A sinopse nos conta que recentemente chegado em Paris, Souleymane tenta sobreviver entregando refeições de bicicleta. Ao mesmo tempo, ele prepara uma entrevista determinante para a obtenção do asilo e de documentos para poder trabalhar. Mas ele encontra muitas pedras em seu caminho.
Diria que o diretor Boris Lojkine foi bem direto aonde desejava chegar com sua trama, pois não vemos um filme fluido na tela que você vai curtir e se envolver, mas sim um drama que tem uma pegada marcante com opinião de sofrimento, de alguém que deseja ganhar o seu dinheiro, que tem seus motivos para estar ali, e que precisa de qualquer forma conseguir, aonde o diretor coloca o protagonista sendo alguém cru, disposto a tudo, com olhares incisivos e com muita fé de que vai conseguir fazer o que precisa. Claro é um filme grande que dava para ser um pouco aparado, mas não para ficar com uma duração menor, mas sim com talvez um algo a mais, de mostrar se ele conseguiu ou não os documentos, o que fez depois dali, e isso não ocorre. Ou seja, é o famoso amplo que fica curto, e assim agrada com personalidade e dimensão.
Quanto das atuações, o filme é de Abou Sangare com seu Souleymane Sangaré, de modo que todo o restante é mero enfeite cênico para que o jovem se desenvolva na tela, e assim sendo ele trabalhou trejeitos fortes, conseguindo ter carisma e presença na mesma proporção, sabendo como se portar para que o filme chamasse a atenção e não ficasse solto na tela, ou seja, é um ator que certamente terá futuro, já começando com o pé direito no alto levando melhor ator em Cannes. Quanto aos demais, vale rápidos destaques para Nina Meurisse com sua agente da OFPRA, bem direta com o protagonista falando para ele parar de inventar a mesma história que ouviu já dezenas de vezes, e até o diretor faz uma rápida aparição como o dono do restaurante que briga com o protagonista, ou seja, quis fazer sua ponta.
Visualmente a trama tem uma pegada bem dinâmica pelas ruas de Paris, mostrando muitos atos dentro de trens, ônibus, muitas andanças de bicicleta com o protagonista, e também levando o filme para dentro dos abrigos, aonde refugiados recebem alimentação, tem suas camas para dormir e banhos tudo feito por agendamento de uma forma bem bacana de ser mostrada, sendo uma trama aonde o visual em si é dinâmico, então temos como objeto cênico mais a bicicleta do protagonista do que todo o restante.
Enfim, é um filme simples, porém muito bem feito, com uma sensibilidade bem direcionada e envolvente, aonde praticamente vivenciamos os dias mostrados do protagonista acompanhando ele em uma batalha pelo tempo e pelas dificuldades que acaba sofrendo, de modo que funciona, e agrada bastante, valendo a indicação para quem for conferir ele. E assim acabo no último dia do Festival Varilux minha saga completa de 18 filmes (não conferi apenas o clássico e o documentário como sempre costumo pular eles), e agora voltar para os filmes dos streamings, embora ainda esteja rolando Festival Italiano também, mas vamos oscilando com calma, então fiquem com meus abraços e até amanhã com mais textos.
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