O Segundo Ato (Le Deuxième Acte) (The Second Act)

11/08/2024 07:58:00 PM |

Costumo dizer que o absurdo por mais estranho que pareça ainda tem boas sacadas, e a grande deixa do longa "O Segundo Ato" é mostrar que muito em breve veremos filmes escritos, dirigidos e atuados por inteligências artificiais, porém irão ficar tão ruins e insuportáveis que mais nos incomodaremos com tudo do que veremos uma boa história na tela. Ou seja, o filme funciona como uma crítica ao artificial, e ainda brinca com um dos diretores que mais coloca efeitos em seus filmes, e assim a trama mesmo que cansativa, tem sua funcionalidade.

A sinopse nos conta que quatro atores se encontram na filmagem de uma obra realizada 100% com inteligência artificial. Aos poucos torna-se difícil distinguir a ficção da realidade.

O mais engraçado é que esse ano teremos o diretor e roteirista Quentin Dupieux em dose dupla no Varilux, já que ainda teremos "Daaaaaali!" para conferir, e aqui no filme que foi a abertura de Cannes, ele não quis fazer nada além de uma boa crítica ao sistema atual de filmes artificiais, de atuações sem expressividade, e que acabarão dominando o mundo das telas muito em breve, e sendo sarcástico ao mesmo tempo que coloca personagens que não acreditam mais em si, nem sabem o que estão fazendo realmente, acabamos vendo algo bem colocado, com uma boa pegada, mas que incomoda ao mesmo tempo que diverte.

Quanto das atuações, diria que todos fizeram bem seus papeis artificiais, de forma que praticamente nenhum dos atores tenta se destacar na tela, e sendo assim tivemos uma Léa Seydoux bem simples com sua Florence, um Louis Garrel bem normal e exibido com seu David, Vincent Lindon se achando mais do que todos com seu Guillaume, e Raphäel Quenard bem encaixado com seu Willy, mas quem acaba se destacando na tela é o que deveria ser um figurante no longa artificial, mas que brilha com o que faz, ao ponto que Manuel Guillot com seu Stéphane chamou atenção e agradou demais.

Visualmente a trama também é bem simples, se passando quase que inteiro numa estrada sem fim (que no final nos é mostrado o trilho imenso de filmagem) e depois dentro de um pequeno restaurante, sem ter muito o que ousar, e que brinca com as conversas dos personagens.

Enfim, é um filme simples, que nem tenho muito o que falar dele, pois não tenta ir além do que foi projetado para ser, que é a crítica ao futuro das produções feitas por inteligências artificiais, então fica a dica para conferir e imaginar como será esse futuro. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas já vou para mais uma sessão do Festival Varilux, então abraços e até logo mais.


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