Som Da Esperança - A História de Possum Trot (Sound of Hope: The Story of Possum Trot)

11/01/2024 01:16:00 AM |

É engraçado que hoje tinha me preparado para ver um outro filme que estreou, enviando o material dele na pauta dos programas que iria falar amanhã e tudo mais, porém perdi o horário da sessão e com isso por ser o dia de estreia de vários acabei optando pelo longa religioso da Angel Studios, "Som da Esperança - A História de Possum Trot", que felizmente tinha um horário legendado próximo do que cheguei no cinema, e olha, posso afirmar com todas as letras que é o menor filme de Igreja da companhia, trabalhando mais o drama das adoções, de várias crianças que acabam tendo de ser separadas de pais abusivos e/ou órfãs que caem no sistema de adoção do governo americano, porém como já não são bebezinhos e já terem até características psicológicas formadas acabam sendo sempre deixadas para trás, e ouvindo a voz de Deus após uma tragédia familiar, a esposa de um pastor de uma pequena cidade do Texas resolve incentivar as demais famílias da igreja a adotarem essas crianças. Ou seja, acabei vendo uma história bonita, com uma pegada forte, afinal a garotinha que cai para o pastor e sua esposa é bem complexa, e a densidade dramática acaba funcionando bastante na tela tanto para aqueles que querem ver apenas um bom filme, quanto para os religiosos que andam lotando as sessões da produtora.

Inspirado em uma história real, o longa retrata a emocionante jornada de uma comunidade no leste do Texas que transformou a vida de dezenas de crianças. O filme acompanha Donna e o Reverendo WC Martin, que, movidos por uma profunda fé e compaixão, convencem os membros de sua pequena igreja a adotar 77 crianças do sistema de adoção, muitas delas rejeitadas por outras famílias. Ao unir 22 famílias em um ato de amor e generosidade, essa comunidade rural não apenas acolhe as crianças, mas também inicia um movimento global em defesa dos mais vulneráveis, destacando como o amor e a união podem transformar vidas, inspirando o público a acreditar no poder da ação coletiva para mudar o destino de crianças esquecidas.

Por incrível que pareça, o diretor e roteirista estreante em longas Joshua Weigel acertou muito no estilo que desenvolveu para seu primeiro trabalho nas telonas (claro que já ganhou muitos prêmios com curtas, mas agora resolveu arriscar em algo bem maior), pois seu filme facilmente poderia ser daqueles dramalhões extremamente cansativos, que ficaria enrolando falando de fé disso, fé daquilo, orações e tudo mais, mas que ousou mostrar algo importante que são as adoções de crianças que muitas vezes não conseguem sair do sistema de adoção pelos mais diversos motivos, e mais do que isso, ele mostrou que nesse mundo nem tudo são flores, pois as crianças já crescidas tem seus estilos de vida, suas birras, suas marcas e até instintos diferentes, ao ponto que a adaptação nem sempre é fácil na nova família. Sendo uma história real, também nos foi mostrado os verdadeiros personagens ao final, e toda a sintonia de família gigante que essa comunidade tem, ao ponto que a igreja acabou unindo tanto os adotados, quanto os adotantes, para que um ajudasse o outro na criação e no desenvolvimento, e assim o resultado na tela acabou funcionando bastante também.

Nesse estilo de filme geralmente as atuações não são o grande chamariz, porém Nika King conseguiu entregar uma Donna bem imponente na tela, cheia de trejeitos fortes e marcantes, com muita personalidade e disposição tanto para as cenas mais emotivas quanto para os atos mais nervosos, passando muita sinceridade com o estilo escolhido, e principalmente representando alguém real que com muita certeza passou um pouco de si para a atriz. Demetrius Grosse também entregou atos fortes e marcantes para que o seu Reverendo WC Martin tivesse nuances interessantes, chamasse a responsabilidade para si nos devidos atos, e não ficasse artificial na tela, pois o personagem dava facilmente para ficar mais falastrão e o ator raspou a trave de brincar com isso. Agora quanto das crianças o grande destaque ficou para Diaana Babnicova com sua Terri imponente, atrevida e cheia de personalidade, ao ponto que só faltou aprender a chorar um pouco melhor que a cena final acabou ficando um pouco artificial, mas no restante foi forte e cheia de nuances na tela. Ainda tivemos outros bons personagens, mas apenas complementando as conexões com os protagonistas, valendo destacar apenas alguns momentos mais simples de Elizabeth Mitchell como a assistente social Susan, mas também sem ir muito além.

Visualmente a trama desenhou bem a pequena cidade, mostrando a casa de alguns membros da igreja, mas focando muito mais na casa simples, porém bem organizada do pastor, tendo muitos atos numa floresta ao redor da cidade, uma lagoa e claro alguns atos dentro da igreja, fora alguns atos fortes em outras casas aonde as crianças viviam antes de cair para o sistema, ou seja, a equipe de arte foi bem representativa e conseguiu mostrar um pouco dos anos 90 na tela.

Enfim, é um filme que não tinha dado a devida atenção quando saiu o trailer, achando que seria mais um desses religiosos da Angel Studios que já estão lançando quase que um por mês, mas que ao final me surpreendeu e acabei gostando ao ponto de estar indicando ele para todos sem exceção. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...