uma sabe bem o que a outra está pensando, e assim fizeram a trama fluir bem quando estão à frente da câmera, porém não entregaram tanta personalidade quanto poderiam para suas personagens, de modo que funcionaram bem juntas, mas individualmente nenhuma chamou a trama para si, de modo que Gabriella Saraivah tinha tudo para que sua Duda chamasse mais atenção, mas sempre que ia para frente, logo estava de volta atrás, e isso pesou para que não fosse muito chamativa. Da mesma forma Bela Fernandes com sua Bia acabou sendo jogada para representar os jovens homossexuais com sua namorada, mas apenas algo para mostrar que tem isso no filme, sem algo a mais que valesse a discussão. E a jovem Laura Castro com sua Julinha desesperada por um emprego até tentou chamar o carisma para si em alguns momentos, mas nada que envolvesse realmente. E claro além das meninas valeu bem toda a imposição artística de Lucas Burgatti com seu Diggy, botando a voz para jogo e cantando diversas canções e trabalhando bem o carisma de um galã pop na tela, ao ponto que talvez pudessem ter usado até mais ele no filme sob um outro vértice que acabaria agradando. Quanto aos demais cada um apareceu da forma que deu, valendo leves destaques para Caio Manhente com seu Rômulo bem ao estilo de muitos empresários que nem ligam para o que os artistas pensam, apenas atrás de mais contratos, e o jovem João Manoel com seu Bento bem colocado na tela, além do influencer Hugo Gloss sendo muito usado para dar estilo de internet para o filme.

Visualmente a trama teve uma pegada quase de road-movie com as garotas indo de Fusca conversível de Resende-RJ até Salvador-Ba, parando em um bar karaokê, na beira da estrada para trocar pneu furado debaixo de um dilúvio, e até num restaurante enquanto o carro precisou ser lavado após um incidente estomacal, além claro de um ônibus de artista bem recheado de detalhes, e um show com um bom palco imponente e muita computação para preencher de figurantes, ou seja, foram simples, porém efetivos com o que a equipe de arte desejava mostrar na tela. 

Enfim, está bem longe de ser uma trama perfeita, que emocionasse e eu saísse da sessão falando para todos correrem para as salas do cinema, porém passa bem longe de ser a bomba que esperava encontrar, então quem for fã desse estilo até vai acabar gostando do que verá na tela, mas quem não curte nem passe perto que vai odiar por completo, então fica assim a dica. E é isso meus amigos, vou para mais uma sessão, e volto mais tarde para falar o que achei dele, então abraços e até breve.


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