A sinopse nos conta que o aspirante a ator Edward se submete a um procedimento médico radical para transformar drasticamente sua aparência. Mas seu novo rosto dos sonhos rapidamente se transforma em um pesadelo, à medida que ele perde o papel para o qual nasceu e se torna obcecado em recuperar o que perdeu.
Não conhecia o trabalho do diretor e roteirista Aaron Schimberg, mas assim como é falado na parte que citei no começo do bar, apostaria que ele conheceu primeiro o verdadeiro personagem (que ousadamente está presente no longa) do que teve a ideia para escrever o filme e depois saiu atrás de alguém dessa forma, pois a deformação de rosto do ator Adam Pearson é algo muito fora do comum, ou seja, ele conseguiu trabalhar toda a essência na tela com uma propriedade única ao ponto que toda a história se desenvolve em aceitar seu rosto, e por vezes não se enquadrar aonde aquele visual necessariamente faz parte, como é o caso da peça escrita aonde tudo flui para o rosto do personagem, e assim a ideia flui bem, sendo classificado como um suspense psicológico, mas que tem uma pegada tão diferente que não sei bem aonde o colocaria, pois tem ares cômicos duplos e uma dinâmica que vai mais além do que apenas isso, sendo algo novo para se pensar.
Quanto das atuações, Sebastian Stan é daqueles atores que se jogam por completo na personalidade que o diretor deseja, e faz filmes tão complexos por vezes que se ele não entrar nessa onda é capaz que se perca e não entregue nada, e aqui seu Edward tem um estilo fechado e denso, usando no começo uma maquiagem pesada, mas ainda assim se entregando com toda a imposição cênica presente, fazendo bons atos e traquejos, depois com seu rosto tradicional e o nome Guy muda completamente de trejeitos, entrando numa intensidade mais rápida, desesperado e determinado, que ao final já está numa pilha de nervos tão grande que tudo se desenrola insanamente. A jovem Renate Reinsve fez sua Ingrid de uma forma bem interessante e marcante, sabendo encontrar a desenvoltura para as situações que vive, e o mais estranho de ver é a forma passional que ela adquire pelo jovem desfigurado, e assim resultando numa brincadeira muito maluca com tudo o que faz. E claro Adam Person que já vimos como coadjuvante/figurante em alguns outros trabalhos, aqui vira quase que um protagonista da própria história desenvolvida para ele com seu Oswald, de modo que sua entrega perturba o protagonista de uma forma tão insana que ele se destaca com dinâmicas e atitudes bem fortes e chamativas.
Visualmente a trama tem uma pegada meio que estranha pelo apartamento meio que simples, fechado e escuro do protagonista, meio como se não quisesse nem se ver nos primeiros atos, já sendo todo branco e iluminado na segunda parte quando tem um visual mais bonito, o teto se decompondo meio como se fosse também seu rosto soltando pedaços, e ainda tivemos o pequeno teatro com a peça sendo desenvolvida, alguns bares e alguns elementos chamativos para tudo funcionar bem, tendo claro o destaque para a máscara desfigurada, e claro para a equipe de maquiagem que deixou Sebastian Stan bem feio com uma gosma se desgrudando após o procedimento estético.
Enfim, é um longa interessante, que bagunça tudo na mente com a proposta de conflitar mesmo a cabeça do protagonista em se aceitar "bonito" ou querer fazer o papel de "feio", que resulta em uma trama intensa e bem colocada na tela, então quem for conferir ele a partir do dia 12/12 nos cinemas se prepare para tudo, pois vai precisar, e de uma forma boa, pois o longa é bem bacana. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, agradecendo o pessoal da TZM Assessoria e da Clube Filmes pela cabine de imprensa, mas hoje ainda vou ver mais um longa, então abraços e até logo mais.
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