A sinopse nos conta que Jeanne Vaubernier, uma jovem de origem humilde, está determinada a sair da sua condição, usando seus encantos. Seu amante, o conde Du Barry, que se beneficia muito dos relacionamentos lucrativos de Jeanne, decide apresentá-la ao Rei. Com a ajuda do influente duque de Richelieu, ele organiza o encontro. Contra todas as expectativas, Luís XV e Jeanne se apaixonam intensamente. Com a companhia da cortesã, o Rei redescobre o prazer de viver, a tal ponto que não consegue mais ficar sem ela e decide torná-la sua favorita oficial. Isso causa um escândalo, pois ninguém quer uma garota “da rua” na Corte.
A diretora e roteirista Maïwenn é outra que sempre está com algum filme no Festival Varilux, e seu estilo é interessante por ser sempre bem direto, não ficar de muitos enfeites, e aqui no longa que foi o filme de abertura de Cannes ela permeou bons traços da vida da protagonista, e todos os escândalos que causou no palácio ao não seguir muitas regras da monarquia, só tendo um erro crucial que ao menos me incomoda demais que é o excesso de narrações, pois acaba fazendo com que o filme fique amarrado demais, e isso não traz muita desenvoltura. Porém tirando isso, a trama tem toda uma riqueza visual, figurinos de primeira linha, e atuações bem marcantes e divertidas de ver (os passinhos para trás de toda a corte é algo bizarro de ver!). Ou seja, a diretora trouxe o básico bem feito em longas do estilo, que talvez até pudesse ter ido mais além, mas para isso precisaria aumentar a duração do filme, então antes ficarmos com narrações, do que virar uma mini-série.
Quanto das atuações, a diretora tem esse "defeito" de sempre querer se colocar como a protagonista em seus filmes, e dessa forma como falei no começo, a passagem da juventude para digamos a meia idade da personagem principal acabou sendo um pulo grande demais (com Emma Kaboré Dufour fazendo a personagem criança e Marianne Basler como ela adolescente), mas ao menos vemos uma Maïwenn bem empossada e disposta para com sua Jeanne du Barry, de modo que convence pelos olhares e dinâmicas, o que é interessante de se ver. Não entendi muito o convite da diretora para que Johnny Depp fizesse Luís XV, pois não é um personagem com muito seu estilo, mas ao menos soube segurar bem os trejeitos estranhos que costuma fazer, e o resultado final acabou sendo bacana de ver. Quanto aos demais, vale um ótimo destaque para Benjamin Lavernhe com seu La Borde simpático, envolvente e que tratou a personagem principal com tudo o que ela merecia, também tivemos bons atos de Melvil Poupaud como o Conde de Du Barry, mas quem acaba sendo irritante pela entrega da personagem foi India Hair com sua Adélaïde, de modo que se destaque muito e isso foi quase um risco para o resultado do longa.
Visualmente a equipe soube trabalhar bem o palácio de Versalhes, mostrando vários atos com muitos personagens e figurinos pomposos, num luxo grandioso e chamativo do começo ao fim, mostrando muitas comidas, festas, e claro algumas orgias e situações estranhas pela qual as mulheres do rei tinham de passar para deitar com ele, ou seja, tudo foi muito simbólico e chamativo, mostrando que a diretora teve um orçamento até que bem recheado para mostrar o que desejava na tela, e assim funcionou bem o trabalho da equipe de arte que ainda teve atos de caça e tudo mais para representar.
Enfim, é um longa que funciona dentro da proposta, mas que dá uma leve cansadinha no miolo com o excesso narrativo que já falei até demais, mas que mostrou que a diretora pode ir bem além se lhe derem orçamentos, saindo de filmes mais simples e voando alto sem ter medo de errar, e isso é algo que poucos conseguem, então fica sendo uma boa indicação de conferida. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos do Festival Varilux, então abraços e até logo mais.
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