O longa narra a extraordinária jornada de Francesca Cabrini, uma imigrante italiana que chega a Nova York em 1889. Enfrentando um cenário de doenças, crimes e crianças abandonadas, Cabrini não se deixa abater. Determinada a mudar a realidade dos mais vulneráveis, ela ousa desafiar o prefeito hostil em busca de moradia e assistência médica. Com seu inglês precário e saúde fragilizada, Cabrini utiliza sua mente empreendedora para construir um império de esperança e solidariedade. Acompanhe a ascensão dessa mulher audaciosa, que, enfrentando o sexismo e a aversão anti-italiana da época, se torna uma das grandes empreendedoras do século XIX, transformando vidas e deixando um legado de compaixão em meio à adversidade.
O diretor Alejandro Monteverde levou milhares de pessoas para os cinemas no ano passado com seu filme "Som da Liberdade", que até teve uma pegada interessante, mas forçou demais a barra para emocionar e comover, ao ponto que muitos amaram e outros simplesmente não conseguiram enquadrar a ideia como cinema realmente, porém agora é notável que ele aprendeu com seus próprios erros, pois não temos atos exagerados com emoção fora dos padrões que a trama pedia, não vemos a protagonista como uma heroína fora de série, mas sim uma mulher perseverante que não se deixou abalar pela doença quando pequena, e que com muitas sequelas não deixou que ninguém lhe falasse um não de forma fácil, e assim conseguiu ir bem longe com seus ideais e objetivos. Ou seja, o diretor fez um épico bem trabalhado na tela, que funciona como uma boa trama de cinema e ainda passa a mensagem espiritual religiosa, mas sem precisar transformar a sala do cinema em um culto.
Quanto das atuações, Cristiana Dell'Anna incorporou tão bem a presença cênica de sua Francesca Cabrini que você em momento algum tenta lembrar dela em outro personagem, e olha que ela está em muitos longas da Netflix, de tal forma que trabalhou uma entonação vocal forte, uma personalidade imponente e determinada, e principalmente soube segurar seus atos do começo ao fim, o que acaba soando marcante e mostrando que a atriz tem brilhantismo. Romana Maggiora Vergano também entregou cenas bem trabalhadas para que sua Victoria tivesse presença junto de um olhar cativante, ao ponto que mesmo nos atos que está mais escondida consegue chamar a câmera para si. Giancarlo Giannini fez bons trejeitos para que seu Papa Leão XIII tivesse dinâmicas simples, porém bem encaixadas junto da protagonista. E da mesma forma David Morse fez um arcebispo Corrigan bem direto e imponente. Ainda vale dar destaque para John Lithgow como um prefeito sem muitos escrúpulos, mas que soube negociar bem no ato final, e claro Patch Darragh com seu Dr. Murphy bem simples, porém objetivo em seus atos junto com a protagonista.
Visualmente a trama trabalhou muito bem o desenvolvimento artístico da época com bondes, charretes e até "carro" dos bombeiros movidos a cavalo, muitos homens de cartola nos altos cargos, senados e tudo mais, um clero bem montado e representativo, com uma Roma calma e sem tantos turistas (conseguiram fazer boas imagens sem tumultos), figurinos marcantes para todos os italianos bem sujos e jogados à margem numa Nova York quase sem grandes prédios e uma Estátua da Liberdade recém inaugurada, vemos as criações dos orfanatos mais simples e todas outras ousadas construções que a madre foi fazendo junto com suas ajudantes, fora bordeis e claro os túneis da cidade aonde muitos viviam e morriam, ou seja, um trabalho da equipe de arte primoroso de elementos que acabaram funcionando demais na tela.
Enfim, não tinha nem visto o trailer nem escutado nada sobre o filme, apenas lido a sinopse e que era uma trama religiosa, então fui sem muitas pedras para tacar nem expectativas criadas para o que veria, e o resultado foi bem satisfatório, emocionante e envolvente ao ponto de valer recomendar, só pesando um pouco a mão na duração e em alguns atos faltantes que talvez até tenham sido filmados, mas que alongaria ainda a trama, mas nada que desabone o resultado final dessa grandiosa produção, valendo recomendar com certeza. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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