O diretor Teddy Lussi-Modeste soube trabalhar muito bem sua base, ao ponto que criou diversas possibilidades para que tudo desse errado para o protagonista, que ninguém pudesse ajudar fazendo algo útil realmente, e a cada conflito passado, ele apenas ia incrementando todas as situações, ou seja, usou o texto de uma história real que aconteceu e acontece quase todo santo dia em algum lugar desse planeta, ainda mais no mundo pós-pandemia aonde qualquer coisa é motivo para um conflito, e amarrou todas as pontas possíveis que seriam satisfatórias em algum ato para ajudar, e as reduziu, enquanto todos os demais vértices que poderiam dar muito errado, foi lá e amplificou, para claro deixar o espectador irritado, o que acaba funcionando bem. Claro, se o filme fosse de outra nacionalidade, ou veríamos algo muito bonitinho ou algo explosivo para pior, mas como é francês, brincaram bem com toda a base e funcionou para o que desejavam.
Quanto das atuações, o filme é inteiro de François Civil que já a algum tempo vem sendo um grande nome do cinema francês, tendo seus altos e baixos, mas sempre conseguindo se destacar por fazer personagens bem variados e interessantes de acompanhar, e aqui seu Julien tem uma personalidade meio que frouxa demais, sendo muito bom moço, sem ter grandes explosões, tentando levar tudo na base da pedagogia, o que nem sempre é a melhor forma, mas segurou a barra, fez trejeitos intensos, e fechou com uma forma explosiva, porém digna dentro de tudo o que poderia acontecer, e sendo assim funcionou demais. Quanto aos demais, vale leves destaques para o namorado do protagonista que Shaïn Boumedine entregou com traquejos emocionais bem colocados, e também para a garotinha que Toscane Duquesne fez com sua Leslie vendo que errou, mas não tinha mais como fugir, fazendo a tradicional cara de decepção gigante com ela e com tudo, mas que também não foi muito longe.
Visualmente a trama não foi muito além, afinal nem tinha motivos para isso, ficando bem mais na sala de aulas tradicional, na sala de professores aonde algumas discussões acontecem, na coordenação e no apartamento do protagonista, tendo uma ou outra cena no pátio da escola e na saída, mas tudo bem básico funcionando mais dentro da densidade escolar mesmo.
Enfim, é um bom filme, que entregou o que precisava para impactar, passar sua mensagem e causar, sem grandes firulas, nem opções de rumos (seja para o lado básico ou para o pior), ficando no meio do caminho e não sendo ruim por isso, então recomendo ver sem estar no seu dia revoltado, e para os amigos professores verem com cautela para não estourar gatilhos, apenas como dica para pensar em como falar qualquer coisa nesse mundão de hoje. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais longas do Festival Varilux, então abraços e até logo mais.
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