O longa nos mostra que uma revolução científica foi possível graças à persistência de três estudiosos britânicos, contando a história verdadeira do desenvolvimento da fertilização in vitro e do nascimento em 1978 do primeiro bebê do mundo graças a esse processo, Louise Joy Brown. Nesse drama emocionante, acompanhamos a jornada de 10 anos da jovem enfermeira e embriologista Jean Purdy, do cientista Robert Edwards e do cirurgião Patrick Steptoe em busca de desvendar os mistérios por trás da infertilidade. O trio de vanguardistas enfrentam a oposição da igreja, da mídia, do Estado, da opinião pública e, até mesmo, das instituições médicas para realizar o desejo de milhares de mulheres sem esperança. Joy trata da perseverança e das maravilhas da ciência nessa história sobre um dos milagres da natureza.
Diria que o diretor Ben Taylor soube aproveitar o máximo da história que lhe foi entregue, pois dava para florear facilmente diversos momentos, entrar na vida pessoal de cada um dos protagonistas, fazer mil firulas e sair completamente do foco, mas não, ele centralizou tudo nas experiências, no grupo de testes e claro na mente da protagonista que entrava em pane a cada pensamento sobre tudo, se devia seguir com a religião, seguir a mãe ou tentar algo maior para o mundo. Ou seja, um filme com personalidade, aonde o roteiro e a direção seguiram por rumos diretos e interessantes, aonde tudo bem amarrado e com uma trilha sonora de primeira linha acabaram fluindo fácil e agradando tanto como contexto biográfico quanto como algo que emociona e envolve, que tem o tempo de tela perfeito para não ficar nem corrido, nem arrastado, e assim contar a história por 10 anos sem parecer uma vida (embora muitos nem tenham ganhado o devido renome pela pesquisa enquanto vivo!).
Quanto das atuações, a jovem Thomasin McKenzie vem num crescente bem marcado com as personagens que tem pegado, e aqui sua Jean Purdy tem carisma, tem personalidade e tem muitas dúvidas na mente, ao ponto que conseguiu passar bem essas dúvidas e atitudes para que seus trejeitos tivessem um algo a mais na tela, e agradou demais com tudo o que fez. Da mesma forma, James Norton colocou seu Robert Edwards como alguém ligado no 220V, desesperado para fazer um acerto em sua pesquisa, sabendo tudo e mais um pouco, mas levando tantas porradas da mídia e de tudo ao seu redor que sabiamente uma hora iria parar, mas tendo muita emoção para passar nos atos de fechamento acabou sendo muito marcante com tudo o que fez. Bill Nighy dispensa elogios, pois sempre entrega muito para os seus papeis, e aqui seu Patrick Steptoe tem uma segurança no olhar, tem dinâmicas expressivas do começo ao fim, e sem dúvida alguma teve os diálogos mais diretos e fortes da trama para impressionar. Ainda tivemos bons atos de Tanya Moodie com sua Muriel imponente e cheia de intensidade, botando todas as críticas no bolso e não ligando para nada que fosse contra seus princípios, e Joanna Scanlan como a mãe da protagonista bem quadrada de princípios religiosos, mas fazendo um bom contraponto para o que o filme precisava, entre muitos outros bons personagens secundários.
Visualmente a trama mostrou que nem sempre nos melhores laboratórios, nos mais bonitos e arrumados saem grandes invenções da humanidade, de modo que o hospital escondido aonde tudo se desenrola quando os protagonistas chegaram estava tudo caindo aos pedaços (sendo até engraçado a cena que a esposa do médico vai lá no final falando que tudo estava acabado ali, e ele retrucando que eles até tinham melhorado muito), vemos algumas casas simples de Cambridge, toda a ambientação de estrada aonde os protagonistas passaram viajando diversas vezes parando em restaurantes de estrada, e também todo o figurino bem composto da época, isso claro sem falar nos equipamentos simples de operação da época, aonde tudo era muito criticado nos meios acadêmicos, mas que foram bem importantes para tudo o que se desenrolou, e que claro a equipe de arte foi meticulosa nos detalhes para representar bem tudo na tela.
Enfim, não achei a trilha sonora completa com as canções para escutar, apenas tendo as trilhas orquestradas, o que é uma pena, mas que dá para viajar bastante ouvindo todas as canções brilhantemente escolhidas para compor todo o desenvolvimento do longa, e o resultado final é tão envolvente que chega a ser quase perfeito tudo na tela, então pare tudo o que está fazendo e dê o play no longa dentro da Netflix, pois vai valer demais tanto o conhecimento da história quanto a entrega ficcional dos personagens no filme. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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