A sinopse nos conta que Caterino, um operário simples e rude da Ilva de Taranto, na Puglia, é recrutado pelos executivos da empresa para espionar seus colegas e denunciar trabalhadores problemáticos. Na busca por motivos para suas denúncias, ele acaba sendo transferido para o prédio LAF, onde descobre que o aparente paraíso é uma estratégia perversa para quebrar psicologicamente os trabalhadores, empurrando-os para a demissão ou rebaixamento. Sem saída, Caterino percebe que também está preso nesse inferno.
Consegui a explicação da minha dúvida mais rápido do que imaginava, pois o problema do filme é bem fácil, afinal é a estreia do diretor e roteirista Michele Riondino em longas, e não apenas feliz com isso, ele também é o protagonista do filme, ou seja, acertar a mão em um drama com pitadas cômicas logo na estreia já é algo difícil de acontecer, e ainda dividir a função aparecendo na frente de tudo é pedir para que sua trama se alongue ao máximo, e assim ficou parecendo que o diretor precisava a todo momento chamar a atenção para si e não para a história, o que acabou pesando bastante no resultado. Claro que a brincadeira lúdica de fazer as devidas comparações de seu Caterino com Judas ficou bem trabalhado na tela, porém faltou atitude para ir mais além, e com isso o filme ficou preso demais.
Agora falando das atuações propriamente, Michele Riondino já foi muito galã do cinema italiano, já ganhou muitos prêmios, porém aqui ele quis "ficar feio" com seu Caterino, de modo que é daqueles personagens que não conseguem puxar o carisma para si, muito pelo contrário, agindo quase como um vilão "burro" por estar jogando contra os próprios colegas de trabalho em favor do patrão que ele acha que é um amigo, vemos ele trabalhar trejeitos meio como cacoetes, e sem ir muito a fundo, mas ao menos não jogou a trama no lixo com o que fez, sabendo se impor nos atos que mais precisou fazer. Elio Germano trabalhou bem a ladainha cativante de seu Basile, fazendo um patrão aparentemente bonachão, cheio de personalidade, mas também bom de palavra, aonde acaba convencendo fácil o protagonista, de modo que apareceu pouco no filme, mas acertando em cheio nas cenas principais. Ainda tivemos outros bons personagens, mas sem quase nenhum grande chamariz para poder dar destaque no quesito atuações, então vou manter apenas os dois aqui no texto.
Visualmente a trama tem uma boa pegada, mostrando alguns ambientes de uma fábrica siderúrgica, trabalhando um pouco as conversas sindicais isoladas nos pátios e bares, mostrando o apartamento simples aonde o protagonista vive, e também contando com o principal prédio meio que abandonado aonde os funcionários ficavam sem ter o que fazer, surtando, pulando em caixas de leite, rezando, jogando algum vício para passar o tempo, enquanto tentavam descobrir como sair sem perder seus direitos. Ou seja, tudo simples, mas bem representativo na tela.
Enfim, a sinopse me ganhou fácil, e acreditava que veria uma trama bem diferente, mas faltou algo mais marcante para que o longa fluísse realmente e chamasse mais a atenção para a história do filme do que para a história real, e assim sendo não conseguiu ir além na tela, de forma que diria valer mais procurar outro dos filmes do Festival Italiano de Cinema, que estará disponível para conferir gratuitamente online de 07/11 a 08/12, pois aqui foi algo apenas bem mediano. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas hoje ainda vejo mais um longa, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...